🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

Tenha um plano de sobrevivência

Se assustou com a tragédia argentina? E se o dinheiro fosse seu?

Episódios extremos, como o vivido pelos hermanos, servem de alerta para importância de ter posições defensivas na carteira de investimentos

Eduardo Campos
Eduardo Campos
14 de agosto de 2019
5:13 - atualizado às 10:26
Argentina
Loja na Argentina - Imagem: Shutterstock

Quando países como Argentina, Turquia ou mesmo Brasil estão dominando o noticiário de economia e finanças no mundo, quase nunca é por um bom motivo. Na segunda-feira, foi a Argentina que arrastou os demais pares depois de uma “surpresa” na corrida eleitoral. Já pensou se fosse o seu dinheiro? Já pensou se um evento desses ocorresse no Brasil? Você sobreviveria?

Para dar uma dimensão da destruição de riqueza, o argentino que foi dormir comprado e feliz na sexta-feira, depois de uma alta de 8% da bolsa, terminou a segunda-feira amargando o segundo pior pregão da história do mundo nas contas da Bloomberg, com uma queda de 48% em dólares do índice Merval.

Olhando só o câmbio, imagine ficar 30% mais pobre em apenas alguns minutos de pregão. Doí né? E dor aqui chega a ser física mesmo. E não eram só os pequenos que estavam “com o pé trocado”, pesquisa do Bank of America Merrill Lynch mostrou que dois em cada três gestores também acreditavam em melhora no quadro político. Pois é, não deu.

Guardadas as proporções, tivemos episódio parecido no famigerado “Joesley Day”, em 2017, que até já virou “data” no mercado (você lembra quanto perdeu ou ganhou naquele dia?). E nada impede que algo semelhante venha a ocorrer.

Não vou entrar no mérito aqui de eventos possíveis/previsíveis ou não (o tal do cisne negro ou cisne cinza, se preferir). A ideia da conversa é enfatizar que por mais chato e sem graça que pareça, ter alguma posição defensiva na sua carteira de investimento é a diferença entre sobreviver ou não a esses eventos extremos. Comprar o carro (montar as posições) é muito mais divertido que ficar cotando o seguro (montar o hedge). Mas no fim, acabamos fazendo a parte chata também.

Aproveito o assunto e deixo o link para nosso e-book sobre investimentos no segundo semestre. Também sugiro a leitura de duas matérias da Julia Wiltgen sobre investimentos para conservadores e arrojados. No fim da pagina tem o link para uma conversa sobre investimentos no exterior.

Leia Também

'Wall of worry'

Para quem está achando que Argentina é um caso isolado, levantei aqui uma lista de temas que estão no radar e tem potencial de balançar o mundo dos investimentos ou o que se chama de “wall of worry”, ou eventos a se superar. Há também os “unknows unkonws”, do ex-secretário dos EUA Donald Rumsfeld. Mas vamos à lista:

  • Guerra comercial
  • Guerra cambial
  • Brexit
  • Relação China/Hong Kong
  • Dívida corporativa americana
  • Dívida pública americana
  • A própria China e seu mercado de crédito (três grandes bancos já foram resgatados neste ano)
  • Irã com EUA e Arábia Saudita
  • Índia e Paquistão brigando pela Caxemira – lembre-se os dois têm bombas nucleares
  • Turquia
  • Venezuela
  • Aquecimento global/mudanças climáticas

O ponto é que esses e outros eventos estão por aí e numa segunda-feira qualquer, ou mesmo na preguiçosa sexta-feira à tarde, eles podem virar o destaque no noticiário, levando a movimentos exuberantes de fuga de risco (risk off) ou a um “sea of red” como dizem os dramáticos colegas americanos.

Sobreviver é o primeiro passo

Procurei o gestor da Vérios Investimentos, Pedro Mota, para falar do tema depois de ler alguns tuítes seus sobre o assunto. A Vérios oferece carteiras personalizadas que fazem alocações automáticas levando em conta o perfil de cada cliente. A equipe de gestão trabalha com 15 robôs que ajudam a buscar uma “carteira ótima”, além de fazer os rebalanceamento entre as diferentes classes de ativos.

https://twitter.com/PedrooLula/status/1161253283417198593?s=20

Segundo Mota, a ideia da Vérios e que também deve guiar os demais investidores é a busca por ativos não correlacionados. Pense assim: Quando o Ibovespa toma uma surra, que ativo poder estar subindo ou apanhando menos?

 “A diversificação traz a paz de espírito para você conseguir passar por essas situações. Não existe hedge perfeito, mas o primeiro passo para qualquer investidor é sobreviver ao mercado. A recuperação de uma queda de 50% em um dia é quase impossível”, explica.

Sem uma posição diversificada, o investidor tem de ter o tempo e a habilidade de fazer o que se chama de “market timing”, estando sempre comprado ou vendido em alguma coisa e, claro, acertando o tempo certo de virar a mão.

“Não é todo tipo de investidor que tem tempo e habilidade para fazer esse acompanhamento”, diz Mota.

Aqui no Brasil, diz o gestor, a lista de ativos descorrelacionados à disposição do investidor conta com os fundos quantitativos, long e short de ações, índices e ETFs e fundos de ouro. “Cada vez mais a pessoa física consegue buscar esses ativos que têm comportamento diferenciado.”

Na Vérios, diz Mota, a proteção das carteiras é feita via posições em dólar e S&P 500, também disponíveis a todos. Para quem tem certa intimidade com o mercado de ações, opções de venda (puts) também podem compor a estratégia de defesa.

Tenha um plano!

Também conversei com Adriano Cantreva, sócio da Portofino Investimentos, que faz a gestão de portfólio para cerca de 250 famílias brasileiras. Mas antes de falar sobre diversificação de investimentos seja no Brasil ou mundo, Cantreva disse que o ponto principal é ter um plano.

“As pessoas começam a investir e não têm um plano bem definido. Saber onde se quer chegar. Se e quando chega a algum lugar, é sorte”, diz Cantreva.

Então, o primeiro passo é montar esse plano (invisto para ter ganho financeiro? me aposentar? faculdade?). Feito o plano, monta-se uma estratégia de investimento e, depois disso, começa o trabalho de refinar as posições e diversificações.

Outro ponto importante é que feito o plano, siga o plano. Parece redundante falar isso, mas muitos investidores duvidam do plano quando eventos extremos acontecem.

“É nessa hora que o cara comete erro. Mesmo quem faz o plano, na hora do calor, se desvia dele.”

Só para ressaltar a importância de ter um plano de investimento, Cantreva nos diz que um investidor argentino com planejamento jamais teria 100% do seu capital investido na Argentina.

“Ninguém em sã consciência ia fazer um plano de ficar 100% comprado em Argentina dado o histórico do país”, avalia.

Fazer esse plano de investimento é particularmente importante, diz Cantreva, dentro de um cenário de juros baixos e que tendem a permanecer baixos no Brasil por longo período. CDI alto desobrigava o investidor a pensar nisso.

Pense globalmente

O Brasil, segundo Cantreva, representa algo como 3% dos ativos globais. Partindo dessa informação, o ponto para qual ele chama atenção é que por mais que você tenha, imóveis, ações, renda fixa ou qualquer outro produto, sua diversificação está restrita a 3% dos ativos mundiais.

“Tem outros 97% de ativos nos quais você não está diversificado”, explica.

Assim, não importa apenas a diversificação em classes de ativos, mas também a diversificação geográfica desses ativos.

Segundo Cantreva, temos, basicamente, três tipos de ativos. Imóveis, geralmente no país de residência. Empresa ou emprego, também onde se reside. E os ativos financeiros, que oferecem a maior oportunidade de diversificação.

“Não que seja ruim ter investimentos no Brasil, o ponto é a concentração de investimentos no mesmo mercado”, explica.

Bônus

Aproveitando que Cantreva tem 27 anos acompanhando os mercados lá de Nova York, falamos um pouco sobre a visão do gringo e porque não estamos vendo um firme fluxo de portfólio para cá.

Segundo Cantreva, o Brasil tem uma chance de ouro para decolar, para mudar de patamar. Os locais parecem entender isso, mas o estrangeiro ainda duvida se vamos conseguir entregar dessa vez. “O estrangeiro está esperando para ver.”

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DIA 83 E 84

Bolsas perdem US$ 4 trilhões com Trump — e ninguém está a salvo

14 de abril de 2025 - 11:42

Presidente norte-americano insiste em dizer que não concedeu exceções na sexta-feira (11), quando “colocou em um balde diferente” as tarifas sobre produtos tecnológicos

MERCADOS HOJE

Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta

14 de abril de 2025 - 11:27

Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos

REESTRUTURAÇÃO DA AÉREA

Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3

14 de abril de 2025 - 10:17

Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje

14 de abril de 2025 - 8:46

Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques

AOS NÚMEROS

Guerra comercial: 5 gráficos que mostram como Trump virou os mercados de cabeça para baixo

13 de abril de 2025 - 15:50

Veja os gráficos que mostram o que aconteceu com dólar, petróleo, Ibovespa, Treasuries e mais diante da guerra comercial de Trump

ESTÃO TE ESPERANDO, VÊ SE NÃO VAI DEMORAR

A lanterna dos afogados: as 25 ações para comprar depois do caos, segundo o Itaú BBA

13 de abril de 2025 - 11:59

Da construção civil ao agro, analistas revelam onde ainda há valor escondido

A LANTERNA DOS AFOGADOS

Ibovespa é um dos poucos índices sobreviventes de uma das semanas mais caóticas da história dos mercados; veja quem mais caiu

12 de abril de 2025 - 16:01

Nasdaq é o grande vencedor da semana, enquanto índices da China e Taiwan foram os que mais perderam

SEU DINHEIRO EXPLICA

Trump virou tudo do avesso (várias vezes): o resumo de uma das semanas mais caóticas da história — como ficaram dólar, Ibovespa e Wall Street

12 de abril de 2025 - 11:28

Donald Trump virou os mercados do avesso várias vezes, veja como ficaram as bolsas no mundo todo, as sete magníficas, Ibovespa e dólar

FIM DE UMA ERA

Dólar livre na Argentina: governo Milei anuncia o fim do controle conhecido como cepo cambial; veja quando passa a valer

11 de abril de 2025 - 19:58

Conhecido como cepo cambial, o mecanismo está em funcionamento no país desde 2019 e restringia o acesso da população a dólares na Argentina como forma de conter a desvalorização do peso

ATRAVESSANDO A TEMPESTATE

Bitcoin (BTC) em tempos de guerra comercial: BTG vê janela estratégica para se posicionar na maior criptomoeda do mundo

11 de abril de 2025 - 19:29

Relatório do BTG Pactual analisa os impactos das tarifas no mercado de criptomoedas e aponta que ainda há espaço para investidores saírem ganhando, mesmo em meio à volatilidade

DEU PARA SOBREVIVER

Após semana intensa, bolsas conseguem fechar no azul apesar de nova elevação tarifária pela China; ouro bate recorde a US$ 3.200

11 de abril de 2025 - 18:50

Clima ainda é de cautela nos mercados, mas dia foi de recuperação de perdas para o Ibovespa e os índices das bolsas de NY

SEXTOU COM O RUY

Gigantes da bolsa derretem com tarifas de Trump: pequenas empresas devem começar a chamar a atenção

11 de abril de 2025 - 6:03

Enquanto o mercado tenta entender como as tarifas de Trump ajudam ou atrapalham algumas empresas grandes, outras nanicas com atuação exclusivamente local continuam sua rotina como se (quase) nada tivesse acontecido

MERCADOS HOJE

Tarifa total de 145% dos EUA sobre a China volta a derrubar bolsas — Dow perde mais de 1 mil pontos e Ibovespa cai 1,13%; dólar sobe a R$ 5,8988

10 de abril de 2025 - 12:29

A euforia da sessão anterior deu lugar às incertezas provocadas pela guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo; Wall Street e B3 devolvem ganhos nesta quinta-feira (10)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA

10 de abril de 2025 - 8:12

Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão

VALE A PENA?

Não foi só o Banco Master: entre os CDBs mais rentáveis de março, prefixado do Santander paga 15,72%, e banco chinês oferece 9,4% + IPCA

9 de abril de 2025 - 18:35

Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado; no mês passado, estoque de CDBs no país chegou a R$ 2,57 trilhões, alta de 14,3% na base anual

VIVENDO E APRENDENDO

Bank of America projeta recuperação das empresas de educação e tem uma ação preferida do setor; saiba qual é

9 de abril de 2025 - 17:34

Para o BofA, a tendência é que a valorização continue, especialmente após desempenho que superou o Ibovespa em 35 pontos percentuais

BOTA CASACO, TIRA CASACO

Mercados disparam e dólar cai a R$ 5,84 com anúncio de Trump: presidente irá pausar por 90 dias tarifas de países que não retaliaram 

9 de abril de 2025 - 14:46

Em sua conta na Truth Social, o presidente também anunciou que irá aumentar as tarifas contra China para 125% 

PETRÓLEO NO VERMELHO

Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora

9 de abril de 2025 - 12:22

O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump

“ME DÁ, QUE DOU DE VOLTA”

Outro dia de pânico: dólar passa dos R$ 6 com escalada da guerra comercial entre EUA e China

9 de abril de 2025 - 10:30

Com temor de recessão global, petróleo desaba e ações da Europa caem 4%

TIRA CASACO, BOTA CASACO

Sem pílula de veneno: Casas Bahia (BHIA3) derruba barreira contra ofertas hostis; decisão segue recuo de Michael Klein na disputa por cadeira no conselho

9 de abril de 2025 - 10:06

Entre as medidas que seriam discutidas em AGE, que foi cancelada pela varejista, estava uma potencial alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill; entenda

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar