Para você ter uma ideia, o índice ganhou 20 mil pontos em apenas três meses, mas foram precisos apenas vinte dias de abril para que mais de 10 mil pontos fossem por água abaixo, junto com o dinheiro gringo que parou de entrar. Isso fez os ganhos do ano caírem para 4,32%
O que está por trás da queda da bolsa?
Existem dois motivos principais para a queda do Ibovespa em abril: a nova onda de covid que vem provocando lockdowns na China e a inflação que está ‘comendo solta’.
Lockdowns na China:
Com novos surtos de covid, a China ‘fechou tudo’ novamente e isso atinge em cheio a cadeia global de suprimentos, gerando mais inflação em um momento em que Bancos Centrais correm contra o tempo para conter catástrofe.
Além disso, a paralisação do gigante asiático significa menos demanda por um dos produtos mais importantes da bolsa: as commodities.
Inflação ‘comendo solta’:
Enquanto isso, nos Estados Unidos, o mercado tenta assimilar as projeções de inflação cada vez mais altas e o Fed se vê obrigado a acelerar o passo e subir os juros de forma mais rápida. Isso significa menor demanda pelos exportados do país e risco de fuga de capital, principalmente de países emergentes, em busca de rendimentos mais seguros no Tesouro Americano.
Esse movimento pode até assustar, mas analistas consultados pelo Seu Dinheiro não enxergam que isso seja uma reversão de tendência. De acordo com Isabel Lemos, alguns fatores que ajudaram a derrubar a bolsa ao longo deste mês já estavam no radar.
Para Ricardo Peretti, estrategista de ações da Santander Corretora, ainda não dá para cravar as razões da saída de capital estrangeiro do país e por quanto tempo a tendência deve perdurar. Mas ele está confiante na recuperação para os próximos meses, por quatro motivos:
- Geograficamente, o Brasil está longe da Ucrânia e da guerra;
- Embora a situação da China mexa com o preço das commodities, elas seguem em um ciclo positivo;
- O Santander vê o nível atual da bolsa como barato, bem abaixo do seu patamar histórico de negociação;
- O Federal Reserve e o Banco Central europeu intensificaram a conversa sobre a elevação de juros, mas o BC brasileiro saiu bem na frente nessa história e deve encerrar o ciclo em breve.
No entanto existem uma séire de riscos que podem afetar tanto as ações quanto o índice, veja alguns: as eleições no radar, a continuidade dos movimentos de fechamento na China, a inflação em escalada afetam tanto o índice quanto o possível futuro das ações.