Eletrobras, Via Varejo, JBS e mais 15 empresas divulgam balanços nesta semana. Saiba o que esperar de cada um deles
Últimos dias de resultados financeiros prometem ser tão movimentados quanto os das semanas anteriores, com dezoito empresas soltando números
Quem cresceu em casa de parentes mineiros sabe: a tal da "raspa do tacho" é uma das partes de refeições que mais guardam surpresas – sejam elas positivas, como um tempero mais acentuado, sejam negativas, como um queimado no fundo da panela. É mais ou menos assim que os investidores poderão se sentir nesta semana, a última da temporada de balanços do terceiro trimestre do ano.
Os últimos pregões de resultados financeiros prometem ser tão movimentados quanto os das semanas anteriores. E motivos não faltam, já que dezoito empresas listadas no Ibovespa devem soltar balanços nos próximos dias. Entre elas estão pesos-pesados como Eletrobras, JBS e Via Varejo.
Abaixo você confere o que esperar de cada uma dessas empresas.
Frigoríficos dão a volta por cima
Quem tem tudo para entregar resultados positivos no terceiro trimestre é o setor de frigoríficos. A expectativa dos analistas é que as duas principais empresas do ramo listadas no Ibovespa (JBS e Marfrig) apresentem balanços mais fortes do que no mesmo período do ano passado.
No caso da JBS, o lucro líquido deve mais do que dobrar no terceiro período do ano na comparação com 2018, passando de R$ 401,2 milhões para R$ 859,6 milhões. Vale lembrar que no segundo trimestre o balanço da companhia já tinha vindo forte, com um lucro bilionário que agradou (e muito) os investidores.
Leia Também
A JBS também deve registrar aumento tanto na geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) como na receita líquida, que devem alcançar R$ 5,3 bilhões e R$ 51,8 bilhões, respectivamente.
- Lucro líquido: R$ 859,6 milhões (↑114,2%)
- Ebitda: R$ 5,392 bilhões (↑22,5%)
- Receita Líquida: R$ 51,849 bilhões (↑4,9%)
Já para a Marfrig, o terceiro trimestre deve reafirmar a tendência de recuperação financeira, após um 2018 para lá de difícil. Mais uma vez, a companhia deve reverter um prejuízo registrado no terceiro trimestre do ano passado (R$ -80,4 milhões) e fechar com lucro líquido neste ano. Os analistas projetam uma cifra de R$ 257,8 milhões, de acordo com a Bloomberg.
O Ebitda da processadora de carnes deve fechar em R$ 1,363 bilhão (contra R$ 1,080 bilhão apurados um ano antes). Já a receita líquida da empresa deve subir de R$ 11,089 bilhões para R$ 12,605 bilhões.
- Lucro líquido: R$ 257,833 milhões (ante prejuízo de R$ 80,439 milhões)
- Ebitda: R$ 1,363 bilhão (↑26,20%)
- Receita Líquida: R$ 12,605 bilhões (↑13,67%)
A reviravolta financeira da Marfrig vem em um momento bastante especial, já que a empresa começou a navegar em águas misteriosas ao lançar produtos de linha vegana. O potencial é enorme, vide a mega-parceria da empresa com o Burger King para a comercialização de um hambúrguer 100% vegano. Os novos planos também incluem a exportação de carnes veganas para pelo menos quatro países.
Eletrobras revisita o lucro
No centro de um dos debates políticos mais calorosos de Brasília, a Eletrobras é outra companhia que deve reverter um prejuízo no terceiro trimestre de 2018, repetindo o desempenho observado no segundo trimestre. Para o balanço, os analistas esperam um lucro de R$ 644 milhões, contra resultado negativo de R$ 1,621 bilhão no mesmo período do ano passado.
A receita líquida também deve subir, de R$ 1,748 bilhão um ano antes para R$ 1,776 bilhão agora. Já a receita líquida da empresa deve registrar queda, alcançando R$ 6,548 bilhões.
- Lucro líquido: R$ 644 milhões (ante prejuízo de R$ 1,621 bilhão)
- Ebitda: R$ 1,776 bilhão (↑1,60%)
- Receita Líquida: R$ 6,548 bilhões (↓26,72%)
A notícia de mais um lucro trimestral não poderia vir em melhor hora para quem investe nas ações da empresa. Os papéis, que ostentam uma alta de quase 70% no ano, ganharam fôlego extra na bolsa após a notícia de que o governo fará um aumento de capital na companhia, rumo à privatização. Se o lucro se confirmar, essa tendência de alta tem tudo para se acentuar.
Embraer: nem tudo são flores
Enquanto algumas empresas ostentam lucros invejáveis, outras param no atoleiro. Esse último caso é o da Embraer, que continua vivendo momentos difíceis no mercado. A empresa até conseguiu reverter um prejuízo no segundo trimestre e apresentar lucro atribuído aos acionistas de R$ 26,1 milhões, mas esse feito não deve se repetir no balanço referente ao período de julho a setembro. Com expectativa de forte queda na geração de caixa, a empresa deve fechar com prejuízo de R$ 116,067 milhões, 104% acima do resultado negativo do mesmo período do ano passado.
- Prejuízo líquido: R$ 116,067 milhões (ante prejuízo de R$ 51,987 milhões)
- Ebitda: R$ 267 milhões (↓35,19%)
- Receita Líquida: R$ 5,524 bilhões (↑20,59%)
Fora da contabilidade, o céu também está longe de abrir para a fabricante de aeronaves. O projeto de joint venture com a Boeing, tido como a salvação dos negócios da Embraer, segue parado no Brasil e ainda é alvo de investigações pela Justiça europeia. Para piorar, a parceira Boeing vive um de seus momentos mais delicados após graves incidentes envolvendo duas de suas aeronaves, sob risco inclusive de falência.
Via Varejo: um processo de retomada
Se pudesse definir em uma palavra o que significou o terceiro trimestre para a Via Varejo, sem dúvidas essa palavra seria "transformação". Desde que Michael Klein assumiu o controle da companhia, isso lá em junho, o negócio da dona das Casas Bahia vem vivendo uma série de mudanças. Em agosto, a empresa contratou a consultoria McKinsey para atuar diretamente em sua transformação digital, que incluiu, por exemplo, um reposicionamento de marcas.
Mas ao que tudo indica o megaprojeto de Klein ainda não foi capaz de reverter os resultados negativos que a empresa vem apresentando desde o fim do ano passado. Pelo quinto trimestre consecutivo, a Via Varejo deve apresentar prejuízo líquido, fechando o período com uma perda de R$ 11,880 milhões.
Há de se notar que, apesar de seguir no vermelho, o número deve vir bem melhor do que os R$ 67,120 milhões de prejuízo no terceiro trimestre de 2018 ou até mesmo o prejuízo de R$ 154 milhões do segundo período de 2019.
Prejuízos à parte, você deve ficar atento ao desempenho do Ebitda da empresa. Ali as transformações promovidas pela nova diretoria devem surtir mais efeito, já que os analistas projetam uma geração de caixa de R$ 310,2 milhões no terceiro trimestre, uma alta de 92% na comparação anual.
- Prejuízo líquido: R$ 11,880 milhões (↓82%)
- Ebitda: R$ 310,200 milhões (↑92%)
- Receita Líquida: R$ 6,153 bilhões (↓3,51%)
A raspa do tacho dos balanços
Outros treze balanços devem fechar a temporada do terceiro trimestre em grande estilo. E se engana quem pensa que se tratam de negócios de menor peso. Entre os resultados previstos estão a gigante de cosméticos Natura, que está com tudo no mercado após a compra da Avon. Separei para você uma lista com as principais projeções para cada empresa, que vão te ajudar a compreender os resultados assim que eles forem divulgados.
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
Quais os planos da BRF com a compra da fábrica de alimentos na China por US$ 43 milhões
Empresa deve investir outros US$ 36 milhões para dobrar a capacidade da nova unidade, que abre caminho para expansão de oferta
R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações
Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Equatorial (EQTL3) tem retorno de inflação +20% ao ano desde 2010 – a gigante de energia pode gerar mais frutos após o 3T24?
Ações da Equatorial saltaram na bolsa após resultados fortes do 3º tri; analistas do BTG calculam se papel pode subir mais após disparada nos últimos anos
Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo
Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio
Grupo Mateus: Santander estabelece novo preço-alvo para GMAT3 e prevê valorização de 33% para as ações em 2025; saiba se é hora de comprar
O banco reduziu o preço-alvo para os papéis da varejista de alimentos em relação à 2024, mas mantém otimismo com crescimento e parceria estratégica
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Inscrições para o programa da XP e Copa Energia acabam hoje (18); confira essas e outras vagas para estágio e trainee com bolsa-auxílio de até R$ 7,6 mil
Os aprovados nos programas de estágio e trainee devem começar a atuar a partir do primeiro semestre de 2025; as inscrições ocorrem durante todo o ano
Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) voltam a ficar no radar das privatizações e analistas dizem qual das duas tem mais chance de brilhar
Ambas as empresas já possuem capital aberto na bolsa, mas o governo mineiro é quem detém o controle das empresas como acionista majoritário
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas
CEO da AgroGalaxy (AGXY3) entra para o conselho após debandada do alto escalão; empresa chama acionistas para assembleia no mês que vem
Além do diretor-presidente, outros dois conselheiros foram nomeados; o trio terá mandato até a AGE marcada para meados de dezembro
Ações do Alibaba caem 2% em Nova York após melhora dos resultados trimestrais. Por que o mercado torce o nariz para a gigante chinesa?
Embora o resultado do grupo tenha crescido em algumas métricas no trimestre encerrado em setembro, ficaram abaixo das projeções do mercado — mas não é só isso que explica a baixa dos ativos
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
Streaming e sucessos de bilheteria salvam o ‘cofre do Tio Patinhas’ e garantem lucro no balanço da Disney
Para CFO da empresa, investidores precisam entender “não apenas os resultados atuais do negócio, mas também o retorno dos investimentos”
Acendeu a luz roxa? Ações do Nubank caem forte mesmo depois do bom balanço no 3T24; Itaú BBA rebaixa recomendação
Relatório aponta potencial piora do mercado de crédito em 2025, o que pode impactar o custo dos empréstimos feitos pelo banco
Agro é pop, mas também é risco para o Banco do Brasil (BBAS3)? CEO fala de inadimplência, provisões e do futuro do banco
Redução no preço das commodities, margens apertadas e os fenômenos climáticos extremos afetam em cheio o principal segmento do BB
A surpresa de um dividendo bilionário: ações da Marfrig (MRFG3) chegam a saltar 8% após lucro acompanhado de distribuição farta ao acionista. Vale a compra?
Os papéis lideram a ponta positiva do Ibovespa nesta quinta-feira (14), mas tem bancão cauteloso com o desempenho financeiro da companhia; entenda os motivos
Depois de chegar a valer menos de R$ 0,10 na bolsa, ação da Americanas (AMER3) dispara 175% após balanço do 3T24 — o jogo virou para a varejista?
Nos últimos meses, a companhia vinha enfrentando uma sequência de perdas, conforme os balanços de 2023 e do primeiro semestre de 2024, publicados após diversos adiamentos
Menin diz que resultado do grupo MRV no 3T24 deve ser comemorado, mas ações liberam baixas do Ibovespa. Por que MRVE3 cai após o balanço?
Os ativos já chegaram a recuar mais de 7% na manhã desta quinta-feira (14); entenda os motivos e saiba o que fazer com os papéis agora