🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Sinal amarelo na Petrobras: é hora de acelerar ou pisar no freio?

Estatais não são confiáveis. Monopólios, menos ainda. Monopólios estatais, simplesmente um terror.

17 de abril de 2019
9:18 - atualizado às 10:02
Semáforo mostra sinal amarelo
Sinal amarelo - Imagem: Shutterstock

Isso aconteceu há mais ou menos 45 anos. Meu filho do meio chegou em casa recitando o seguinte verso, que aprendera àquele dia no Jardim de Infância:

"No vermelho, perigo. No verde, pode passar. O amarelo é nosso amigo. Aconselha a esperar."

Ao sustar, no dia 11 de abril, um aumento de 5,74% no preço do óleo diesel, praticado pela Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro acendeu uma luz amarela para os acionistas, ou para aqueles que pretendiam comprar papéis da estatal.

Amarelo é sinal alerta, mas não de pânico. E, num passado não tão distante, a situação da estatal já foi pior. Muito pior. Em certo momento, o sinal era “vermelho perigo”, tal era o rombo na empresa. Nem balanço ela conseguia publicar. Os auditores externos se recusavam a legitimar as contas.

Calcula-se, por baixo, que R$ 6 bilhões foram desviados por funcionários de seu alto escalão e por políticos dos mais diversos partidos. O que jamais poderá ser estimado é quanto a Petrobras perdeu, e deixou de ganhar, em função dos negócios espúrios que geraram esse rombo: obras superfaturadas, compra de uma refinaria (Pasadena) obsoleta no Texas, projetos parados como o do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), em Itaboraí, e da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, este último uma parceria do Brasil com (dá vontade de chorar) a Venezuela, para a qual os bolivarianos não compareceram com um centavo sequer. Esse era, portanto, um caso típico de sinal vermelho.

Só que, sendo a empresa controlada pelo estado, os investidores mais experientes sabiam que não quebraria. Por duas razões: é impossível roubar os lençóis petrolíferos nas profundezas do pré-sal; se o caixa zerasse, o Tesouro (leia-se, o contribuinte) compareceria com o aporte necessário.

Leia Também

Por ser uma estatal, estou dizendo que só vale a pena comprar Petrobras quando a companhia está em situação difícil, ou até desesperadora. E, por conseguinte, com os preços depreciadíssimos. É mais ou menos isso.

Vejamos as duas ocasiões recentes nas quais o sinal amarelou e ameaçou esverdear:

Era Pedro Parente

Pedro Parente, CEO da BRF
Quando, após o impeachment de Dilma Rousseff, o presidente Michel Temer convidou o engenheiro e administrador de empresas Pedro Parente (com uma brilhante folha de serviços no governo FHC) para presidir a Petrobras. Parente aceitou o convite com a condição de que teria autonomia total. - Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Até que teve. Pôs em prática um sistema de reajuste de preços de combustíveis baseado numa conta aritmética elementar: cotação do barril de petróleo no mercado internacional, multiplicada pelo valor do dólar frente ao real.
Veio então a greve de caminhoneiros, precedida em quase um ano pela divulgação da conversa gravada de Michel Temer com o empresário Joesley Batista, aquela do “Tem que manter isso, viu?”.

Propina praticamente provada, transporte rodoviário parado, ameaça de colapso no abastecimento… Só restou a Temer proibir a Petrobras de aumentar o preço do diesel. Pedro Parente pulou fora.

A vez de Castello Branco

Transcorreram-se exatamente 184 dias e Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República. Por indicação de Paulo Guedes, convidou para comandar a Petrobras Roberto Castello Branco, economista e vigoroso defensor das privatizações. - Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Castello teve liberdade total para conduzir a política de preços da empresa. Sinal verde. Certo? Errado!

Por que eles não conseguem definir preço?

Para se entender por que a direção de uma estatal não pode praticar o preço justo é só raciocinar pelo exagero. Imaginemos que em pleno período de crescimento pífio que o Brasil está vivendo haja uma crise internacional e o petróleo suba a 100 dólares o barril.

Pedro Parente iria acompanhar? Não.
Roberto Castello Branco iria acompanhar? Não.
Roberto Campos, o gênio de A Lanterna na Popa, se vivo fosse iria acompanhar? Não.

Portanto, quando o sinal está parecendo verde, finja que é daltônico e venda ações da Petrobras. Porque logo vai amarelar, isso se não acontecer uma desgraça e descer logo para o vermelho.

Alguém se lembra da invasão do Kuwait pelo Iraque? Ou o caro leitor é muito jovem para isso. Eu, por outro lado, já tinha meio século de idade e 32 anos de mercado.

O risco de ser sócio do governo

Estatais não são confiáveis. Monopólios, menos ainda. Monopólios estatais, simplesmente um terror.

Não é só no Brasil. John Davison Rockefeller era o homem mais rico dos Estados Unidos. Sua empresa, a Standard Oil Company, só não detinha o monopólio da produção, transporte, refino e distribuição de derivados de petróleo porque não queria.

Era mais confortável, e menos suscetível a críticas, ter alguns concorrentes. Desde que, e esse era o pulo de gato de Rockefeller, ele pudesse usar seu poderio para diminuir o preço de custo de seus produtos e aumentar os dos competidores.

“Você mai me dar um desconto de dez por cento no frete”, John D. dizia para o diretor de uma ferrovia. ”Mas como? Eu trabalho na linha de corte. Se baixar o preço vou ter prejuízo.?” “Quem falou em prejuízo?”, argumentava Rockefeller. “Você vai diminuir o meu em dez e aumentar o dos outros em vinte. Seu lucro vai crescer.”

Repetindo: como se pode perceber, estatização e monopólio não são os melhores modelos para o negócio de petróleo. E a Petrobras tem os dois. Pior, é dirigida de fora. Será manipulada por interesses políticos, quando não escusos, com a mesma volúpia com que John D. Rockefeller usava para obter lucros obscenos.

Isso até a a Suprema Corte dos Estados Unidos, em 1911, baseada nas leis antitruste, decidiu que a Standard Oil fosse fatiada em 34 companhias diferentes. Não, eu não digitei errado. Foram trinta e quatro.

Sinal verde só de vez em quando

Portanto, fora algumas oportunidades esporádicas, a Petrobras jamais fará jus a um sinal verde de fato. Isso só poderá acontecer após ser privatizada e fatiada. Aí o caminhoneiro não terá contra quem fazer greve. Por outro lado, poderá comprar seu diesel no posto de abastecimento que vende mais barato, posto esse que pode praticar esse preço porque conseguiu uma pechincha pesquisando entre as diversas refinarias independentes. E estas dos perfuradores com menor custo de produção.

Entre todas essas empresas, exploradoras, refinadoras, distribuidoras, varejistas, umas exibirão sinal verde. Outras, amarelo. Sobrarão algumas com vermelho.

É curioso como economia é uma ciência simples. Não precisa ser um Posto Ipiranga para entendê-la. Nem se debruçar sobre mil equações matemáticas. Basta ser dotado de um pouco de lógica rodriguiana para compreender o óbvio ululante.

O momento é de sinal amarelo, que é nosso amigo e aconselha a esperar.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MAIS UMA RODADA

Dividendos e JCP: Vibra (VBBR3) aprova a distribuição de R$ 1,63 bilhão em proventos; confira os prazos

16 de abril de 2025 - 18:48

Empresa de energia não é a única a anunciar nesta quarta-feira (16) o pagamento de dividendos bilionários

DINHEIRO NO BOLSO

Passou: acionistas da Petrobras (PETR4) aprovam R$ 9,1 bilhões em dividendos; veja quem tem direito

16 de abril de 2025 - 16:56

A estatal também colocou em votação da assembleia desta quarta-feira (16) a indicação de novo membros do conselho de administração

HORA DE BATER O MARTELO

Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo

16 de abril de 2025 - 11:44

No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta

16 de abril de 2025 - 8:37

Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale

PARA O ALTO E AVANTE

Por que o Mercado Livre (MELI34) vai investir R$ 34 bilhões no Brasil em 2025? Aporte só não é maior que o de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3)

16 de abril de 2025 - 6:30

Com o valor anunciado pela varejista online, seria possível comprar quatro vezes Magalu, Americanas e Casas Bahia juntos; conversamos com o vice-presidente e líder do Meli no Brasil para entender o que a empresa quer fazer com essa bolada

PAGANDO BEM...

Mais de 55% em dividendos: veja as empresas que pagaram mais que a Petrobras (PETR4) em 12 meses e saiba se elas podem repetir a dose

15 de abril de 2025 - 17:02

Ranking da Quantum Finance destaca empresas que não aparecem tanto no noticiário financeiro, mas que pagaram bons proventos entre abril de 2024 e março de 2025

JUROS X DIVIDENDOS

Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?

15 de abril de 2025 - 12:52

Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais

AGENDA DE RESULTADOS

Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências

15 de abril de 2025 - 6:47

De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump

ESTÃO TE ESPERANDO, VÊ SE NÃO VAI DEMORAR

A lanterna dos afogados: as 25 ações para comprar depois do caos, segundo o Itaú BBA

13 de abril de 2025 - 11:59

Da construção civil ao agro, analistas revelam onde ainda há valor escondido

É… DE NOVO MESMO

Petroleiras em pânico mais uma vez: petróleo volta a cair e a arrasta Brava (BRAV3), Petrobras (PETR4) e companhia 

10 de abril de 2025 - 15:11

A euforia da véspera já era. Com tarifas contra China elevadas a 145%, temor de recessão ainda está aqui

PETRÓLEO NO VERMELHO

Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora

9 de abril de 2025 - 12:22

O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed

9 de abril de 2025 - 8:45

Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China

VAI MINGUAR OU VAI SOBRAR

Dividendos em risco? O que acontece com a Petrobras (PETR4) se o petróleo seguir em queda

8 de abril de 2025 - 16:23

A combinação do tarifaço de Trump com o aumento da produção da Opep+ é perigosa para quem tem ações da petroleira, mas nem tudo está perdido, segundo o UBS BB

TOP COMPANIES

As melhores empresas para crescer na carreira em 2025, segundo o LinkedIn

8 de abril de 2025 - 15:21

Setor bancário lidera a seleção do LinkedIn Top Companies 2025, que mede o desenvolvimento profissional dentro das empresas

PITACO

Não foi só a queda do preço do petróleo que fez a Petrobras (PETR4) tombar ontem na bolsa; saiba o que mais pode ter contribuído

8 de abril de 2025 - 10:39

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, teria pedido à estatal para rever novamente o preço do diesel, segundo notícias que circularam nesta segunda-feira (7)

PETRÓLEO NO RADAR

Petrobras (PETR4) avança em processo para tirar ‘novo pré-sal’ do papel

6 de abril de 2025 - 14:42

Petrobras recebeu permissão para operar a Unidade de Atendimento e Reabilitação de Fauna. O centro é uma exigência do Ibama para liberar a busca de petróleo no litoral do Amapá

QUEDA GENERALIZADA NO IBOVESPA

O pior dia é sempre o próximo? Petroleiras caem em bloco (de novo) — Brava (BRAV3) desaba 12%

4 de abril de 2025 - 13:41

As ações das petroleiras enfrentam mais um dia de queda forte no Ibovespa, com resposta da China às medidas tarifárias de Trump e anúncio da Opep+

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell

4 de abril de 2025 - 8:16

Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem

UM DIA PARA ESQUECER

Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) perdem juntas R$ 26 bilhões em valor de mercado e a culpa é de Trump

3 de abril de 2025 - 19:01

Enquanto a petroleira sofreu com a forte desvalorização do petróleo no mercado internacional, a mineradora sentiu os efeitos da queda dos preços do minério de ferro

EM DIA DE SANGRIA

Brava (BRAV3) despenca 10% em meio à guerra comercial de Trump e Goldman Sachs rebaixa as ações — mas não é a única a perder o brilho na visão do bancão

3 de abril de 2025 - 14:46

Ações das petroleiras caem em bloco nesta quinta-feira (3) com impacto do tarifaço de Donald Trump. Goldman Sachs também muda recomendação de outra empresa do segmento e indica que é hora de proteção

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar