O lítio é chamado por muitos especialistas de “petróleo branco” — inclusive, Elon Musk, CEO da Tesla, já afirmou que trata-se do ‘novo petróleo — , muito por conta de sua associação ao mercado automobilístico de fronteira energética (carros elétricos), trata-se do metal menos denso do mundo.
O material é usado em baterias de íons de lítio, que desempenham um papel cada vez mais importante, especialmente em áreas como veículos elétricos e armazenamento de energia renovável, áreas em que a Tesla atua.
Mais eficiente e mais durável do que as demais baterias concorrentes, o metal pode ser talvez uma das commodities mais desejadas para a transição energética pela qual a humanidade deverá atravessar nos próximos anos.
Espera-se que a demanda de
lítio continue superando a oferta. O mercado de veículos elétricos e de lítio teve um enorme crescimento no passado recente, evidenciado pelos mais de cinco milhões de veículos elétricos vendidos globalmente até o momento. Gradualmente, o tempo usado para produzir cada veículo individual diminui incrementalmente.
Observa-se que o crescimento significativo da demanda, combinado com a oferta abundante, mas atrasada, acabou levando a um desequilíbrio e a aumentos rápidos no preço do lítio. No futuro, ainda acredito que o lítio continue sendo um mineral atraente, uma vez que não existem muitas alternativas para substituição.
Com isso, entendo que boa parte dos países do mundo, em especial nas economias centrais, irão buscar alterar toda a sua frota até o final da próxima década. Destaque especial na China, que passa por uma verdadeira revolução dos elétricos e pretende ter 20% da frota total de veículos elétricos até 2025.
Outro ponto é que, apesar da associação com as baterias, quase 40% da demanda por lítio vem de aplicações industriais. No entanto, grande parte do crescimento esperado da demanda e do otimismo para o lítio vem do segmento de baterias, hoje em torno de 60% e deve atingir os 90% até 2030.
Ao mesmo tempo, se por um lado a demanda é abundante, o mesmo não pode ser dito da oferta. Até 2030, a demanda está prevista para 2,4 milhões de toneladas, enquanto a oferta deve chegar a 2,2 milhões de toneladas. Em outras palavras, prevê-se que a demanda ultrapasse a oferta de matérias-primas no longo prazo, gerando uma grande desconexão da matéria-prima entre sua oferta e demanda.
Sabemos que, historicamente, os déficits de oferta de uma commodity levam a uma pressão ascendente no preço do recurso subjacente, o que costuma ser excelente para as empresas do setor, em especial para aquelas que produzem uma matéria-prima mais pura.