Venezuela sem Maduro? A oportunidade mora ao lado
Maduro fora, a Venezuela será um país excepcional para investimentos brasileiros, principalmente da Petrobras e de construtoras

No início de 1971, fui à Venezuela pela primeira e única vez. Fiquei em Caracas durante uma semana com a delegação do Fluminense que participava da Copa Libertadores da América.
Vencemos os dois jogos: Deportivo Galicia 1 x 3 Flu; Deportivo Itália 0 x 6 Fluminense. Só a título de esclarecimento, semanas mais tarde seríamos eliminados do torneio, em pleno Maracanã, ao perdermos para o Deportivo Itália (0 x 1) e Palmeiras (1 x 3).
Voltando à viagem ao país vizinho, verifiquei que não produziam absolutamente nada além de óleo cru. Nenhum tipo de indústria; bens de consumo, importados. Como a gasolina era vendida a quase zero, as ruas da capital estavam sempre congestionadas, de tal maneira que, num dos jogos, a delegação do Fluminense foi a pé para o estádio.
Naquela época, companhias estrangeiras perfuraram poços de petróleo no país, sendo a Shell a principal. O acordo entre essas multinacionais e o governo local era extremamente lesivo aos venezuelanos.
Na página 163 (edição da Inversa) de meu livro Os mercadores da noite, explico como o esquema funcionava. Os lucros eram divididos meio a meio entre as empresas perfuradoras e os países detentores das reservas. Só que, antes da divisão, descontavam-se todas as despesas, superfaturadas. Portanto um fifty-fifty fajuto.
Desde 1960 existia a OPEP, criada por inspiração do ministro do Desenvolvimento da Venezuela, Juan Pablo Pérez Alfonzo. Era uma instituição desconhecida e totalmente sem prestígio. Sua sede fora instalada em Genebra e mais tarde seria transferida para Viena.
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Em 1973, com a guerra do Yom Kippur, veio o primeiro choque do petróleo. Em menos de três meses, o preço do barril subiu 300%. Três anos mais tarde, o governo venezuelano estatizou a produção. O monopólio passou a ser da PDVSA, empresa que viria a se destacar por ser uma das mais mal administradas do mundo dos hidrocarbonetos.
Mesmo quando os dólares começaram a entrar em profusão, os venezuelanos jamais se preocuparam em industrializar o país, confiantes no petróleo. Veio o segundo choque, em 1979, por ocasião da revolução islâmica no Irã.
A partir daí o óleo cru passou a oscilar ao sabor do mercado, como uma commodity qualquer. Só que, nos anos de preço alto, a Venezuela aproveitava pouco. Quando a cotação caía, imperava a miséria nas inúmeras favelas das grandes cidades.
Passaram-se os anos. Em 1992, um coronel do exército, de nome Hugo Chávez, tentou dar um golpe de estado. Pretexto: melhorar a vida do povão. Só que a quartelada fracassou. Isso não impediu que ele se tornasse extremamente popular.
Em fevereiro de 1999, Chávez foi democraticamente eleito presidente. Como obteve grande maioria das cadeiras do Legislativo, mudou a Constituição, ampliando seus poderes. Aumentou o número de ministros da Suprema Corte, que passou a ser um tribunal carimbador das decisões presidenciais.
Da posse de Chávez até meados de 2008, o petróleo entrou em um bull market formidável. Subiu de US$ 17,00 para US$ 148,00, alta de 770%.
Era para a Venezuela ter se tornado um país riquíssimo, pois tem as maiores reservas petrolíferas provadas do planeta: 296,5 bilhões de barris.
Acontece que Chávez preferiu, através de seu regime bolivariano, que ninguém sabe direito o que significa, tornar-se um líder revolucionário latino-americano. Vendeu petróleo quase de graça para Cuba, de onde importou açúcar pagando preços acima dos de mercado.
Como se não bastasse a ajuda aos irmãos Castro, o governo venezuelano comprou títulos da dívida pública da inadimplente Argentina kirchnerista e ajudou financeiramente a Bolívia e o Equador. Investimentos domésticos não fez praticamente nenhum, a não ser programas de assistencialismo que lhe deram grande popularidade, mas combaliram os cofres do Tesouro.
O país continuou desindustrializado. Pior, produtos como papel higiênico, sabonetes e alimentos da cesta básica sumiram das prateleiras dos supermercados. Só eram encontrados, por preços extorsivos, no câmbio negro. Houve racionamento de água e energia elétrica.
Como desgraça pouca é bobagem, o preço do barril do petróleo caiu para menos de 100 dólares. Vítima de câncer, Hugo Chávez morreu em março de 2013. Antes disso, escolheu para sucessor Nicolás Maduro, motorista de caminhão (nada contra os caminhoneiros) semianalfabeto, tacanho, incompetente, vaidoso, perdulário, homem de se deixar fotografar comendo um steak de 275 dólares no restaurante Nusr-Et, de Nusret Gökçe, em Istambul, um dos mais badalados do mundo.
A figura de Maduro, pançudo, um Havana na boca e um babadouro sobre a camisa, viralizou nas redes sociais e indignou o povo venezuelano, que precisa juntar 41 salários mínimos para degustar um bife daqueles.
Para desespero de Nicolás, durante sua gestão o preço do barril de petróleo caiu para 55 dólares, agravando a miséria do país. Resultado: 3 milhões de venezuelanos, quase 10% da população, fugiram para países vizinhos como o Brasil e a Colômbia.
Tendo perdido as últimas eleições presidenciais, Nicolás Maduro considerou o pleito inválido e promoveu nova rodada, através de um colégio eleitoral “de sua confiança”. Obteve 67,8% dos votos.
Em resposta, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino até que eleições livres e democráticas possam ser realizadas. Para desespero de Maduro, os Estados Unidos, a OEA e a maior parte dos integrantes da Comunidade Europeia passaram a reconhecer o governo de Guaidó como o legítimo do país.
Agora é questão de tempo, de muito pouco tempo, até que Juan Guaidó tome posse no palácio de Miraflores. Se for esperto, Nicolás Maduro deverá fugir do país. Caso contrário, pode lhe acontecer coisa pior. Lembrem-se do líder líbio Muammar al-Gaddafi que, mesmo tendo uma oferta de asilo político na Arábia Saudita, preferiu ficar em seu país.
Morreu empalado num linchamento perpetrado por populares.
Maduro fora, a Venezuela será um país excepcional para investimentos brasileiros, principalmente da Petrobras e de construtoras. Atualmente a PDVSA extrai apenas um milhão e quinhentos mil barris por dia. Só para efeito de comparação, o Brasil produz mais do que o dobro disso.
As oportunidades na Venezuela não se limitam ao campo dos combustíveis. O país terá de recomeçar do zero em todos os setores da atividade industrial, comercial e de serviços. As empresas brasileiras, muitas delas com capacidade ociosa, podem se valer disso.
Talvez, para nós, seja um dos grandes negócios deste fim de década.
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