É reajuste atrás de reajuste e não está fácil para ninguém. Caminhoneiros, ubers e consumidores em geral já estão impacientes com o aumento dos custos de transporte e encarecimento geral dos preços. E, quando a população pensa em um culpado pela alta, a Petrobras vem logo à cabeça.
Afinal, é a estatal que ‘dá a cara a tapa’ quando o assunto é o aumento no preço dos combustíveis. Só no último reajuste, a Petrobras (PETR4) aumentou em 5,18% a gasolina e 14,26% o diesel. No acumulado do ano, a alta já chega a 13% e você deve se perguntar: a petroleira é mesmo a culpada por essa disparada?
A Petrobras não é culpada,
mas empunha a arma do crime
Desde 2016, a companhia segue a Política de Paridade Internacional (PPI). Isso significa que o preço dos combustíveis aqui dentro deve acompanhar a cotação internacional do barril de petróleo, que é vendido em dólar e impactado por variações cambiais.
Além disso, desde o início do ano o petróleo já ficou quase 40% mais caro, sendo que essa alta chegou até 60% em março, o que pressiona a Petrobras a repassar os preços às refinarias. Essa alta está ligada à guerra na Ucrânia.
Ou seja, a estatal não é culpada pela alta no preço dos combustíveis, apenas segue a política que a obriga a repassar as cotações internacionais para o mercado interno.
Por que a empresa segue
essa política?
Apesar de sermos um país produtor de petróleo, o Brasil não é um país autossuficiente na produção de derivados e depende da importação de combustíveis, em especial o diesel. Se os preços estiverem abaixo das cotações internacionais, não vale a pena importar e podemos sofrer com desabastecimento.
Assim, por estar na ‘linha de frente’ quando o assunto é a alta dos combustíveis, a empresa, mesmo que sem culpa, acaba ‘pagando o pato’ e é alvo de uma série de ameaças por parte do governo de Jair Bolsonaro.
O presidente já até falou em CPI para analisar a política de preços da companhia e segue criticando. Os lucros da empresa também são motivos para reclamações do presidente Jair Bolsonaro, que já classificou os ganhos da estatal como excessivos. No primeiro trimestre deste ano, a estatal faturou R$ 44,5 bilhões, mas pagou à União R$ 48,5 bilhões.
Isso porque a União é acionista majoritária da empresa e, por isso, recebe a maior parte dos proventos. No entanto, a Petrobras ainda é uma empresa listada na bolsa e conta com mais de 700 mil acionistas.
Vale lembrar ainda que, segundo o Credit Suisse, o litro de gasolina vendido pela estatal ainda está US$ 0,40 defasado dos preços internacionais. Ao mesmo tempo, o governo tenta amenizar a disparada dos combustíveis com isenções fiscais.
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