Fundos imobiliários viraram ‘pechincha’ e podem pagar bons dividendos; veja em quais investir em 2022
Por serem negociados na bolsa, os fundos imobiliários (FIIs) estão sujeitos às expectativas do mercado no momento em que as cotas são compradas e vendidas. E, assim como o mercado de ações, os fundos imobiliários sentiram o impacto dos temas que prejudicaram a bolsa durante 2021.
Os FIIs também têm um vilão particular: os ciclos de alta da Selic. Pressionado pela inflação, a taxa básica de juros chegou a 9,25% ao ano, maior patamar desde 2017. Isso influencia os FIIs por conta de dois fatores:
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- A alta dos juros aumenta o retorno da renda fixa e, na hora de calcular rentabilidade, os fundos imobiliários perdem atratividade;
- Os juros salgados encarecem as construções e o crédito, incluindo os financiamentos de longo prazo — menos afetados que os de curto prazo, mas dos quais o setor imobiliário é muito dependente.
E não tem folga: para 2022, alguns analistas já enxergam uma Selic em 12,5% ao ano.
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Os FIIs têm grande apelo da isenção de IR, mas — com alto índice de investidores pessoas físicas — a tendência por tomar decisões de momento prevalece e levam o mercado a patamares em que o preço das cotas dos fundos muitas vezes não refletem o valor real de seus ativos.
“Quando temos uma crise, como no último ano, os FIIs de melhor qualidade tendem a se desvalorizar mais, porque, como têm mais liquidez, é onde o investidor consegue sair da bolsa”, explica Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter.
Assim, o IFIX índice que mede o comportamento dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa, encerrou 2021 com um recuo de 2,29%.
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Para quem ainda não investe, o cenário abriu uma série de oportunidades. Com exceção dos fundos de papel, os principais segmentos de fundos imobiliários de tijolos, terminaram o ano com as cotas mais baratas.
Analistas consultados pelo Seu Dinheiro são unânimes: essa é a hora de aproveitar os pontos de entrada e incluir fundos muito descontados e com bom potencial para dividendos na carteira.
Para André Freitas, da Hedge, os FIIs de lajes corporativas são os que mais podem se valorizar neste ano, pois, mesmo com o trabalho híbrido, a necessidade de atrair os funcionários para o presencial levará a procura para diminuir a densidade nos escritórios.
Onde investir?
CSHG Real Estate (HGRE11): a vacância do FII hoje é alta, mas essa é a oportunidade. “Os ativos podem rentabilizar de uma maneira ou outra: alugando os espaços, ou, eventualmente, vendendo-os com ganho de capital”;
JS Real Estate Multigestão (JSRE11): é um dos preferidos pela localização estratégica dentro da cidade de São Paulo, bons inquilinos, gestão e liquidez;
Tellus Properties (TEPP11) é o fundo de interesse de Bruno Nardo, da RBR. O gestor aposta no portfólio composto por edifícios nos bairros Bela Vista, Pinheiros, Cidade Monções e Itaim Bibi — todos na cidade de São Paulo.
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