Começou a temporada! Petrobras, Vale e Lojas Renner divulgam balanços nesta semana
Nada menos que oito empresas que fazem parte do Ibovespa divulgam resultados do terceiro trimestre até sexta-feira. A rodada começa na quarta com Localiza e Weg. Os números de Vale, Fleury, Petrobras e Lojas Renner saem no dia seguinte e a semana fecha com Hypera e Usiminas. Saiba o que esperar dos balanços
Mais um trimestre se passou e entramos na reta final de 2019. Mas ainda é tempo de resgatar aquela lista de metas de ano novo não cumpridas e começar um projeto que ficou para depois. Se investir na bolsa está nos seus objetivos, vale a pena ficar atento aos balanços do terceiro trimestre das empresas, que começam a ser divulgados nesta semana.
Para quem cumpriu a meta e colocou um pé no mercado de ações, é mais importante ainda ficar atento, já que os balanços costumam apontar tendências do que pode acontecer com as cotações dos papéis.
E não é porque está começando que será uma partida morna. Nada menos que oito empresas que fazem parte do Ibovespa divulgam resultados na primeira semana. No primeiro dia, 23, Localiza e Weg estreiam a rodada, seguidas de Vale, Fleury, Petrobras e Lojas Renner no dia seguinte, 24. A semana fecha com Hypera e Usiminas, na sexta-feira, 25.
Junto com as datas, reunimos as projeções de analistas do mercado financeiro compiladas pela Bloomberg, para você poder preparar o coração para o que vem por aí.
A seguir eu conto mais sobre as três empresas "headliners" da semana e o que esperar dos resultados. Você não vai perder os grandes shows do festival, né?
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Surfando no petróleo árabe
Para começar a se programar sobre o trimestre da Petrobras, é necessário se atentar na atual crise do petróleo. No dia 14 de setembro deste ano, o campo petrolífero de Khurais e o fábrica de processamento e petróleo em Abqaiq, ambos da empresa saudita Samco foram atacados por drones.
Com os ataques, a Arábia Saudita anunciou que reduziria sua produção de petróleo pela metade. Os país árabe é o maior produtor mundial do óleo, com 8% da valor mundial. Foi ai que a Petrobras viu sua hora de brilhar.
Na segunda-feira seguinte, 16 de setembro, o preço do petróleo disparou na bolsa. As ações da estatal subiram na esteira.
Analistas e operadores ressaltam, no entanto, que há dúvidas quanto à capacidade de a Petrobras repassar o aumento nos preços do petróleo. No passado recente, altas no valor dos combustíveis provocaram reações negativas por parte da sociedade e culminaram na greve dos caminhoneiros que parou o país em 2018. Entenda melhor nesta matéria aqui.
Outro destaque da Petrobras foi a produção de óleo e LGN, que atingiu 2,264 milhões de barris por dia (bpd), o que representa uma alta de 16,9% ante os 1,937 milhões de bpd no mesmo trimestre de 2018.
A estatal conseguiu bater novos recordes de produção diários, deixando para trás as dificuldades enfrentadas no trimestre anterior em algumas áreas de produção e reforçando sua perspectiva para 2019.
O programa de venda de ativos também tem ajudado a turbinar os resultados da Petrobras. No trimestre passado, a privatização de subsidiárias rendeu R$ 21,2 bilhões aos cofres da companhia. No período, a empresa fechou uma grande negociação para se desfazer da Transportadora Associada de Gás (TAG).
Confira a seguir a estimativa média dos analistas para os resultados da estatal:
Entre China e Brumadinho
O resultado trimestral da Vale deve gravitar em torno de dois grandes fatores: o PIB chinês e as consequências da tragédia de Brumadinho.
Enquanto a Petrobras surfa na crise de fora, a mineradora sofre com os respingos da gringa. Mais precisamente da China, grande comprador dos produtos da empresa e que sofre as consequências da guerra comercial com os Estados Unidos.
Na última quinta-feira, 17, o governo chines divulgou que o PIB deve crescer 6% em base anual, o menor já visto desde 1992. A leitura marca o ritmo mais lento de crescimento da economia, influenciando a longo prazo as importações do gigante asiático.
Em linhas gerais, o minério de ferro passou por dois momentos distintos neste ano: de janeiro a julho, a commodity teve uma forte valorização, chegando a superar a marca de US$ 120 a tonelada. Mas, desde então, um intenso movimento de correção atingiu esse mercado.
No fim de agosto, o minério era negociado em níveis próximos a US$ 80, recuperou parte do terreno perdido e voltou a valer cerca de US$ 99, mas, ainda assim, acumula perdas de mais de 15% em relação ao pico de 2019.
Essa mudança nos preços, como já foi dito acima, possui estreita relação com o acirramento da guerra comercial e os temores de desaceleração econômica global. Mas, no caso da Vale, há outros agravantes.
Pode ser que a lama tenha secado no interior de Minas, mas as perdas humanas, de fauna e flora ainda se refletem para a mineradora.
No primeiro trimestre deste ano, a Vale precisou fazer uma provisão de US$ 4,5 bilhões no balanço em função de multas ambientais, processos, acordos e outros fatores relacionados a Brumadinho. Com isso, a mineradora teve um prejuízo líquido de US$ 1,642 bilhão entre janeiro e março.
No segundo trimestre, mais US$ 1,374 bilhão foi provisionado em função da tragédia — o prejuízo líquido ficou em US$ 133 milhões no período.
A retomada das operações de Brucutu e o retorno parcial das operações de processamento a seco no Complexo de Vargem Grande, paralisadas depois do desastre de Brumadinho, contribuíram para uma melhora na produção deste trimestre.
No documento, a Vale reafirmou que espera retomar a produção remanescente de aproximadamente 50 milhões de toneladas de minério até o final de 2021.
A produção de minério da Vale neste trimestre atingiu 86,7 milhões de toneladas. O volume representa a queda de 17,4% em relação ao mesmo trimestre de 2018, porém uma alta de 35,4% em relação ao segundo trimestre deste ano.
Vale lembrar que, em relação ao ano passado, o valor do minério de ferro se mantém maior, mesmo com a nova estabilização. O aumento da produção e volta das operações em outras mineradoras meses depois da catástrofe contribuem para que o resultado deste trimestre seja positivo em relação a 2018.
Confira as projeções dos analistas para o trimestre, de acordo com a Bloomberg:
A menina dos olhos vai ter companhia
Depois de 15 anos reinando como a queridinha dos investidores na bolsa entre as empresas de varejo de moda, a Lojas Renner está para ganhar uma nova companhia. A C&A está no meio do processo para abrir o capital e, se tudo der certo, deve estrear suas ações na B3 no dia 28 de outubro.
A Renner divulga os resultados do terceiro trimestre poucos dias antes, na próxima quinta-feira. A empresa passa por uma nova fase com a saída de José Galló do comando e a entrada de de Fabio Faccio.
Com a entrada da C&A na bolsa, analistas e investidores devem começar a comparar trimestre a trimestre os resultados das duas varejistas. As ações da Lojas Renner são consideradas caras por parte do mercado, mas os defensores da companhia dizem que o histórico de resultados consistentes justifica o prêmio dado aos papéis na bolsa.
Confira a seguir a projeção para as principais linhas do balanço da Lojas Renner no terceiro trimestre:
Manda mais
Mais cinco empresas também divulgam seus balanços nesta semana. Confira a tabela com as projeções e comparações para o trimestre:
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