SPX muda visão sobre juro nos EUA e espera algo concreto do governo Bolsonaro
Gestora diz que errou avaliação sobre aperto monetário americano. No Brasil, postura é de otimismo cauteloso, mas com posição comprada em bolsa
Em carta a investidores, a SPX Capital faz uma recapitulação dos eventos ocorridos em dezembro e reconhece que errou ao esperar um ciclo mais prolongado de alta de juros nos Estados Unidos. Com relação ao Brasil, o discurso do novo governo parece ótimo, mas ainda falta algo de concreto.
A carta da gestora, responsável por R$ 36 bilhões, transmite uma posição de cautela nas avaliações sobre o mercado doméstico e externo. O documento também mostra uma mudança de visão se levarmos em conta que em palestra no começo de novembro, o fundador da SPX, Rogério Xavier, estava esperando um tsunami varrer o mercado em função da elevação dos juros pelo Federal Reserve (Fed), banco central americano.
O que era dado como certo, na época, era que o juro americano seguiria subindo agora em 2019, para 4% ou mais. O juro está entre 2,25% e 2,5% atualmente.
Só que os acontecimentos do fim do ano, dezembro notadamente, promoveram uma forte reversão das expectativas com relação ao crescimento e taxas de juros globais para 2019. Algo que não pegou apenas a SPX de surpresa.
“Não acreditávamos que estávamos perto do fim do ciclo de alta nos juros americanos e que poderíamos estar discutindo eventualmente até a queda dos juros em 2019, ou seja, estávamos errados”, diz a carta.
Questionamentos sobre o crescimento da economia americana e mundial levaram a “grandes rearranjos dos ativos financeiros pelas gestoras de fundos de investimentos”.
Leia Também
Para a gestora, diante de uma reversão de cenário econômico, aumento de volatilidade e diminuição da liquidez, “temos assistido a um mercado frágil e sem tendência firme. Não há posicionamento, há alocações táticas e de curto prazo”.
Segundo a SPX, a queda dos ativos financeiros fez com que as condições financeiras se apertassem, levando o Fed a rever sua política monetária, sinalizando uma pausa na alta das taxas de juros no primeiro semestre de 2019.
“Acreditamos que a alta ocorrida em dezembro pode ter sido a última deste ciclo. Isso é muito importante porque muda significativamente o cenário”, diz a SPX.
A mudança no aceno no Fed, diz a gestora, também muda a perspectiva para as outras economias, que estavam planejando começar o seu processo de normalização, como a economia europeia, que agora tão teria mais pressa alguma em retirar estímulo monetário da economia.
Dando continuidade ao raciocínio, a SPX questiona: “E mais, suponha que o próximo movimento por parte do Fed não seja de alta e seja, na verdade, de queda, o que essas outras economias farão? Será que, em uma reversão de cenário, essas economias teriam espaço para novos estímulos monetários e fiscais? Provavelmente, não muito. Isso é motivo de grande preocupação”.
Diante desse quadro, a postura é de “acompanhar com muita atenção os próximos meses e os dados que serão divulgados para entender o alcance dessa desaceleração global em curso e se as preocupações do mercado irão se confirmar ou não”.
“Do nosso lado, reduzimos de forma muito expressiva nossas alocações e vamos aguardar por sinais mais claros da economia global para só então avaliar a conveniência de um aumento mais expressivo do risco”, diz a SPX.
Brasil, esperando para ver
Na parte dedicada ao Brasil, a SPX afirma que o discurso do novo governo parece ótimo, mas ainda não tivemos nada de concreto. “O time é bom e as ideias são boas, a dúvida continua na execução.”
“Continuamos com sinais inquietantes de falta de definição do plano econômico e da estratégia de implementação”, diz o documento.
A gestora reconhece que o governo está apenas começando e que o novo Congresso ainda nem assumiu, mas que também é sabido que o capital político de um novo governo decai ao longo do tempo. Por isso, ter um plano bem definido é fundamental para não desperdiçar a confiança dos mercados.
“Por enquanto, o novo governo e o Brasil têm sido vistos com certo otimismo e confiança, é bom que isso não mude”, diz a carta.
Alocações por mercados
Na parte dedicada aos juros, a SPX afirma que foi surpreendida pela mudança de cenário global e que isso levou a repensar toda a estratégia dos últimos três anos, resultando em uma zeragem de praticamente todas as alocações internacionais nesse mercado.
No Brasil, as alocações estão “na parte intermediária” da curva de juros, refletindo um cenário favorável do ponto de vista inflacionário, atividade lenta e um quadro internacional com juros menores do que o previsto.
“Por outro lado, precisamos aguardar os desenvolvimentos das reformas econômicas e o impacto da desaceleração global na economia brasileira. Apesar de algum otimismo, seguimos cautelosos”, diz a gestora.
Com relação ao mercado de moedas, a SPX diz apenas que reduziu a posição vendida em moedas de países emergentes.
No mercado de ações, foi encerrada a posição comprada em bolsa americana e o direcional é neutro. Há posição comprada no setor de óleo europeu contra o americano e uma posição vendida em mineradoras globais.
“Em relação à bolsa brasileira, seguimos com alocações compradas, com destaque para empresas dos setores financeiro, varejo e commodities.”
No mês de dezembro, o fundo SPX Nimitz teve variação negativa de 3,16%, ante um CDI de 0,49% no mesmo período. A perda ficou concentrada nas posições em juros. No ano, o fundo rendeu 3,7%, contra CDI de 6,42%, “taxas e custos” pesaram sobre o desempenho.
Inter (INBR32) projeta Ibovespa a 143.200 mil pontos em 2025 e revela os setores que devem puxar a bolsa no ano que vem
Mesmo com índice pressionado por riscos econômicos e valuations baixos, o banco estima que o lucro por ação da bolsa deve crescer 18%
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo
Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
Seu Dinheiro abre carteira de 17 ações que já rendeu 203% do Ibovespa e 295% do CDI desde a criação; confira
Portfólio faz parte da série Palavra do Estrategista e foi montado pelo CIO da Empiricus, Felipe Miranda
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula