Uma tragédia para Brumadinho; nem tanto para as ações da Vale
Se, em 2015, havia o risco do desastre varrer não só o Espírito Santo, como a própria Vale do mapa, o forte balanço da companhia, já bem menos alavancada, praticamente tira esse risco do radar
Subiram os créditos e a Gaga cantava as últimas notas de “I'll Never Love Again” para encerrar “Nasce Uma Estrela” (bem fraco, que me perdoem os “little monsters”).
Pego o celular e lá está a mensagem da Luciana: “Bem que você podia escrever uns parágrafos para falar o que vai acontecer com a Vale nos próximos dias”.
Do dramalhão mexicano que pode render um Oscar a Bradley Cooper para o drama real, que já deixou 200 desaparecidos e fez ao menos três vítimas fatais em Minas Gerais – lamentável.
Ainda é cedo para falar, mas o rompimento da barragem em Brumadinho não deve atingir as proporções do que vimos em Mariana, em novembro de 2015, um dos maiores desastres ambientais da história do planeta e, de longe, o maior da história brasileira – rendeu uma multa de R$ 4,4 bilhões sem contar os custos com reparação ambiental e indenização às vítimas.
O revés de 2019 pega a mineradora em uma situação bem melhor – em 2015 o minério de ferro estava nas mínimas e a Vale nas cordas, carregando uma dívida gigante enquanto corria para concluir seu maior projeto, em Carajás.
Hoje, certamente, há mais espaço para manobra e mais fôlego para aguentar o golpe – nos últimos trimestres, a Vale gerou um zibilhão de caixa (R$ 48 bilhões nos últimos 12 meses, para ser mais exato), melhorou sua governança e acabou, de vez, com a ingerência estatal.
Leia Também
Se, em 2015, havia o risco do desastre varrer não só o Espírito Santo, como a própria Vale do mapa, o forte balanço da companhia, já bem menos alavancada, praticamente tira esse risco do radar.
Leia também:
- Gestor que apostou em queda das ações da Vale doará ganho às famílias de vítimas em Brumadinho
- AGU diz que Vale é responsável e 'reincidente'
Se, nas primeiras semanas após o desastre de Mariana, as ações chegaram a registrar queda de quase 50%, em seguida à tragédia de Brumadinho elas bateram -13% nas mínimas. Poucas horas depois operavam a cerca de 10% do fechamento do dia anterior.
Com as informações que tenho agora, que são absolutamente preliminares, não acredito que teremos nada perto do visto há pouco mais de três anos – ao que tudo indica, a barragem da hidrelétrica de Retiro Baixo, a cerca de 220km do local do acidente, vai dar uma força e impedir que, mais uma vez, a Vale destrua o Espírito Santo.
Ainda não sabemos até onde vai a responsabilidade da Vale em Brumadinho, mas a companhia não é mais ré primária e, desconfio, não receberá o benefício da dúvida: se a cartilha de análise de mineradoras prega que devemos ficar de olho nos riscos ambientais, geralmente isso acaba não aparecendo nas modelagens. Não me surpreenderia se as taxas de desconto da Vale ganhassem uns bps extras daqui para frente.
De qualquer forma, a companhia terá um longo caminho pela frente para provar que, de fato, é capaz de administrar e fiscalizar a situação de suas barragens – me engane uma vez, culpa sua; me engane duas vezes...
Vale (VALE3) e Samarco: o que vem após o acordo de R$ 132 bilhões com o governo por desastre em Mariana (MG)?
Do total previsto no acordo, R$ 100 bilhões são novos recursos que devem ser pagos em até 20 anos pelas empresas ao poder público
Do papel à mineração: CFO da Suzano (SUZB3) se despede do cargo com resultado positivo no 3T24 e se muda para a Vale (VALE3)
Suzano anunciou nesta sexta-feira (25) a renúncia de Marcelo Bacci ao cargo; ele assume as finanças da mineradora a partir de dezembro
Vale (VALE3) em tempos de crise na China e preço baixo do minério: os planos do novo CEO Gustavo Pimenta após o resultado que agradou o mercado
Novo CEO fala em transformar Vale em líder no segmento de metais da transição energética, como cobre e níquel; ações sobem após balanço do 3T24
Vem dividendo por aí? Vale (VALE3) tem balanço forte no 3T24 e ação fica entre as maiores altas do Ibovespa. Saiba o que fazer com os papéis agora
A mineradora também assinou nesta sexta-feira (25) o acordo definitivo de reparação do desastre em Minas Gerais, no valor de R$ 170 bilhões
Usiminas (USIM5) reverte prejuízo, tem lucro no 3T24 e analistas enxergam futuro positivo para empresa; ações sobem 7% na bolsa hoje
Após um balanço bastante abaixo das expectativas no segundo trimestre, a Usiminas reverteu o prejuízo registrado naqueles três meses para um lucro de R$ 185 milhões. Os investidores parece que gostaram do que viram: as ações USIM5 saltam 7,01% por volta das 10h30 desta sexta-feira (25), cotadas a R$ 6,80. Ainda que a empresa continue […]
A história não acaba: Ibovespa repercute balanço da Vale e sinalizações de Haddad e RCN em dia de agenda fraca
Investidores também seguem monitorando a indústria farmacêutica depois de a Hypera ter recusado oferta de fusão apresentada pela EMS
Vale (VALE3) carrega o peso da China e do minério e lucro cai 15% no 3T24, mas resultado ainda fica acima das previsões
A companhia também anunciou, junto com o balanço, que um acordo definitivo sobre o desastre em Mariana (MG) deve ser assinado nesta sexta-feira (25)
Vale (VALE3), Itaú (ITUB4) e mais: quais devem ser os destaques positivos e negativos da temporada de resultados do 3T24?
Analista acredita que o desempenho ruim das commodities em 2024 pode pesar sobre as ações expostas a esse mercado, enquanto as empresas voltadas para a “economia doméstica” devem ir bem
Uma carona para o Ibovespa: Mercados internacionais amanhecem em alta, mas IPCA-15 ameaça deixar a bolsa brasileira na beira da estrada
Além do IPCA-15, investidores tentam se antecipar hoje ao balanço da Vale para interromper série de cinco quedas do Ibovespa
Vale (VALE3): minério mais barato, desaceleração da China e provisão bilionária de Mariana — como tudo isso deve afetar os resultados do 3T24?
A mineradora apresentou dados operacionais que agradaram o mercado e, logo depois, anunciou os termos finais de um possível acordo sobre o rompimento da barragem do Fundão
Interpretando a bolsa com Djavan: as recomendações para o fim de 2024 e balanços dominam mercados hoje
Com a agenda relativamente mais esvaziada, os investidores precisam ficar atentos à temporada de resultados e indicadores desta semana
“A Petrobras (PETR4) continua uma pechincha”: gestor da Inter Asset revela 5 ações para investir na bolsa até o fim de 2024
Para Rafael Cota, as ações PETR4 continuam “muito baratas” — mesmo que a companhia seja hoje avaliada em mais de R$ 500 bilhões
Um acordo de peso: Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) firmam parceria estratégica em combustíveis; confira os detalhes
Estatal realizou a primeira venda direta de diesel renovável para uso em veículos da mineradora, como locomotivas e caminhões fora de estrada
Vale (VALE3) e Samarco colocam mais dinheiro na mesa e propõem acordo de R$ 170 bilhões com governo por desastre com barragem em Mariana (MG)
A oficialização do acerto acontece depois que rumores na imprensa indicavam que o acordo seria assinado ainda este mês, em 25 de outubro
Após anos de ‘soluços operacionais’, Vale (VALE3) apresenta boa prévia no 3T24 e revisa guidance; hora de comprar a ação?
Analista vê sinais de que a Vale “está embarcando em um momento operacional mais favorável”; saiba o que fazer com a ação
CSN, Gerdau e mais empresas de mineração sobem na bolsa hoje após Camex aprovar aumento de impostos e tarifa antidumping em produtos chineses
Entre as medidas, também foi deliberada uma tarifa antidumping definitiva para luvas não-cirúrgicas oriundas da China, da Malásia e da Tailândia
Vale virar a chavinha? Em dia de agenda fraca, Ibovespa repercute PIB da China, balanços nos EUA e dirigentes do Fed
PIB da China veio melhor do que se esperava, assim como dados de vendas no varejo e produção industrial da segunda maior economia do mundo
Barata e com bons dividendos: como a prévia da Vale (VALE3) pode mudar a confiança dos investidores — e não deve demorar muito
O valuation baixo nos dá a sensação de que muito pessimismo já está precificado nos papéis, o que é importante neste momento em que a economia chinesa desacelera
Vale (VALE3) opera em alta em reação às prévias operacionais positivas; é hora de comprar? Veja como os analistas receberam os números
Relatório de produção foi divulgado ontem; números positivos para o minério de ferro insinuam que a China não conseguiu ‘derrubar’ a Vale por completo
Depois de empate com sabor de vitória, Ibovespa reage à Vale em meio a aversão ao risco no exterior
Investidores repercutem relatório de produção da Vale em dia de vencimento de futuro de Ibovespa, o que tende a provocar volatilidade na bolsa