Paulo Guedes faz um apelo para o Congresso aprovar uma Previdência republicana
Ministro volta a dizer que a nova Previdência quer remover privilégios, reduzir desigualdades e que não é justo que quem legisle, o faça em causa própria
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o atual regime de Previdência está condenado à falência, representando um buraco fiscal que ameaça engolir o Brasil.
Guedes fez um apelo ao Congresso para que seja aprovada uma proposta de reforma da Previdência republicana, deixando para trás um modelo perverso de transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos, “sejam eles servidores, militares ou legisladores”.
Durante sua fala inicial na Comissão Especial da reforma da Previdência, Guedes praticamente não foi interrompido, ocorrendo apenas pedidos de silêncio no plenário da comissão. Algumas breves manifestações aconteceram, quando Guedes falou da “ilustre plateia do Legislativo”, que tem aposentadoria média de R$ 28 mil, enquanto o INSS paga, em média, R$ 1,4 mil.
Segundo Guedes, essa diferença de 20 vezes não é razoável, assim como não é razoável que quem legisla, o faça em causa própria.
Para o ministro, essa é uma ocasião extraordinária para o Congresso, que tem a responsabilidade de liderar a agenda de reformas, encaminhar um sistema mais igualitário.
Ainda de acordo com o ministro, "estamos fazendo reforma de Estado" e "se os senhores aprovarem a reforma que está aí, com a potência fiscal necessária" há a opção de montar um sistema de capitalização, para os mais jovens, que vai garantir um salário mínimo a todos os participantes. Algo que Guedes chamou de "camada de fraternidade".
Leia Também
Guedes também disse que os mais privilegiados usam os menos favorecidos como um escudo contra o fim de um modelo de transferência de renda perverso. Segundo o ministro, esses grupos, que pagam propaganda na TV, teriam gastos mais de R$ 100 milhões em campanhas contra a reforma.
Guedes inaugura a série de audiência públicas que serão feitas ao longo de maio para debater o tema. Finda sua apresentação inicial, o secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, faz uma apresentação técnica, mostrando os dados que embasam a proposta de reforma. Depois, os mais de 70 parlamentares inscritos inciam as perguntas.
Embora o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, tenha fechado uma estratégia para blindar o ministro e, ontem, o deputado Alexandre Frota tenha pedido para que o ministro não seja xingado, atritos e discussões mais acaloradas devem acontecer. O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) que chamou Guedes de "Tchutchuca" na reunião ocorrida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) está na comissão, mesmo não sendo membro ou suplente.
Mas enquanto o governo arrumava blindagem na Comissão Especial, ficou descoberto o campo em outra comissão da Câmara, a CFT, de Finanças e Tributação, onde uma convocação foi votada, já que Guedes tinha convite marcado para comparecer por lá na manhã desta quarta-feira. Quando convocado, o ministro não pode deixar de aparecer. Ele terá de ir no dia 4 de junho. Amanhã, está prevista sua ida à Comissão Mista de Orçamento (CMO).
Perguntas e respostas
O presidente da Comissão Especial, Marcelo Ramos, alternou a fala de oposição e governo, equilibrando o tom político dos questionamentos. As perguntas, no primeiro bloco, se concentraram em capitalização e também ocorreram falas negando o déficit e cobrando o governo pelo desemprego, como a da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Em resposta à fala de Feghali, Guedes disse que quem ficou 16 anos no poder não tem direito de dizer que tem desemprego enorme e que o crescimento vem depois que forem reparados os rombos "gerais e irrestritos" gerados na Petrobras, Correios.
Segundo Guedes, quem está seguro do que estava fazendo, "estamos querendo ir para o caminho da prosperidade e não da Venezuela".
Dado o barulho no plenário com tal fala de Guedes, Ramos pediu calma e para que o ministro e os deputados ficassem restritos ao tema da Previdência. Para Ramos, a batalha política poderia ficar restrita aos deputados.
Dólar na cueca
Depois de mais uma rodada de perguntas e algumas insinuações sobre a atuação de Guedes no mercado financeiro, o ministro pegou o microfone e disse que depois das 18 horas o padrão da Casa é baixaria, com a "escalada ficando mais pessoal".
Apesar de dizer que não reagiria a ameaças e ofensas, Guedes não se conteve e disse que contaria quem assaltou fundos de previdência e que se procurasse no "Google" os termos "dinheiro na cueca", associado ao nome do deputado José Guimarães (PT-CE) também acharia algo.
A fala esquentou o plenário e Ramos novamente interveio pedindo foco no tema das reformas. Pouco depois, Guimarães pediu a palavra e com calma disse que manteve postura de respeito, que não tinha citado o ministro, que não tem processo no STF e que foi inocentado no processo dos dólares na cueca (que envolveu um assessor seu).
Guimarães pediu mais zelo ao cargo de ministro e Guedes, na sequência, pediu desculpas ao deputado.
Mercado de previdência cresce a dois dígitos por ano, mas investimento ainda gera polêmica entre especialistas e beneficiários
No Brasil, o tema costuma ser um dos mais polêmicos e desafiadores, tanto para especialistas quanto para beneficiários
Previsão de déficit zero, corte no Bolsa Família e salário mínimo de R$ 1.509: o plano do governo para o Orçamento de 2025
Projeto de lei com os detalhes do Orçamento de 2025 foi enviado por Lula ao Congresso Nacional na noite de sexta-feira
Marcação a mercado: o ponto de discórdia entre o Ministério da Fazenda e os fundos de previdência complementar
Ministério da Fazenda defende a marcação a mercado também nos saldos dos fundos de previdência complementar; entidades temem que percepção de volatilidade leve a saques
Voltas e reviravoltas: Ibovespa tenta manter alta em semana de dados de inflação enquanto bolsas repercutem eleições na França
Ibovespa ainda não sabe o que é cair em julho; testemunhos de Powell, futuro de Biden e regulamentação da reforma tributária estão no radar
Previdência em risco: desvincular benefício do salário mínimo para cumprir meta fiscal pode criar efeito rebote nas contas
Em entrevista à Agência Brasil, especialista em Previdência Social afirma que os benefícios previdenciários e assistenciais não vão para a poupança, mas para custo de vida
PGBLs e VGBLs escaparam, mas fundos de pensão ainda podem ser taxados; veja o impacto no benefício na aposentadoria
Taxação dos fundos de pensão de estatais e daqueles que as empresas privadas oferecem aos funcionários ainda será debatida no Congresso no âmbito da reforma tributária
INSS vai pagar R$ 2,4 bilhões por decisões judiciais; veja se você pode receber uma parte desse dinheiro
Valores serão pagos a quem aguarda pelo benefício do INSS, pensões e auxílio-doença, entre outros
Como declarar aposentadorias e pensões da Previdência Social no imposto de renda
Aposentados e pensionistas da Previdência Social têm direito à isenção de imposto de renda sobre uma parte de seus rendimentos. Veja os detalhes de como declará-los no IR 2024
Quanto você precisa juntar para se aposentar aos 40, 50 e 60 anos com uma renda de R$ 5 mil por mês
Simulamos quanto um jovem de 30 anos precisa investir por mês em prazos de 10, 20 ou 30 anos para garantir uma “mesada” de R$ 5 mil por duas décadas
Por que FoFs de previdência privada serão os grandes vencedores das mudanças recentes na tributação
Esse tipo de fundo mantem a mesma característica tributária de um exclusivo de previdência, mas, por ser um fundo coletivo, de varejo, não tem o limite de R$ 5 milhões de patrimônio
Novidades na previdência privada: como o governo quer incentivar você a contratar renda ao se aposentar com um PGBL ou VGBL
Resoluções que restringiram a criação de fundos exclusivos de previdência privada trouxeram também outras mudanças aos planos, potencialmente benéficas ao público geral
Informe de rendimentos do INSS para o IR 2024 já está disponível; veja como baixar
Documento serve como comprovação do recebimento de benefícios da Previdência Social em 2023
Previdência privada não entra em inventário, mas existe um caso em que esta regra não se aplica; entenda
Entendimento do STJ no ano passado abriu a porta para que previdência privada pudesse eventualmente integrar inventário
Teto do INSS supera os R$ 7.700 com reajuste para aposentadorias acima do salário mínimo
O decreto com o valor do salário mínimo, que responde pela maior parte dos benefícios da Previdência Social, foi assinado no fim de dezembro pelo presidente
Previdência privada: Agora você pode trocar a tabela de imposto de renda a qualquer momento; saiba quando vale a pena
Governo acaba de sancionar lei que facilita planejamento da aposentadoria; veja cinco perguntas e respostas sobre a nova regra de tributação dos planos de previdência
Segunda parcela do 13º salário cai até quarta-feira (20) – e você tem até o fim do ano para usá-la para ‘fugir’ do Leão
Um bom destino para esse dinheiro nesta época do ano é o investimento em previdência privada; entenda os benefícios do produto e saiba para quem é indicado
Previdência privada vs. Tesouro RendA+: qual dos dois escolher para poupar para a aposentadoria?
No fim do ano, bancos começam a oferecer planos previdenciários, mas agora eles têm um concorrente no Tesouro Direto! Veja as semelhanças, diferenças e qual opção é mais indicada para você
Agenda política: Minirreforma eleitoral e Desenrola são destaque da semana em Brasília
Com a semana mais curta devido ao feriado da Independência, o programa Desenrola deve ter prioridade na Câmara
O que você precisa saber antes de investir em um fundo de previdência
Fundos de previdência possuem benefícios interessantes, mas você precisa prestar atenção a seus limites e diferenças em relação a fundos tradicionais antes de investir
“Alguém vai ter que pagar essa conta”: crise previdenciária pode deixar milhões vulneráveis no mundo todo — mas Brasil pode ter uma solução, destaca PhD pelo MIT
“Cinquenta por cento das pessoas nos Estados Unidos não têm reservas para a aposentadoria. O governo vai ter que resgatá-las. Este será um problema existencial para o país, porque todas essas pessoas vão se aposentar sem dinheiro. E alguém vai ter que pagar essa conta”. Quem disse isso foi Arun Muralidhar, economista e PhD pelo […]