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Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances O Roteirista, Abandonado e Os Jogadores
Bruna Furlani
Bruna Furlani
Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB). Fez curso de jornalismo econômico oferecido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem passagem pelas editorias de economia, política e negócios de veículos como O Estado de S.Paulo, SBT e Correio Braziliense.
Bolsa

Tragédia da Vale em Brumadinho “contamina” ações da CSN

Investidores reagem a um risco de eventuais problemas em barragens da CSN, dona da mina Casa de Pedra, cuja barragem fica na cidade histórica de Congonhas (MG)

Vinícius PinheiroBruna Furlani
28 de janeiro de 2019
15:07 - atualizado às 15:59
Instalações da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) na cidade de Volta Redonda
Unidade da CSN na cidade de Volta Redonda - Imagem: Marcos Arcoverde/Estadão Conteúdo

A tragédia do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) também colocou sob os holofotes dos investidores a siderúrgica CSN, que também possui uma forte atuação na área de mineração. Os papéis da empresa aparecem entre as maiores quedas do Ibovespa hoje, atrás apenas da Vale e Bradespar (holding que detém ações da mineradora).

Os investidores reagem a um risco de eventuais problemas em barragens da CSN. A empresa é dona da mina Casa de Pedra, cuja barragem fica na cidade histórica de Congonhas (MG).

Ao contrário da Vale, que enfrenta a tragédia com uma boa posição de caixa, a CSN é uma empresa com alto nível de endividamento. No fim do terceiro trimestre, contava com uma dívida líquida de pouco mais de R$ 27 bilhões, ou 4,93 vezes a geração de caixa (medida pelo Ebitda).

Na visão de Ralph Rosemberg, gestor da Perfin Investimentos, a CSN é uma das mais alavancadas no setor de siderurgia. Caso haja algum problema que exija o pagamento de multas, ele diz que a companhia pode não ter condições de honrar com os compromissos.

Por volta das 15h, as ações da CSN eram negociadas em queda de 5,40%. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 2,49%.

No preço?

A forte queda das ações da Vale hoje colocou no preço boa parte da conta que a mineradora arcará com o rompimento da barragem em Brumadinho, segundo o analista Pedro Galdi, da corretora Mirae. Mas isso não significa que necessariamente que está na hora de comprar as ações.

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"A operação da Vale continua boa e a empresa deve ter um bom resultado no quarto trimestre. O problema é que as consequências da tragédia ainda não estão claras", diz Galdi.

Um dos riscos para a Vale é uma eventual mudança na legislação que aumente o pagamento de royalties de mineração, o que poderia afetar todo o fluxo de caixa projetado para a companhia, segundo o analista.

Mudança de posição

Com medo dos possíveis impactos indiretos, o gestor da Perfin Investimentos preferiu zerar a posição em Vale depois do ocorrido. Antes, os papéis representavam 2% da carteira do fundo de ações estava em papéis da Vale.

"Trabalhamos com investimento e não com apostas. Preferi sair e esperar, já que não há como quantificar os riscos de forma precisa", disse Rosemberg.

Impacto pequeno para o IRB

Além da CSN, havia no mercado o receio de que a tragédia de Brumadinho afetasse a resseguradora IRB, já que as barragens contam com apólices de seguro. Mas um gestor de fundos que entrou em contato com a companhia me disse que o custo da cobertura será de, no máximo, US$ 10 milhões ou (R$ 38 milhões, nas cotações atuais do dólar).

Trata-se de um impacto pequeno diante do resultado do IRB, que registrou lucro líquido de R$ 846 milhões de janeiro a setembro deste ano. Há pouco, as ações da resseguradora eram negociadas em alta de 2,51%.

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