12 de dezembro , 2022.
Seu Dinheiro
Se, antes das eleições, a Faria Lima já se mostrava resistente em apoiar o candidato líder das pesquisas, os primeiros sinais do governo eleito de Lula praticamente corroboraram os receios. E tudo está relacionado à PEC da Transição, que está no Congresso e quer aumentar o teto de gastos em R$ 145 bilhões nos próximos dois anos.
“Eu não vejo chance zero de downgrade de rating. Uma PEC de R$ 200 bilhões sem financiamento vai ter más consequências sobre os mercados de juros, câmbio e ações”, afirmou o gestor Luis Stuhlberger, da Verde, durante o Macro Vision 2022, evento do Itaú BBA.
Vale destacar que essa visão não chega a ser um consenso no mercado e está mais restrita aos gestores de fundos de investimento. Essa aparente dicotomia inclusive foi mencionada pelo economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita.
Ele segue firme na ideia de que os juros vão começar a cair no segundo semestre do ano que vem. Desde que, é claro, o gasto extra-teto da PEC seja mais contido.Para Mesquita, é normal que gestores e economistas divirjam num primeiro momento e, depois, entrem em algo mais próximo de um consenso.
Por mais que o governo atual tenha furado o teto de gastos desde o primeiro ano de mandato e, mais recentemente, com a PEC das Bondades acomodando benefícios sociais a poucos meses das eleições, a preocupação dos gestores se concentra no que está por vir.
Nesse ponto, Mesquita e os gestores concordam, mas as projeções do economista de que o juro deve cair no segundo semestre de 2023 consideram um aumento de gastos da ordem de R$ 100 bilhões. E, segundo Mesquita, se a proposta que for aprovada chegar até
R$ 130 bilhões, o cenário não muda muito.
Outro ponto na lista de indícios que reforçam a tese propensa ao aumento de juros dos gestores está, também, um mau momento vivido pela economia global. Felipe Guerra, da Legacy, ressaltou que os Estados Unidos e a Europa estão caminhando para uma recessão e, ao mesmo tempo, disse ter dificuldade de acreditar que a China terá um crescimento espetacular.
Como fica a carteira
No que se refere às classes de ativos, os gestores são categóricos ao recomendar que se evite comprar ações. “O Brasil vai voltar para aquele modelo: operar juros e câmbio e deixar bolsa guardadinha”, afirmou Rodrigo Azevedo, o sócio da Ibiuna.
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