Seu fundo já é quant e talvez você nem saiba
Uso intensivo de tecnologia na gestão de recursos é tendência irreversível. É isso que faz um fundo quantitativo. O que os difere é a intensidade desse uso
Eles fazem parte da paisagem no mercado externo e lideram rankings de rentabilidade com folga no mercado americano. Por aqui, os fundos quantitativos ou quants parecem engatinhar, mas a tendência de crescimento é irreversível.
De fato, muito em breve não fará mais sentido dividir as casas de gestão em quants ou não. Essa é a principal mensagem das conversas que tive com o sócio e gestor da Kadima, Rodrigo Maranhão, e com o sócio e gestor da Giant Steps Capital, Rodrigo Terni.
Antes de apresentar as casas e suas estratégias vamos tentar desmitificar o uso do termo quantitativo. Segundo Maranhão, a ideia básica do modelo é reduzir a discricionariedade. No fundo tradicional a decisão de investimento passa pela interpretação do gestor. No quant, a decisão é tomada de forma sistemática, baseada em regras preestabelecidas.
Terni diz que não gosta do termo “quant”, pois não faz muito sentido fazer esse tipo de divisão. No fim das contas, diz Terni, quant é apenas o uso de tecnologia no processo de gestão. A discussão é o grau de utilização das ferramentas tecnológicas disponíveis na gestão.
“Lá fora, as pessoas já se deram conta de quanto mais tecnologia, melhor o seu resultado. Quanto mais atrasado você estiver, pior será o resultado”, explica Terni.
Volume infindável de dados
Segundo Maranhão, temos um número pequeno de empresas na bolsa com um patamar de liquidez de cerca de US$ 1 milhão. São cerca de 150. Nos Estados Unidos, o número é de 4,5 mil empresas.
Leia Também
Imagine um gestor ou mesmo uma equipe fazer a análise de resultados “no braço”, de forma individualizada. A saída natural é ter uma ferramenta que faça essa “leitura” do balanço de milhares de empresas de forma sistematizada e, dependendo do modelo, escolha quem entra e quem sai do portfólio.
“As casas tradicionais vão ter de abraçar a tecnologia senão serão atropeladas em algum momento”, avalia Maranhão.
Terni lembra que o volume de informações disponíveis cresce de forma exponencial e a tomada de decisão acontece em milésimos de segundo. Exemplo da vida real: um tuíte de Donald Trump e o mundo desaba ou se reconstrói.
“Se você acha que lendo o jornal estará mais informado que um cara que dispõe de uma tecnologia de inteligência artificial, você é muito ingênuo”, diz Terni.
Mas e a genialidade do gestor?
No nosso histórico de fundos e casas de investimento temos personalidades que se destacam pela experiência, genialidade, insight ou sorte mesmo (não se chega a lugar algum sem sorte). E a gestão quant não quer dizer que essas características deixam de ser relevantes.
Na avaliação de Terni, o insight do gestor é extremamente importante, mas sem as ferramentas corretas esse potencial é pouco explorado.
Vamos a um exemplo prático: O gestor acha que todo tuíte de Trump é sinal para compra de dólar. Ele pode simplesmente passar a operar esse trade e ver se tem sucesso ou não. Com a tecnologia disponível, esse mesmo gestor pode pegar todos os tuítes de Trump e fazer inúmeros estudos e simulações e perceber que a estratégia até faz sentido, mas não daria tanto resultado assim.
“O problema é o cara confiar cegamente no insight e não usar a tecnologia para dar suporte. O ser humano tem as ideias, monta teorias, percebe os diferentes sinais do mercado. Mas não posso superestimar o que consigo fazer sozinho. Não faz sentido ter toda essa tecnologia e não usar isso na gestão”, explica Terni.
Ferramenta de diversificação
Enquanto nosso mercado caminha para o inexorável uso da tecnologia, o investidor, que ainda está se acostumando com essa ideia, pode encarar um fundo quant na carteira como uma forma de diversificação em relação às casas puramente discricionárias.
“Olhando a carteira como um todo, resulta em redução de risco. O único almoço de graça que o mercado dá é a diversificação”, diz Maranhão.
Terni também avalia que esse estilo de gestão é uma ferramenta de diversificação, já que a tecnologia dá capacidade de olhar ativos no mundo todo de forma rápida e com diferentes correlações.
As gestoras e seus fundos
Começando pela Kadima, Maranhão nos explica que essa é a gestora quantitativa mais antiga do Brasil, fundada em 2007. A casa tem pouco mais de R$ 1 bilhão sob gestão em seis famílias de fundos.
O principal deles é o Kadima FIC FIM, aberto para o público geral. Há um fundo de maior volatilidade para investidores qualificados, um multimercado com proposta de capturar tendências de longo prazo. Um de ações, o Kadima Equities Master FIA, um long short e dois de Previdência (com Icatu e XP).
Segundo Maranhão, a equipe da Kadima está sempre melhorando seus modelos e algoritmos de investimento, refinando a capacidade de seleção de ativos, tamanho da posição e quando comprar e vender. A Kadima é dedicada a esse modelo de gestão baseado nas pesquisas quantitativas, mas o Maranhão lembra que a experiência do gestor conta e muito no desenho dos produtos.
De acordo com Maranhão, essa abordagem quant serve para qualquer tipo de produto financeiro, até mesmo para crédito e na renda fixa “dá para pensar” em algo ligado ao IMA-B (índice de títulos de renda fixa indexados ao IPCA). Novos produtos devem caminhar por essas linhas.
A Giant Steps é o novo nome da Visia Investimentos, que começou a atuar em 2012, com o fundo Zarathustra, reunindo profissionais com passagem pelo setor financeiro que estavam inconformados com a pouca utilização de tecnologia na gestão. Não por acaso, a meta da casa é se tornar referência em uso de tecnologia na gestão de recursos.
Segundo Terni, a casa está com cerca de R$ 1,3 bilhão sob gestão. “Mas estamos apenas começando. Tem espaço para crescer bastante no curto prazo.”
Os fundos Zarathustra e Darius buscam explorar momentos de irracionalidade nos mercados. Segundo Terni, é como se fosse um radar procurando crises e euforias. Assim, podem passar um tempo “andando de lado até dar uma porrada”. A diferença é o nível de risco que existe entre os dois fundos.
Nos momentos de normalidade, os fundos Sigma e Axis fazem uma análise crítica das informações do mercado, buscando ativos para construção de patrimônio do longo prazo. Segundo Terni, o fundo tem uma carteira balanceada e bastante diversificada. A recomendação de Terni é dividir meio a meio a alocação em cada uma das estratégias.
Deu ruim pra OpenAI: xAI, inteligência artificial de Elon Musk, arrecada US$ 6 bilhões de grandes investidores, incluindo BlackRock e Sequoia
Em maio, a startup xAI, de Elon Musk, levantou outros US$ 6 bilhões em uma rodada de financiamento da Série B
O que esperar dos fundos imobiliários (FIIs) em 2025? Pesquisa da Empiricus revela cenário pouco animador
FIIs em 2025: endividamento dos fundos foi destacado como a principal preocupação, seguido por riscos relacionados à inadimplência e à regulação no mercado
Que tal investir em empresas fechadas? Fundos de Investimento em Participações (FIPs) podem ser liberados para o público geral
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu, nesta segunda-feira (23), consulta pública sobre os fundos que investem em participações em empresas fechadas, geralmente pequenas e médias, com vistas a ampliar o acesso desses negócios ao mercado de capitais
Dólar a R$ 6,26: o choque de credibilidade que faz a moeda americana disparar por aqui, segundo o Itaú
A política monetária norte-americana e o retorno de Donald Trump à Casa Branca explicam parte da valorização do dólar no mundo, mas há muito mais por trás desse movimento
Nem tudo está perdido na bolsa: Ibovespa monitora andamento da pauta econômica em Brasília enquanto o resto do mercado aguarda o Fed
Depois de aprovar a reforma tributária, Congresso dá andamento ao trâmite do pacote fiscal apresentado pelo governo
As Quatro Estações da economia: com “primavera” nos EUA e “outono” no Brasil, Kinea projeta oportunidades e riscos para o mercado em 2025
Em nova carta aos investidores, gestora ainda vê “inverno” para a China e Europa e destaca os ativos e setores que podem ser mais promissores ou desafiadores
Bolsa em tempos de turbulência: BTG Pactual recomenda 5 ações e 3 fundos imobiliários defensivos para investir em 2025
Risco fiscal e alta da taxa básica de juros devem continuar afligindo os mercados domésticos no próximo ano, exigindo uma estratégia mais conservadora até na bolsa
Quase metade dos brasileiros encara investir em moedas digitais como diversificação, diz pesquisa; Nordeste lidera adoção de criptos no país
Pesquisa da Consensys revela o apetite dos brasileiros pelo mercado cripto e a insatisfação com o sistema financeiro tradicional e as ‘Big Techs’
Ibovespa aguarda IPCA de novembro enquanto mercado se prepara para a última reunião do Copom em 2024; Lula é internado às pressas
Lula passa por cirurgia de emergência para drenar hematoma decorrente de acidente doméstico ocorrido em outubro
Ibovespa em baixa, juros e dólar em alta: o que fazer com seus investimentos diante do pessimismo no mercado brasileiro?
Decepção com o pacote fiscal e o anúncio de isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês vem pesando sobre os ativos e deve obrigar o Banco Central a elevar ainda mais a Selic; o que fazer com a carteira de investimentos diante deste cenário?
Retorno de até 25% ao ano: como os escritórios de gestão de fortunas dos super-ricos investem em imóveis
Esses escritórios podem se tornar uma espécie de sócios dos empreendimentos logo que estão sendo criados, uma prática conhecida do ramo imobiliário
Rodolfo Amstalden: Precisamos sobre viver o “modo sobrevivência”
Não me parece que o modo sobrevivência seja a melhor postura a se adotar agora, já que ela pode assumir contornos excessivamente conservadores
Décimo terceiro cai na conta hoje — veja como investi-lo em títulos com retornos expressivos ou turbinar a restituição do Imposto de Renda
Quem já está com as contas em dia e o pé de meia devidamente reservado pode aproveitar a oportunidade rara de investir em títulos seguros com retornos expressivos
A economia depende 100% da natureza, mas menos de 1% do PIB global é investido em iniciativas voltadas à conservação – e a Fundação Grupo Boticário quer mudar isso
No episódio da semana do Touros e Ursos, o gerente de economia da biodiversidade Guilherme Karam fala sobre os impactos do investimento em sustentabilidade e conservação e o que falta para a agenda ambiental avançar
Restrições a LCIs, LCAs, CRIs e CRAs não intimidaram investidor, e apetite para renda fixa isenta de IR continuou a crescer em 2024
Mesmo com novas regras de emissão e liquidez, ativos isentos de IR chegaram a ver altas de dois dígitos no ano, na busca do investidor por segurança e rentabilidade
Questão fiscal não é o único problema: esses são os 6 motivos que inibem retorno dos investidores gringos para o Brasil, segundo o BTG Pactual
Nos últimos meses, o cenário internacional continuou a se deteriorar para a América Latina, o que prejudica o panorama para investir na região, de acordo com os analistas
Mistério detalhado: Petrobras (PETR4) vai investir 11,9% a menos em 2025 e abre janela de até US$ 55 bilhões para dividendos; confira os números do Plano Estratégico 2025-2029
Já era sabido que a petroleira investiria US$ 111 bilhões nos próximos cinco anos, um aumento de 8,8% sobre a proposta anterior; mercado queria saber se o foco seria em E&P — confira a resposta da companhia
Bitcoin (BTC) se aproxima dos US$ 90 mil, mas ainda é possível chegar aos US$ 100 mil? Veja o que dizem especialistas
A maior criptomoeda do mundo voltou a registrar alta de mais de três dígitos no acumulado de 2024 — com as profecias do meio do ano se realizando uma a uma
Energia renovável: EDP compra mais 16 novas usinas solares por R$ 218 milhões
Empreendimentos estão localizados na Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, e somam 44 MWp de capacidade instalada
Onde investir na renda fixa em novembro? XP recomenda CDB, LCI, LCA, um título público e ativos isentos de IR; confira
Rentabilidades dos títulos sugeridos superam os 6% ao ano mais IPCA nos ativos indexados à inflação, muitos dos quais sem tributação