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Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
Entrevista exclusiva

Recessão está na nossa porta – é hora de proteger seu dinheiro, diz NCH Capital

Para James Gulbrandsen, no ‘planeta Faria Lima’, ninguém está prestando atenção ao ciclo econômico, que está gritando ‘redução de risco’ na nossa cara. A visão dele é que a hora é de proteger o capital.

Eduardo Campos
Eduardo Campos
27 de junho de 2019
5:18 - atualizado às 21:54
James Gulbrandsen
“A maior parte do fundo é nosso dinheiro. Não aceitamos perda”, diz James Gulbrandsen da NCH Capital - Imagem: Assessoria

Num dos meus passeios pelo “Twitter”, que tem se mostrado um fórum interessante de debates sobre economia e mercados, deparei-me com duas visões distintas sobre um tema que gosto: ciclos econômicos e Howard Marks. Uma falando que o momento atual é o começo de um ciclo, com chance de firme valorização da bolsa, uma grande oportunidade para você, investidor, “se consagrar” na renda variável. Outra pensa o contrário: a recessão está na porta e a hora é de proteger o que você tem na conta. Fiquei intrigado e chamei ambos para a conversa.

O primeiro papo foi com o chefe de investimentos (CIO) da NCH Capital, James Gulbrandsen. Ele citou Howard Marks e seus estudos sobre ciclos econômicos para explicar por que tem uma posição divergente de boa parte dos colegas do mercado, ao menos no curto prazo. O outro papo, com o economista-chefe da Guide Investimentos, Victor Candido, vou deixar para amanhã (sexta, dia 28).

“Estou em São Paulo quase todas as semanas. A percepção do planeta Faria Lima é todo mundo comprado e achando que a reforma da Previdência será de um trilhão. Ninguém está prestando atenção ao ciclo natural, que está na nossa cara gritando para redução de risco”, explica Gulbrandsen.

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A NCH é uma gestora americana com mais de R$ 12 bilhões na carteira. Está no Brasil desde 2010, onde a operação é coordenada por Gulbrandsen e sua equipe, que também acompanham oportunidades de investimento na América Latina.

O escritório do Rio de Janeiro virou a sede mundial dos fundos de equity. São 25 fundos sendo cinco deles aqui no Brasil. O Maracanã FIA tem cerca de R$ 100 milhões de patrimônio. Há outros dois long biased, com estratégia similar à do Maracanã FIA, mas com títulos públicos em carteira. E outros dois fundos com estratégia long short.

“A maior parte do fundo é nosso dinheiro. Não aceitamos perda”, resume Gulbrandsen.

James Gulbrandsen se apresenta como um texano brasileiro e conta que sua história com o país tem mais de 20 anos. Com passagens pelo JP Morgan e Morgan Stanley, ele trabalhou nos processos de privatizações do fim dos anos 1990, depois de ter aprendido a falar português após uma temporada em Portugal entre 1992 e 1994.

Respeite os ciclos

Gulbrandsen destaca a diretriz fundamentalista da NCH e o uso de um software proprietário capaz de analisar milhares de dados econômicos do Brasil e do exterior.

Ciclos econômicos, diz Gulbrandsen, têm de ser respeitados e a melhor forma de proteger capital é reduzir risco quando os dados comprovam que o ciclo está virando de positivo para negativo e aumentar risco quando o ciclo está mudando de negativo para positivo.

“Criamos sistemas para nos alertar e para nos ajudar a entender em que ponto do ciclo estamos. E não só o Brasil, mas em todos países do mundo, com o destaque sendo os EUA, o ciclo econômico está ou negativo ou virando bastante para negativo”, explica.

Gulbrandsen lembra que faz ao menos três meses que seu conjunto de dados está alertando para um risco de recessão no Brasil e que o Comitê de Política Monetária (Copom) já deveria ter começado a cortar a taxa básica de juros, a Selic, faz tempo.

“O ciclo está na nossa cara. A recessão está na nossa porta agora. Dentro de três a seis meses não enxergo muita probabilidade de que o ciclo natural não vá bater no mercado”, afirma.

Tem chance de melhora?

Segundo Gulbrandsen, as reformas são algo importante e pela primeira vez em 20 anos temos um economista liberal ocupando um cargo relevante.

Ele lembra que a reforma tributária feita os EUA em 2017 fez o ciclo econômico positivo ser prolongado por lá. O mesmo pode acontecer por aqui, com uma aprovação da reforma da Previdência e outras ações de Paulo Guedes e equipe. Mas o que preocupa Gulbrandsen é “o agora”.

“Não estou prevendo crise aqui. Reconhecemos que se a reforma sair perto de R$ 1 trilhão podemos reverter um pouco o momento negativo do ciclo atual, mas duvido que isso tenha efeito no curto prazo”, explica.

Se fosse uma reforma tributária, pondera o especialista, o impacto no curto prazo seria muito maior, o que o faria adotar postura menos cautelosa. Agora, explica Gulbrandsen, a reforma da Previdência “é o que é”, uma medida com impacto em dez anos.

“Não é uma salvação imediata. Ajuda sim, é necessária, pode melhorar a confiança. Mas não é algo que vai reverter a nossa realidade.”

Gulbrandsen reforça que seu cenário não é de uma queda de 20% ou mais do Ibovespa, mas que ele está respeitando o fato de que quanto mais caro e quanto menor o impulso econômico, maior a probabilidade de se perder dinheiro.

Para o especialista, esse ciclo natural negativo não vai ser grave. Tomando como base seu software de detecção de ciclos econômicos, Gulbrandsen afirma que em meados de 2020 os EUA vão acelerar novamente, assim como o Brasil e o resto da economia mundial. Algo parecido com o observado em 2017, um crescimento global coordenado.

Não dá para ser binário

Segundo Gulbrandsen, outro ponto na filosofia de gestão da casa é não ficar em situações binárias.

“Estou pessimista, mas não quer dizer que estou em situação binária, completamente vendido. Estou diminuindo risco, aumentando caixa, comprando proteções. Respeitando a probabilidade de que o ciclo econômico é que vai mandar tanto aqui quanto lá fora”, avalia.

Perguntei a Gulbrandsen se o investidor local está achando que “desta vez é diferente”, fazendo referência, justamente, ao último memo de investimento de Howard Marks, onde ele alerta que os investidores nos EUA parecem acreditar que o “bull market” vai durar para sempre, mesmo que algumas condições restritivas históricas estejam sendo solenemente ignoradas no momento atual.

Gulbrandsen disse que tem um pouco essa sensação e que, de fato, desta vez pode ser um pouco diferente sim. O que preocupa o gestor é que os “analistas estão esquecendo de ser analistas de ações”.

“Tenho passado ao menos um dia por semana em São Paulo, conversando com outros gestores e investidores. Me impressiona e me preocupa que a maioria dos analistas viraram cientistas políticos. Ninguém quer saber por que a empresa X está negociada com um múltiplo de 30 vezes o lucro. Todas as discussões são sobre qual é sua conta da reforma. Cara, não faço ideia”, diz.

Quero ser um fundo de varejo

Gulbrandsen também destaca o “approach diferente” da sua gestão na NCH.

“Eu acredito muito, passo muito mais tempo e gasto dinheiro focando no público em geral. Quero ser um fundo de varejo mesmo. Quero os institucionais também, não dá para dizer não para eles. Mas acreditamos muito no desenvolvimento do investimento da pessoa física. ”

Ele destaca a aplicação mínima de R$ 1 mil nos produtos da gestora e reforça o investimento das economias dele e da equipe nos fundos da casa.

“Somos uma empresa grande, com recursos que nos permitem tomar a postura de ‘vamos agregar cotistas pessoa física ao longo do tempo’. Em 10 anos, acreditamos que teremos bilhões e bilhões sob gestão”, afirma.

Para Gulbrandsen, o sucesso de Paulo Guedes é essencial também para o desenvolvimento do mercado. A redução do Estado vai tornar o juro baixo uma realidade, levando mais e mais investimentos para a bolsa de valores.

Na visão do especialista, a resiliência recente da bolsa brasileira decorre do que ele chama de uma conversão natural de fundos de pensão e outros grandes investidores. Com baixa alocação em bolsa, esses investidores têm de sair da renda fixa e buscar retorno na bolsa. “Não dá mais para comprar NTN-B e ir para praia”, brinca.

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