O que está visível no horizonte dos criptoativos em 2019
A regulação do mercado continua sendo um desafio. Afinal, como estabelecer as regras do jogo num mercado em que as fronteiras geográficas deixam de existir?
Vamos combinar, 2018 foi um ano muito, mas muito intenso. E não estou falando da loucura de Copa do Mundo ou das eleições mais conturbadas da história deste país. Me refiro ao mercado de criptoativos mesmo.
Este foi o ano que vimos os preços descerem ladeira abaixo com tanta força que quase não deu tempo de recuperar o fôlego. Se não fossem os ralis de fevereiro, abril e julho, estaríamos todos afogados neste banho de sangue que tomou conta do mercado ao longo de todo o ano.
Com o resfriamento dos ânimos, os preços puderam voltar a sua trajetória natural, que acompanha a curva de desenvolvimento da própria tecnologia. Algo semelhante ao que ocorreu com a internet no ano 2000.
Mas os preços contam apenas uma parte da história. 2018 foi um ano importantíssimo no ciclo de amadurecimento dos criptoativos, tanto em termos de evolução dos protocolos em si, como em relação aos novos traçados regulatórios provenientes dos mais diferentes países do mundo.
Onde investir em 2019
Esta matéria faz parte de uma série de reportagens sobre onde investir em 2019, com as perspectivas para os diferentes ativos. São eles:
- Ações
- Imóveis
- Fundos imobiliários
- Tesouro Direto
- Renda fixa, além do Tesouro Direto
- Criptomoedas (você está aqui)
- Câmbio
Indo além dos preços
Destaco aqui as novas leis do governo de Malta, que definem com clareza as normas de atuação do setor. As novas regras atraíram um grande número de empresas e empreendedores para a pequena ilha no Mediterrâneo.
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Também foi destaque a atuação da SEC (CVM dos Estados Unidos), que resolveu dar as caras. Ao longo de todo o ano, a Comissão atuou com mão pesada sobre fraudes, ICOs e exchanges de criptomoedas, com o intuito de limpar o mercado.
Ao mesmo tempo, neste finalzinho de ano, uma lei mais permissiva foi proposta por dois membros do Congresso americano, o que indica que há controvérsias na definição das normas para criptoativos entre os diferentes membros do governo no país.
No Brasil, a CVM fez o dever de casa e se mostrou mais flexível do que o esperado, permitindo aos fundos o investimento indireto em criptoativos. A autorização concedida pela agência levou à criação do primeiro fundo multimercado de varejo direcionado à classe de ativos do Brasil.
O ano de 2018 também foi um importante em termos de institucionalização, já que tivemos os anúncios de importantes players do mercado tradicional, que resolveram molhar os pés no ecossistema cripto. É o caso da Intercontinental Exchange (dona da NYSE) e da Fidelity, uma das maiores gestoras de recursos do mundo.
As duas iniciativas visam, dentre outras coisas, solucionar o problema de custódia de criptos, que é uma das barreiras iniciais a serem rompidas para que as grandes instituições (como os grandes fundos de pensão) possam entrar no mercado.
Além deles, tivemos a primeira cartada dos endowments das universidades de Yale, Harvard, Stanford e MIT, por meio do investimento indireto no mercado cripto e o anúncio de produtos derivados de bitcoin (swaps, recibos depositários) por parte de grandes bancos de Wall Street (ainda não implementados).
Vimos também o Facebook contratar um time voltado exclusivamente para projetos de blockchain e correlacionados, como a criptomoeda para transações via Whatsapp. Vimos a Amazon lançar, por meio do AWS, seus serviços de blockchain.
Por fim, em termos de avanços tecnológicos para o principal ativo, tivemos o lançamento da Lightning e da Liquid Network, redes paralelas ao blockchain principal do bitcoin, que poderão aumentar a capacidade de processamento de transações da rede.
Ufa! Percebe com o ano foi intenso? Queda nos preços, fortes movimentos regulatórios, grandes players dando suas tacadas iniciais nesse insurgente mercado e avanços tecnológicos fizeram deste um ano histórico para o mercado cripto.
Depois da tempestade, a calmaria?
Aparentemente não. Ao menos não para os criptoativos. O horizonte visível nos mostra um ano bastante intenso à frente.
A regulação do mercado continua sendo um desafio. Afinal, como estabelecer as regras do jogo num mercado em que as fronteiras geográficas deixam de existir?
Os países integrantes do G20 vêm tentando chegar em um consenso, mas nas últimas três reuniões do grupo, ocorridas na Argentina, surgiram poucas novidades. É importante que um modelo regulatório favorável seja estabelecido pelo G20, já que as normas traçadas pelo grupo servirão de referência para o restante do mundo. As próximas reuniões estão marcadas para o primeiro quarto de 2019.
As normas propostas nos os EUA são igualmente importantes, já que boa parte do volume negociado neste mercado é realizado em dólares. Ainda existe uma incerteza muito grande sobre qual o rumo que a regulação seguirá no país, mas já existem algumas pistas.
Aos olhos do atual presidente da SEC (CVM dos EUA), boa parte dos criptoativos não passam de uma inovação tecnológica dos valores mobiliários e, portanto, devem seguir as normas tradicionais estabelecidas para essa classe de ativos.
Em contrapartida, a agência afirmou que bitcoin e ether não são considerados valores mobiliários por conta do seu grau de descentralização, o que adiciona um toque de subjetividade ao critério de definição desses ativos.
Contudo, como citei anteriormente, existe a proposta da lei, nomeada “Token Taxonomy Act”, que visa flexibilizar as regras para os criptoativos, com medidas que excluem a classe de ativos da definição de valor mobiliário e flexibiliza as exigências tributárias para seus detentores.
Ainda nas mãos da SEC está a decisão sobre a criação de um novo instrumento de investimento em criptos, o lendário ETF de bitcoin, que é um fundo de investimento em BTC cujas cotas seriam negociadas em Bolsa. Caso aprovado, o ETF poderá trazer um influxo significativo de novos recursos para o mercado. A data limite para um posicionamento da agência é fevereiro do ano que vem.
Também entre janeiro e fevereiro teremos a decisão da Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês) sobre a Bolsa de ativos digitais da NYSE, a Bakkt. A empresa precisa da autorização da agência para ser, simultaneamente, plataforma de negociação e custodiante dos ativos negociados.
Por fim, mais para o final do ano, podemos ver a antecipação das expectativas dos investidores com relação ao halving de 2020, quando a taxa de emissão de novos bitcoin por novo bloco minerado cairá pela metade (de 12,5 para 6,25 bitcoins/bloco). Os reflexos sobre os preços ainda são incertos, mas o esperado é que a redução gere um impacto positivo.
Tentar prever qualquer coisa além disso seria insanidade, já que cada um desses quatro drivers possui desdobramentos que podem mudar o jogo completamente, para o bem ou para o mal.
Deu para notar que há grandes indícios de que os primeiros meses de 2019 serão bastante movimentados para o mercado cripto, não?
Ativos para acompanhar em 2019
Fora o bitcoin, que está no foco dos reguladores e instituições e dita os caminhos que o mercado irá seguir fazendo com que seja mandatório acompanhá-lo, existem alguns outros ativos que podem ser destaque no ano que vem.
Os tokens nativos de plataformas de contratos inteligentes e aplicativos descentralizados são uma boa pedida.
A Ethereum, que tem a rede mais bem desenvolvida e o maior número programadores ativos, além de um contar grande consórcio de empresas trabalhando para fomentar seu desenvolvimento pode ser uma boa pedida.
A EOS, que apesar de só ter lançado sua plataforma no início do ano, possui quase US$ 4 bilhões em caixa para fomentar o seu uso e o desenvolvimento de sua comunidade, que foram obtidos por meio de seu ICO.
E a última desta categoria, a Cardano é uma plataforma que adota padrões elevados de rigor técnico e possui uma equipe de acadêmicos. Seus códigos passam por revisões de especialistas, e a equipe irá entregar importantes atualizações do protocolo no início do ano.
Outro call interessante para 2019 serão as criptos nativas de plataformas de criação de security tokens. Esse tipo de token é uma representação de valores mobiliários dos mais diversos tipos, inclusive de ações.
A Polymath é uma das plataformas que permitem a criação deste tipo de ativo, seguindo as normas estabelecidas pelo regulador. Portanto, seu token nativo, o poly, deve estar no seu radar. Afinal, seu potencial para capturar valor é enorme, posto que o mercado de valores mobiliários é trilionário.
Com essas cartas na manga você já vai estar bem equipado para o mercado no próximo ano. E que venha 2019, de preferência, repleto de ganhos para todos nós.
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