Paulo Guedes fala e mercados gostam
Ele reafirmou a independência do BC e explicou sua visão sobre a possibilidade de venda de reservas internacionais
Indicado para ministro da Fazenda no governo de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, falou de dois assuntos caros aos mercados nesta manhã, no Rio de Janeiro, e a reação imediata dos mercados foi positiva. O Ibovespa acentuou alta e dólar testou mínimas do dia após os comentários sobre reservas internacionais e independência do Banco Central
Guedes explicou sua visão sobre a possibilidade de venda de reservas internacionais, conforme noticiado hoje pelo jornal “Valor Econômico”. Segundo Guedes, uma eventual venda de reservas aconteceria apenas em momento de especulação, com a cotação batendo na casa dos R$ 5,0.
Se isso acontecer, o governo vendeira US$ 100 bilhões das reservas internacionais e usaria os reais obtidos para abater dívida pública. No momento atual, com dólar mirando a linha de R$ 3,60, tal estratégia está descartada.
Autonomia do BC
Guedes também reafirmou que vai aprovar a independência do Banco Central (BC). A proposta não é nova nos planos de governo e algo que está em tramitação no Congresso. A proposta busca vedar o comando da instituição de influências políticas, pois o mandato do presidente do BC e dos diretores não seria coincidente com o mandato do presidente da República.
A proposta é endossada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e sua aprovação ainda em 2018 poderia abrir espaço para que o atual presidente, Ilan Goldfajn, fique no BC durante a transição dos modelos.
Durante a fala de Guedes, o dólar comercial testou a mínima do dia, na casa de R$ 3,6778, mas já pouco a moeda operava próximo da estabilidade a R$ 3,7018.
No Ibovespa, firmou alta e sobe quase 2%, aos 85.458 pontos.
Guedes também respondeu a perguntas sobre declarações recentes de Onyx Lorenzoni, indicado para a Casa Civil, sobre eventuais adoções de bandas cambiais e que não haveria pressa para aprovar uma reforma da Previdência. “É um político falando de coisa de economia, é a mesma que eu sair falando, agora, de coisa de política. Não dá certo”, disse.
Leia também: