Quer taxa de juro? Tem cadeira cativa na “dívida” e uma boa alternativa
Juro menor (e ele já caiu muito) convida investidores a explorar outros ativos, sobretudo, ações. As privatizações devem gerar caixa para abater a trilionária dívida pública. Mas isso também leva tempo.
Nessa vida apressada e arriscada, quem não quer proteção 24 horas por dia? Todo mundo quer. Eu quero e você também, não é mesmo? É bem verdade que, apesar da demanda e até da torcida, proteção não aparece todo dia. Um tipo, em particular, demorou a chegar, mas valeu a pena. Ganhou fama. E, embora preparado para agradar às mulheres, um “cinquentão” conquistou todo mundo ao garantir que até na hora do aperto “sempre cabe mais um!”.
Você se lembrou do Rexona? Então, acertou! Mas apenas se pensou no sabonete desodorante lançado no Brasil, pela Unilever, em 1967. A marca de desodorante mais vendida no mundo – criada por uma médica australiana em 1908 e consagrada pela “intensa proteção 24h” em 1990 – ganhou o slogan contagiante que é repetido ainda hoje por jovens que nem imaginam de onde vem a frase que remete à empurra-empurra e à vida que segue...
Não à toa, me recordo do Rexona ao pesquisar os dados da dívida pública brasileira , que hoje alcança 5 trilhões de reais. São muitos trilhões nas mãos de um número incontável de investidores. Só no Tesouro Direto são mais de 4 milhões autorizados a comprar e a vender os papéis garantidos pelo governo brasileiro – 4 vezes o número de CPFs que podem operar na Bolsa. É uma multidão, concorda? A queda da taxa de juro combinada a privatizações pode mudar esse cenário, mas vai levar um tempo.
Juro menor (e ele já caiu muito) convida investidores a explorar outros ativos, sobretudo, ações. As privatizações devem gerar caixa para abater a trilionária dívida pública. Mas isso também leva tempo.
Se você é um desses (muitos) investidores, fique ciente da importância da sua aplicação para que o país mantenha as contas em dia e também de que o Brasil deve experimentar, em breve, mais uma relevante mudança na sua taxa básica de juro. Há mais de um ano em 6,50 por cento, a taxa Selic deve cair a 5 por cento. Parece pouco, mas não é. No início do atual ciclo de baixa, em outubro de 2015, a Selic nominal era de 14,25 por cento.
Foi um tombo e tanto do juro nominal. E esse tombo levou a um ajuste não menos importante do juro real, que passou de 7,43 por cento para 2,31 por cento. O Brasil, que há quatro anos pagava o maior juro real do mundo, agora ocupa a 7ª posição no Ranking de Juros Reais que reúne 40 países.
Leia Também
Para baixo todo santo ajuda
Nesse ranking, construído pelo economista-chefe da Infinity Asset Management, Jason Vieira, e atualizado há quase duas décadas – a partir de juros prefixados em 12 meses, descontada a inflação projetada em igual período –, o juro real médio de 40 países era negativo em 1,3 por cento em 2015, enquanto o juro real brasuca era de 7,43. Agora, a relação é de 0,31 por cento para 2,31 por cento. Nossa taxa, mesmo ladeira abaixo, é 7 vezes maior que a média global. E isso é juro pra caramba!
Aprovada a reforma da Previdência, a Selic deve renovar o recorde histórico de baixa, chegando a 5 por cento, calcula Felipe Miranda, estrategista-chefe e CEO da Empiricus. Eu concordo com o Felipe e com a avaliação de que a economia apática e a inflação abaixo da meta recomendam juro menor, sem contar que, ao reduzir o juro, o Banco Central – via Copom – estará alinhando sua taxa básica ao eixo internacional.
Os maiores bancos centrais do planeta – Federal Reserve, Banco Central Europeu e o Banco do Japão – vêm alertando para uma nova onda de alívio monetário ou de expansão de liquidez. Ainda que essa nova onda tenha efeitos discutíveis sobre a atividade econômica com ajuda modesta para reerguer as economias que estão patinando, aos bancos centrais não resta muito a fazer. Nós já assistimos a esse filme...O principal instrumento que eles podem usar para estimular o setor produtivo é a taxa de juro e, nas principais economias, o juro está próximo de zero.
Decididamente, esse não é o caso do Brasil. Uma conta simples mostra que a nossa taxa básica pode encarar uma dieta! Com Selic a 5 por cento, o juro real cairia a 1,27 por cento. Essa mudança seria suficiente para arrastar o país da 7ª para a 11ª posição no ranking global de juros reais, caso os demais BCs não alterassem suas taxas nas próximas reuniões de política monetária. Seria suficiente para fazer a economia bombar? Provavelmente não, mas ajudaria em muito. Não é de hoje que técnicos do BC alertam para a pressão que o crédito direcionado (a determinados setores e a juros subsidiados) exerce contra a Selic.
Contudo, quando a Selic encolhe, a diferença entre taxas de juros praticadas no sistema bancário também diminui. O resultado é uma política monetária mais efetiva para o objetivo maior do BC do Brasil, que é manter a inflação sob controle. E a inflação está sob controle!
Alternativas atraentes
A queda do juro real, de 7,43 por cento em 2015 para 1,27 por cento, como mencionei acima, leva em conta duas estimativas: Selic nominal em 5 por cento ao final de 12 meses e inflação IPCA de 3,68 por cento também ao final de 12 meses. Essa é a projeção divulgada na pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira (1º).
Juro real de 1,27 por cento não está nada mau do ponto de vista macroeconômico, ante o passado recente, não é mesmo? Mas, para o investidor, essa queda é um convite para pensar em alternativas (e não apenas em renda variável) para rentabilizar o seu dinheiro. A renda fixa tem atrativos, como informa Luiz Rogé, editor da série High Yield (HY) da Empiricus. Apenas em junho, a carteira HY – Renda Fixa rendeu mais de 260 por cento do CDI – ou 1,24 por cento em termos nominais!
Atentos à trajetória dos juros, na última edição da série High Yield, Rogé e o editor-assistente, Marx Silveira, sugerem realocações que podem dar uma nova dinâmica para a renda fixa.
Rogé e Marx sugerem reduzir a aplicação em títulos públicos remunerados pelo IPCA e prefixados e substituir parte desses ativos por investimento em debêntures de infraestrutura.
Rogé explica que os títulos públicos – e juros em geral – vêm testando mínimas históricas, em função de maior otimismo com as perspectivas para a economia brasileira. Devido a esse movimento, a quase totalidade do potencial de ganho desses títulos já foi precificada e, portanto, sobrou pouco para ganhar daqui em diante.
Aplicações em debêntures de infraestrutura são atraentes alternativas de investimentos, lembra o editor, que ressalta, por exemplo, o fato de que os fundos de debêntures incentivadas são isentos de IR, possibilitam a diversificação do risco de crédito de emissores privados, aumentam a liquidez para o investidor e contam com equipes de gestão especializadas para escolher os ativos da carteira do fundo e negociar taxas atrativas, que vão reverter em maior rentabilidade para os cotistas.
Foco na votação da reforma e sangria no câmbio
O feriado pela Independência dos Estados Unidos, que suspende os negócios em Nova York, coloca o mercado global em marcha lenta nesta quinta-feira. Isso também vale para o mercado local em condições ideais de temperatura e pressão, mas hoje pode ser diferente. A tensão instalada ontem na comissão especial da Câmara em torno do relatório da reforma da Previdência recomenda maior atenção aos movimentos do governo e do Congresso. Aos trancos e barrancos, o relatório foi lido madrugada adentro pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). A votação deve ocorrer hoje e deve levar o dia todo. Até a madrugada desta quinta-feira, 138 destaques ao texto haviam sido apresentados. Desses, 25 eram de bancada. Isso quer dizer que esses destaques não podem ser votados em bloco e exigem discussão um a um.
Apesar da turbulência em Brasília, ontem o Ibovespa sustentou 102 mil pontos e o dólar recuou ao patamar de 3,82 reais. Nesta manhã, a Bolsa abre em forte alta. O Ibovespa Futuro ultrapassa com folga 103 mil pontos. O dólar rompeu o suporte de 3,80 reais e é coado a 3,7983 reais.
A atualização de dados do mercado de câmbio merece atenção. Em junho, deixaram o Brasil 8,286 bilhões de dólares acima do ingresso de divisa. Apenas na última semana, ocorreu a revoada de 8,628 bilhões de dólares. Eduardo Campos, repórter do Seu Dinheiro, conta que, em 12 meses até junho, o fluxo cambial é negativo em 28,543 bilhões. O Brasil só perdeu montante comparável no início de 1999, quando adotou o regime de câmbio flutuante.
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
Está com pressa por quê? O recado do chefão do BC dos EUA sobre os juros que desanimou o mercado
As bolsas em Nova York aceleraram as perdas e, por aqui, o Ibovespa chegou a inverter o sinal e operar no vermelho depois das declarações de Jerome Powell; veja o que ele disse
A escalada sem fim da Selic: Campos Neto deixa pulga atrás da orelha sobre patamar dos juros; saiba tudo o que pensa o presidente do BC sobre esse e outros temas
As primeiras declarações públicas de RCN depois da divulgação da ata do Copom, na última terça-feira (12), dialogam com o teor do comunicado e do próprio resumo da reunião
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA
Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar
Voltado para a aposentadoria, Tesouro RendA+ chega a cair 30% em 2024; investidor deve fazer algo a respeito?
Quem comprou esses títulos públicos no Tesouro Direto pode até estar pensando no longo prazo, mas deve estar incomodado com o desempenho vermelho da carteira
Bitcoin (BTC) se aproxima dos US$ 90 mil, mas ainda é possível chegar aos US$ 100 mil? Veja o que dizem especialistas
A maior criptomoeda do mundo voltou a registrar alta de mais de três dígitos no acumulado de 2024 — com as profecias do meio do ano se realizando uma a uma
Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado
Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo
Stuhlberger compra bitcoin (BTC) na véspera da eleição de Trump enquanto o lendário fundo Verde segue zerado na bolsa brasileira
O Verde se antecipou ao retorno do republicano à Casa Branca e construiu uma “pequena posição comprada” na maior criptomoeda do mundo antes das eleições norte-americanas
Em ritmo de festa: Ibovespa começa semana à espera da prévia do PIB; Wall Street amanhece em alta
Bolsas internacionais operam em alta e dão o tom dos mercados nesta segunda-feira; investidores nacionais calibram expectativas sobre um possível rali do Ibovespa
Agenda econômica: Prévia do PIB é destaque em semana com feriado no Brasil e inflação nos EUA
A agenda econômica da semana ainda conta com divulgação da ata da última reunião do Copom e do relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)
Renda fixa apimentada: “Têm nomes que nem pagando CDI + 15% a gente quer”; gestora da Ibiuna comenta sobre risco de bolha em debêntures
No episódio da semana do podcast Touros e Ursos, Vivian Lee comenta sobre o mercado de crédito e onde estão os principais riscos e oportunidades
7% ao ano acima da inflação: 2 títulos públicos e 10 papéis isentos de IR para aproveitar o retorno gordo da renda fixa
Com a alta dos juros, taxas da renda fixa indexada à inflação estão em níveis historicamente elevados, e em títulos privados isentos de IR já chegam a ultrapassar os 7% ao ano + IPCA
Selic sobe para 11,25% ao ano e analista aponta 8 ações para buscar lucros de até 87,5% ‘sem bancar o herói’
Analista aponta ações de qualidade, com resultados robustos e baixo nível de endividamento que ainda podem surpreender investidores com valorizações de até 87,5% mais dividendos
Carne com tomate no forno elétrico: o que levou o IPCA estourar a meta de inflação às vésperas da saída de Campos Neto
Inflação acelera tanto na leitura mensal quanto no acumulado em 12 meses até outubro e mantém pressão sobre o BC por mais juros