🔴 AÇÕES, FIIs, DIVIDENDOS, BDRs: ONDE INVESTIR EM ABRIL? CONFIRA +30 RECOMENDAÇÕES AQUI

Daniele Madureira

Daniele Madureira

Daniele Madureira é jornalista freelancer. Formada pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, tem pós-graduação em Jornalismo Social pela PUC-SP. Foi editora-assistente do site Valor Online, repórter dos jornais Valor Econômico, Meio & Mensagem e Gazeta Mercantil. Colaborou com as revistas Exame, Capital Aberto e com a edição do livro Guia dos Curiosos.

Entrevista exclusiva

Usiminas investe em startups em busca de produtividade e novas fontes de receita

Passada disputa entre os sócios e empenhada em se tornar uma indústria 4.0, a siderúrgica quer “inovação em todas as frentes”, afirmou Sergio Leite, presidente da Usiminas

Daniele Madureira
Daniele Madureira
27 de setembro de 2019
5:45 - atualizado às 23:13
Sergio Leite, presidente da Usiminas
Sergio Leite, presidente da Usiminas - Imagem: Eduardo Nicolau/Seu Dinheiro

Sergio Leite, presidente da Usiminas, estava em São Paulo no início de setembro para a reunião do conselho da siderúrgica, uma das maiores do país, sediada em Belo Horizonte. O Seu Dinheiro aproveitou a passagem do executivo pela capital paulista para uma entrevista exclusiva.

  • Veja agora: Pela primeira vez em 42 anos, um dos maiores grafistas do Brasil vai revelar seus segredos para ganhar no mercado de criptomoedas. Leia mais aqui

Em meio à conversa, uma gafe da repórter: chamei o aço de commodity. Educada e prontamente, Sergio Leite me corrigiu: o aço não é uma commodity, tem valor agregado, e o que é produzido para setores como automotivo ou óleo e gás demanda alta tecnologia.

“Na Usiminas, apenas 20% do que produzimos têm qualidade comercial, isto é, seria precificado como uma commodity em nível internacional. Os outros 80% seguem requisitos de qualidade que tornam o produto diferenciado”, diz o executivo.

Esclarecimentos feitos, Leite explica que o pior da história da Usiminas ficou para trás, mais especificamente entre 2014 e 2018, quando a briga dos sócios – a japonesa Nippon Steel e a ítalo-argentina Ternium – coincidiu com a queda pela demanda de aço no mercado internacional.

O momento exigiu um esforço concentrado do “grupo dos 10”, como foi batizada a elite dos executivos da siderúrgica que promoveu um "turnaround" doméstico na companhia.

“Agora, estamos focando em inovação em todas as frentes”, diz ele.

Leia Também

O novo sempre vem

A Usiminas criou neste ano a diretoria de inovação e já figura entre as 50 grandes empresas brasileiras com maior interação com startups, segundo ranking da 100 Open Startups, plataforma internacional de geração de negócios entre grandes companhias e novatas. Empenhada em se tornar uma indústria 4.0, a siderúrgica criou um programa para trazer as startups para dentro do seu negócio.

“Na Soluções Usiminas, estamos fazendo um trabalho grande com startups na busca de inovações, queremos fazer diferente e melhor”, diz Leite, referindo-se à unidade da siderúrgica que atua nos mercados de distribuição e processamento de aço – em que o principal produto, definitivamente, não é uma commodity. “Fazemos um atendimento diferenciado, principalmente no setor automotivo, com entregas just em time de peças já cortadas, soldadas, prontas para estampar, para diversas montadoras.”

A companhia pesquisou casos de grandes empresas que encubaram startups e montaram ecossistemas próprios para disseminar a inovação, como é o caso do Cubo do Itaú e do Inovabra do Bradesco. Também abriu um canal de interação com o Serviço Nacional da Indústria (Senai), que conta com 26 institutos de inovação.

Na siderúrgica, o primeiro passo foi mapear 32 desafios para aprimorar a operação em todo o grupo. Destes, 15 foram selecionados e encaminhados a 12 startups, cuja missão foi buscar soluções customizadas.

“Quem entende de siderurgia é quem trabalha na siderurgia. O pessoal dessa geração tem raciocínio acelerado e, quando passa a entender o nosso negócio, consegue atender a demanda de maneira mais rápida e barata”, afirma Cesar Bueno, diretor de inovação da Usiminas. “Com eles, nós cortamos caminho para chegar às soluções”.

As startups receberam entre R$ 50 mil e R$ 150 mil cada uma para desenvolver um projeto piloto. Até o momento, três projetos foram entregues e estão prontos para implantação.

“Se o projeto gerar resultados significativos, vai contar com um valor agregado maior”, diz Bueno. A companhia passa a deter a propriedade intelectual daquela solução, que é desenvolvida de maneira sigilosa pela startup. “É natural que algumas venham a ser incubadas no futuro próximo”, diz Bueno.

A Usiminas mantém os projetos em segredo. Mas o diretor de inovação revela que um dos desafios era pensar a melhor maneira de fazer alocação de cargas em navios – algo que pode pesar nos custos de logística. Era preciso desenvolver um modelo de carregamento de bobinas, placas e chapas a fim de economizar tempo e custos.

Nesse sentido, o modelo precisava identificar quantos e quais equipamentos seriam alocados para preencher determinado número de porões de um navio, com determinada quantidade de carga, no menor prazo possível, para que a empresa ganhasse agilidade no porto.

“Toda a gestão da logística é nossa. Terceirizamos apenas as empresas transportadoras”, diz Sergio Leite, lembrando que a Usiminas tem operações em Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco. “Nós trazemos ideias do ambiente externo por meio das startups, universidades e institutos de pesquisas, mas também estimulamos a geração de ideias internas”, afirma.

Além das startups, a Usiminas deu início neste mês a um programa interno de inovação, em que os funcionários dão ideias para aprimorar os processos, desburocratizar tarefas e melhorar a relação com os cerca de 400 clientes, segundo Leite.

Sergio Leite, presidente da Usiminas
Em algum momento nos próximos 12 meses, nós vamos decolar, atingir um ritmo de crescimento anual entre 2% e 2,5%”, diz Sergio Leite - Imagem: Eduardo Nicolau/Seu Dinheiro

2013 só em 2029

A preocupação da siderúrgica em se abrir às inovações tem sua razão de ser. Sergio Leite conta que, de acordo com um estudo feito pelo Instituto Aço Brasil, o melhor ano para a siderurgia nacional foi 2013. “E consideradas todas as premissas atuais de crescimento do PIB, o consumo de aço no Brasil só chegará a um patamar semelhante ao de 2013 no final da década de 20, ou seja, por volta de 2029”, diz o engenheiro mineiro, que traz na bagagem 43 anos de Usiminas.

Leite, porém, se mantém otimista. “Na minha visão, em algum momento nos próximos 12 meses, nós vamos decolar, atingir um ritmo de crescimento anual entre 2% e 2,5%”, diz Leite – ele próprio um dos principais acionistas da companhia entre os diretores da Usiminas.

Para analistas, as iniciativas da siderúrgica são bem-vindas, mas ainda é difícil quantificá-las. “O setor siderúrgico tem forte correlação com a economia brasileira e, se a conjuntura não ajuda, nada acontece”, diz o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos. A Ativa tem uma recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 11.

As ações PNA da companhia (USIM5) fecharam ontem cotadas a R$ 8,02. “O aumento da demanda nacional em setores estratégicos, como o da linha branca, por exemplo, pode levar o preço da ação a convergir com seu valor intrínseco”, diz.

Para Daniel Sasson, analista do Itaú BBA, é preciso lembrar que, mesmo quando os principais acionistas estavam em litígio, em 2016, a companhia tomou decisões acertadas para o negócio, como o fechamento da área primária de Cubatão, para adequar a produção à demanda menor. Para ele, a aproximação com as startups mostra que a diretoria está em sintonia com a necessária transformação digital para esta indústria, mas os resultados só virão no médio prazo.

“Os dados do setor são pouco animadores no curto prazo, mas é preciso lembrar que, com a retomada da economia, a Usiminas vai ser a siderúrgica mais beneficiada, uma vez que tem 85% dos seus negócios no mercado doméstico”, afirma Sasson.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MAIS PROVENTOS NO FUTURO?

Equatorial (EQTL3): Por que a venda da divisão de transmissão pode representar uma virada de jogo em termos de dividendos — e o que fazer com as ações

7 de abril de 2025 - 12:09

Bancões enxergam a redução do endividamento como principal ponto positivo da venda; veja o que fazer com as ações EQTL3

MERCADOS HOJE

Ibovespa chega a tombar 2% com pressão de Petrobras (PETR4), enquanto dólar sobe a R$ 5,91, seguindo tendência global

7 de abril de 2025 - 10:58

O principal motivo da queda generalizada das bolsas de valores mundiais é a retaliação da China ao tarifaço imposto por Donald Trump na semana passada

conteúdo BTG Pactual

Brasil x Argentina na bolsa: rivalidade dos gramados vira ‘parceria campeã’ na carteira de 10 ações do BTG Pactual em abril; entenda

5 de abril de 2025 - 12:00

BTG Pactual faz “reformulação no elenco” na carteira de ações recomendadas em abril e tira papéis que já marcaram gol para apostar em quem pode virar o placar

ATENÇÃO, ACIONISTAS

Disputa aquecida na Mobly (MBLY3): Fundadores da Tok&Stok propõem injetar R$ 100 milhões se OPA avançar, mas empresa não está lá animada

4 de abril de 2025 - 17:01

Os acionistas Régis, Ghislaine e Paul Dubrule, fundadores da Tok&Stok, se comprometeram a injetar R$ 100 milhões na Mobly, caso a OPA seja bem-sucedida

PESOU NO BOLSO

Mark Zuckerberg e Elon Musk no vermelho: Os bilionários que mais perdem com as novas tarifas de Trump

4 de abril de 2025 - 11:31

Só no último pregão, os 10 homens mais ricos do mundo perderam, juntos, em torno de US$ 74,1 bilhões em patrimônio, de acordo com a Bloomberg

OLHO POR OLHO

China não deixa barato: Xi Jinping interrompe feriado para anunciar retaliação a tarifas de Trump — e mercados derretem em resposta

4 de abril de 2025 - 9:32

O Ministério das Finanças da China disse nesta sexta-feira (4) que irá impor uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell

4 de abril de 2025 - 8:16

Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem

SEXTOU COM O RUY

Cardápio das tarifas de Trump: Ibovespa leva vantagem e ações brasileiras se tornam boas opções no menu da bolsa

4 de abril de 2025 - 6:03

O mais importante é que, se você ainda não tem ações brasileiras na carteira, esse me parece um momento oportuno para começar a fazer isso

MODO DEFESA

Ações para se proteger da inflação: XP monta carteira de baixo risco para navegar no momento de preços e juros altos

3 de abril de 2025 - 19:14

A chamada “cesta defensiva” tem dez empresas, entre bancos, seguradoras, companhias de energia e outros setores classificados pela qualidade e baixo risco

UM DIA PARA ESQUECER

Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) perdem juntas R$ 26 bilhões em valor de mercado e a culpa é de Trump

3 de abril de 2025 - 19:01

Enquanto a petroleira sofreu com a forte desvalorização do petróleo no mercado internacional, a mineradora sentiu os efeitos da queda dos preços do minério de ferro

EM DIA DE SANGRIA

Brava (BRAV3) despenca 10% em meio à guerra comercial de Trump e Goldman Sachs rebaixa as ações — mas não é a única a perder o brilho na visão do bancão

3 de abril de 2025 - 14:46

Ações das petroleiras caem em bloco nesta quinta-feira (3) com impacto do tarifaço de Donald Trump. Goldman Sachs também muda recomendação de outra empresa do segmento e indica que é hora de proteção

ENTREGAS DE AVIÕES

Embraer (EMBR3) tem começo de ano lento, mas analistas seguem animados com a ação em 2025 — mesmo com as tarifas de Trump 

3 de abril de 2025 - 12:31

A fabricante de aeronaves entregou 30 aviões no primeiro trimestre de 2025. O resultado foi 20% superior ao registrado no mesmo período do ano passado

AJUSTANDO A CARTEIRA

Oportunidades em meio ao caos: XP revela 6 ações brasileiras para lucrar com as novas tarifas de Trump 

3 de abril de 2025 - 11:27

A recomendação para a carteira é aumentar o foco em empresas com produção nos EUA, com proteção contra a inflação e exportadoras; veja os papéis escolhidos pelos analistas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais

3 de abril de 2025 - 8:14

Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA

AÇÃO DO MÊS

Itaú (ITUB4), de novo: ação é a mais recomendada para abril — e leva a Itaúsa (ITSA4) junto; veja outras queridinhas dos analistas

3 de abril de 2025 - 6:10

Ação do Itaú levou quatro recomendações entre as 12 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro; veja o ranking completo

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Nos tempos modernos, existe ERP (prêmio de risco) de qualidade no Brasil?

2 de abril de 2025 - 20:00

As ações domésticas pagam um prêmio suficiente para remunerar o risco adicional em relação à renda fixa?

ONDE INVESTIR

Onde investir em abril? As melhores opções em ações, dividendos, FIIs e BDRs para este mês

2 de abril de 2025 - 19:30

No novo episódio do Onde Investir, analistas da Empiricus Research compartilham recomendações de olho nos resultados da temporada de balanços e no cenário internacional

CADEIRA NO CONSELHO

Minoritários da Tupy (TUPY3), gestores Charles River e Organon indicam Mauro Cunha para o conselho após polêmica troca de CEO

2 de abril de 2025 - 18:57

Insatisfeitos com a substituição do comando da metalúrgica, acionistas indicam nome para substituir conselheiro independente que votou a favor da saída do atual CEO, Fernando Rizzo

NOVA CHAPA

Assembleia do GPA (PCAR3) ganha apoio de peso e ações sobem 25%: Casino e Iabrudi sinalizam que também querem mudanças no conselho

2 de abril de 2025 - 11:21

Juntos, os acionistas somam quase 30% de participação no grupo e são importantes para aprovar ou recusar as propostas feitas pelo fundo controlado por Tanure

NOVA ERA

Tupy (TUPY3): Troca polêmica de CEO teve voto contrário de dois conselheiros; entenda o imbróglio

1 de abril de 2025 - 18:08

Minoritários criticaram a troca de comando na metalúrgica, e o mercado reagiu mal à sucessão; ata da reunião do Conselho divulgada ontem mostra divergência de votos entre os conselheiros

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar