O que está caro e o que está barato na bolsa? JGP apresenta sua resposta
Gestora prefere ter na carteira ações aparentemente caras, como Magalu e Mercado Livre, a nomes tradicionais como os bancos
A gestora JGP, que tem entre os sócios André Jakurski, continua com uma avaliação muito positiva para as ações brasileiras e apresenta uma interessante discussão sobre o que seria caro e barato na bolsa em sua última carta de gestão.
Segundo a gestora, a bolsa do Brasil tem algumas dezenas de excelentes empresas, que sobreviveram a um ambiente hostil ao empresário. E o cenário que vivemos agora, de reformas microeconômicas, impulsionará ainda mais os modelos de negócios que inovaram e que conseguem crescer muito, mesmo durante crises.
“Empresas como Localiza, Hapvida, Magazine Luiza e Pagseguro nos parecem que continuarão crescendo bastante pelos próximos anos. Portanto, gostamos de carregar essas ações considerando o recente baixo custo de oportunidade, apesar de o prêmio de risco estar somente em linha com a média”, diz a gestora.
Para a JGP, temos um cenário nunca antes sonhado, pois mesmo com um grande déficit fiscal a ser enfrentado, as expectativas de inflação mantêm-se ancoradas, criando bases para um juro baixo e período prolongado, em sincronia com o resto do mundo.
Segundo a gestora, em um mundo de juro baixo, o Brasil se credenciou a participar da festa, pois foi capaz de acumular reservas nos últimos 15 anos, tem um Banco Central confiável e, não menos importante, as reformas recentes tais como a do Teto dos Gastos, a Previdenciária, e a reforma trabalhista “nos fortaleceram nos momentos mais recentes de volatilidade global”.
A aparência do caro e do barato
Na discussão sobre o que estaria caro ou barato, a gestora lista três modelo que parecem caros:
Leia Também
- as empresas com modelos de negócios claramente vencedores, como empresas de pagamentos e de comércio eletrônico (Mercado Livre e Magalu, por exemplo)
- outras, que estão evoluindo seus modelos de negócios e implementando transformações digitais que estão funcionando, como Localiza e Natura
- modelos que resolvem grandes problemas, trazendo crescimento sustentável de longo prazo, como Hapvida, Intermédica e Arco Educação
No grupo das ações "aparentemente baratas" estão as de empresas domésticas cíclicas e aquelas da “velha” economia, como bancos e commodities. Sendo que as empresas de commodities têm seu valor impactado pela recessão da manufatura global desde maio.
Segundo a JGP, o ponto principal da discussão passa pelo uso do termo “aparentemente”. Para a gestora, empresas com múltiplos altos podem não estar caras se apresentarem bom crescimento de maneira sustentável no médio e longo prazos.
Já empresas que tenham múltiplos baixos podem estar encrencadas, sobretudo no momento atual, quando vários fatores como o aumento da penetração da internet móvel e da mídia social permitem o desenvolvimento de vários modelos de negócios disruptivos.
“Dessa forma, preferimos hoje pagar valuations caros para empresas que estamos convictos que têm modelos de negócios e execução vencedores, ao invés de outras com modelos de negócios em situação complicada nos próximos anos.”
Exemplo prático: os bancos
Na carta, a JGP aponta para os bancos como empresas que parecem baratas, mas que deverão enfrentar competição crescente de novas entrantes e fintechs (empresas de tecnologia financeira) e de companhias já grandes, como Stone, Pagseguro e Nubank.
Outro ponto citado é que os bancos brasileiros nunca estiveram tão caros em relação aos bancos de outros mercados emergentes. Segundo a gestora, a queda na taxa de juros para níveis baixíssimos no mundo levou a uma piora nas perspectivas de retorno dos bancos. Mas aqui no Brasil, o setor ainda vive “um momento excepcional” de queda contínua na inadimplência e recuperação no crescimento da carteira de crédito, dessa vez, sem competição dos bancos públicos.
“Mas, no atual cenário de juros estruturalmente baixos no mundo, inclusive no Brasil, e com a crescente competição de dezenas ou centenas de novas empresas provendo algum tipo de negócio outrora provido somente pelos bancos, nos parece fazer sentido que o retorno destes caia bastante ao longo dos próximos cinco anos. Vagarosamente, mas de forma contínua a partir de 2020.”
Nada substitui bons resultados
Encerrando, a JGP explica que posiciona seus portfólios de ações em empresas com modelos de negócios e capacidade de execução vencedores no longo prazo. A gestora comenta o movimento deste começo de setembro, reconhecendo que "temos sofrido consideravelmente com uma rotação setorial bastante forte que ocorre globalmente".
A interpretação da JGP é que a crescente percepção no mundo de que a próxima onda de estímulos será fiscal e não monetária favorece as ações de bancos e commodities. Além disso, as especulações de que o valuation da startup de escritórios compartilhados We Work seria muito abaixo do esperado podem ter surtido um efeito psicológico nas empresas disruptivas e de alto crescimento.
“Acreditamos que nada substitui os bons resultados e as empresas que escolhemos devem mostrar resultados excepcionais por ainda muitos trimestres, possivelmente anos.”
Alto risco, alto retorno: BTG diz que ações desta construtora podem subir até 88% nos próximos meses e recomenda compra para os papéis
A companhia em questão negocia em um patamar de valor de mercado tão depreciado que, segundo o banco, mal reflete o valor de seu portfólio
O pacote (fiscal) saiu para entrega: investidores podem sentir alívio com anúncio entre hoje e amanhã; bolsas tentam alta no exterior
Lá fora, a Europa opera em alta enquanto os índices futuros de Nova York sobem à espera dos dados de inflação da semana
Agenda econômica: IPCA-15 e dados do Caged são destaques no Brasil; no exterior, PIB e PCE dos EUA dominam semana com feriado
Feriado do Dia de Ações de Graças nos EUA deve afetar liquidez dos mercados, mas agenda econômica conta com dados de peso no exterior e no Brasil
Com lucro em alta, dividendos mais do que triplicam no 3T24. Confira quem foram as vencedoras e perdedoras da safra de resultados na B3
Os proventos consolidados de empresas da bolsa brasileira chegaram a R$ 148,5 bilhões em setembro, um salto de 228% comparado ao 3T23, de acordo a Elos Ayta Consultoria
Dividendos da Vale (VALE3), guinada da Embraer (EMBR3) e disparada da Oi (OIBR3): as mais lidas da semana no Seu Dinheiro
Matérias sobre empresas abertas em bolsa e suas ações foram as preferidas dos leitores do SD entre as publicadas na semana que passou
Nem BBDC4, nem SANB11: ‘para investir bem na bolsa você não precisa correr grandes riscos’, diz analista ao recomendar bancão ‘em promoção’
Analista explica por que vê a ação do Itaú (ITUB4) como a melhor dentre os “bancões” da bolsa brasileira
Dividendos e JCP: Banco do Brasil (BBAS3) vai depositar mais R$ 1 bilhão aos acionistas; BB já havia anunciado mais de R$ 2,7 bilhões neste mês
A bolada, que corresponde a R$ 0,17649109403 por ação ordinária, será paga a título de remuneração antecipada relativa ao quarto trimestre de 2024
Ação da CBA ganha fôlego na bolsa e sobe quase 6% após venda de participação da Alunorte; chegou a hora de incluir CBAV3 na carteira?
A siderúrgica se desfez da participação acionária na companhia, de 3,03%, por R$ 236,8 milhões para a Glencore
Ações da Petrobras (PETR4) saltam até 6% na bolsa e lideram altas do Ibovespa; analistas enxergam espaço para dividendos ainda maiores em novo plano estratégico
O detalhamento do plano estratégico 2025-2029 e um anúncio complementar de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários impulsionam os papéis da petroleira hoje
Por que a JBS (JBSS3) anunciou um plano de investimento de US$ 2,5 bilhões em acordo com a Nigéria — e o que esperar das ações
O objetivo é desenvolver um plano de investimento de pouco mais de R$ 14,5 bilhões em cinco anos para a construção de seis fábricas no país africano
Vitória da Eletronuclear: Angra 1 recebe sinal verde para operar por mais 20 anos e bilhões em investimentos
O investimento total será de R$ 3,2 bilhões, com pagamentos de quatro parcelas de R$ 720 milhões nos primeiros quatro anos e um depósito de R$ 320 milhões em 2027
Angústia da espera: Ibovespa reage a plano estratégico e dividendos da Petrobras (PETR4) enquanto aguarda pacote de Haddad
Pacote fiscal é adiado para o início da semana que vem; ministro da Fazenda antecipa contingenciamento de mais de R$ 5 bilhões
Bolsa caindo à espera do pacote fiscal que nunca chega? Vale a pena manter ações na carteira, mas não qualquer uma
As ações brasileiras estão negociando por múltiplos que não víamos há anos. Isso significa que elas estão baratas, e qualquer anúncio de corte de gastos minimamente satisfatório, que reduza um pouco os riscos, os juros e o dólar, deveria fazer a bolsa engatar um forte rali de fim de ano.
Em recuperação judicial, AgroGalaxy (AGXY3) planeja grupamento de ações para deixar de ser ‘penny stock’; saiba como será a operação
Empresa divulgou um cronograma preliminar após questionamentos da B3 no início deste mês sobre o preço das ações ordinárias de emissão da varejista
Inter (INBR32) projeta Ibovespa a 143.200 mil pontos em 2025 e revela os setores que devem puxar a bolsa no ano que vem
Mesmo com índice pressionado por riscos econômicos e valuations baixos, o banco estima que o lucro por ação da bolsa deve crescer 18%
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta