Após dias terríveis para a bolsa, os investidores se atentam para as autoridades monetárias ao redor do mundo. Temos hoje a Super Quarta, com reuniões de política monetária dos bancos centrais do Brasil e dos EUA. A visão é de que as instituições financeiras estão em uma sinuca de bico.
Com a inflação à solta graças ao conflito na Ucrânia e aos lockdowns na China, os bancos centrais correm para subir os juros na tentativa de conter o dragão. Por outro lado, a depender do nível de inflação e de sua natureza, a atividade econômica já pode ser afetada pela própria elevação dos preços (menor disponibilidade de renda da população).
Ao subir os juros, o crédito fica mais caro e o serviço da dívida fica mais pesado sobre as companhias, ou seja, a economia é desestimulada. Neste caso, os bancos centrais atrapalhariam, mas sem muito efeito sobre a inflação no curto prazo. Consequentemente, duas forças se somariam contra o crescimento do PIB.
Com a Selic em alta desde março de 2021, o Banco Central esperava, no início do ano, encerrar o fim do ciclo de aperto monetário com a taxa de juros em até 12,75%. Agora, no entanto, a expectativa da maioria do mercado é de que a Selic feche o ano em 13,25%
Assim, o analista da Empiricus e colunista do Seu Dinheiro, Matheus Spiess, aponta duas considerações sobre o tema:
1. O Brasil está em uma posição de vantagem, dado que estamos na frente dos demais países no aperto monetário, nos dando alguma folga (há, porém, o problema do esgarçamento fiscal); e...
Cabe lembrar que a alta dos juros norte-americanos afeta a bolsa brasileira pois tende a atrair recursos alocados em mercados de risco para os seguros, e agora mais rentáveis, títulos americanos- fortalecendo a cotação do dólar em relação às demais moedas.