Será que Campos Neto tira do bolso alguma indicação sobre a Selic?
Presidente do Banco Central discursa em cerimônia de transmissão de cargo e mercado, ou parte dele, espera algum aceno sobre taxa básica de juros

No comando do Banco Central (BC) desde 28 de fevereiro, Roberto Campos Neto, não faz pronunciamentos públicos desde sua sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado no dia 26. Na tarde dessa quarta-feira, ele volta a discursar e expectativa recai sobre algum aceno diferente da “cautela, serenidade e perseverança” com relação à condução da política monetária.
Uma possível resposta vem logo mais, às 15 horas, e vou estar lá para acompanhar. Além de Campos Neto, Ilan Goldfajn também faz seu discurso de despedida.
A cerimônia é uma das mais concorridas de Brasília, contando com a presença de banqueiros públicos e privados e demais estrelas do mercado. Mas como não é de bom tom ofuscar o novo presidente, a ilustrada plateia raramente se pronuncia ou se restringe a elogiar o novo presidente. O ministro da Economia, Paulo Guedes, também participa
Por ora, a indicação do Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne na semana que vem, é de manutenção da Selic em 6,5% ao ano, mínima histórica atingida em março do ano passado.
O colegiado também tem dois novos diretores, Bruno Serra Fernandes, na Política Monetária, e João Manoel Pinho de Mello, na Organização do Sistema Financeiro e Resolução.
O que temos até então
Na sua sabatina no Senado, Campos Neto transmitiu uma mensagem de continuidade da gestão de Ilan Goldfajn, ao refirmar a “cautela, serenidade e perseverança” como valores que devem ser preservados e aprimorados.
Leia Também
Os termos estão sendo utilizados para reforçar que o BC não se pauta por mudanças de curto prazo, mas sim por alterações em tendências das variáveis econômicas.
Além disso, na ata da sua reunião de janeiro, o Copom acenou que o estímulo monetário dado pela Selic está adequado e que o crescimento depende da redução da incerteza, que passa pela realização das reformas.
Em sua apresentação na CAE, Bruno Serra Fernandes falou da recuperação “bastante gradual”, mas relacionou a permanência da política monetária no “campo estimulativo” ao desenho da política fiscal e à sinalização de “contenção” dos déficits correntes nas contas públicas.
Desde a reunião de janeiro do Copom, o crescimento teima em decepcionar, a inflação segue comportada, e o Federal Reserve (Fed), banco central americano, reforça a sua “paciência” no ajuste das condições monetárias.
Para o BC, apesar da melhora no ambiente externo em comparação com o fim do ao passado, o balanço de riscos para a inflação continuaria assimétrico para o lado negativo. A chance de decepção com as reformas ainda tem peso superior que os vetores que podem manter a inflação abaixo da meta.
Selic em debate
Parte do mercado e da academia, no entanto, acredita que o Copom teria espaço para reduzir ainda mais a Selic, contribuindo para uma recuperação mais célere da atividade. Esse debate começou no fim do ano passado e se intensificada a cada indicador de atividade e inflação.
Em resumo, os núcleos se mantém bem abaixo da meta, sobretudo os sensíveis a atividade; infl. de serviços e serv. subj contidas; expec. inflacionárias abaixo da meta; e atividade bem fraca. Qual a prescrição de correta de pol monet?
Redução de Selic! Tem Copom semana que vem.— Gilberto Borça Jr. (@gilbertoborca) 12 de março de 2019
A mediana do mercado, captada pelo Focus, mostra Selic estável em 6,5% até o fim de 2019, mas olhando a distribuição de frequência das respostas, atualizada uma vez por mês, é possível observar que uma parcela de cerca de 10% dos analistas já considera juros menores, entre 5% e 5,5%.
Algumas casas de investimento também acreditam em espaço para queda da Selic, mas relacionam a atuação do BC à cenário mais claro de aprovação da reforma da Previdência.
O leitor já deve saber disso, mas quanto menor a Selic, melhor o cenário para os ativos de risco, como bolsa de valores. No entanto, outro “valor” relevante é uma taxa de juros que além de baixa, seja estável. E na sua comunicação oficial o BC coloca isso como um objetivo a ser perseguido.
Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez
Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora
A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências
De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump
Bolsas perdem US$ 4 trilhões com Trump — e ninguém está a salvo
Presidente norte-americano insiste em dizer que não concedeu exceções na sexta-feira (11), quando “colocou em um balde diferente” as tarifas sobre produtos tecnológicos
Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta
Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques
JP Morgan reduz projeção para o PIB brasileiro e vê leve recessão no segundo semestre; cortes de juros devem começar no fim do ano
Diante dos riscos externos com a guerra tarifária de Trump, economia brasileira deve retrair na segunda metade do ano; JP agora vê Selic em 1 dígito no fim de 2026
Gigantes da bolsa derretem com tarifas de Trump: pequenas empresas devem começar a chamar a atenção
Enquanto o mercado tenta entender como as tarifas de Trump ajudam ou atrapalham algumas empresas grandes, outras nanicas com atuação exclusivamente local continuam sua rotina como se (quase) nada tivesse acontecido
Tarifa total de 145% dos EUA sobre a China volta a derrubar bolsas — Dow perde mais de 1 mil pontos e Ibovespa cai 1,13%; dólar sobe a R$ 5,8988
A euforia da sessão anterior deu lugar às incertezas provocadas pela guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo; Wall Street e B3 devolvem ganhos nesta quinta-feira (10)
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora
O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump
Sem pílula de veneno: Casas Bahia (BHIA3) derruba barreira contra ofertas hostis; decisão segue recuo de Michael Klein na disputa por cadeira no conselho
Entre as medidas que seriam discutidas em AGE, que foi cancelada pela varejista, estava uma potencial alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill; entenda
“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora
Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China