Mercado reduz projeção de alta da Selic em 2019
Boletim Focus mostra juro básico em 7,75% no fim do próximo ano, primeira queda desde janeiro. Dentro do Tov Five, prognóstico já recuou para 7%
O boletim Focus, do Banco Central, mostra que os agentes de mercado estão projetando um menor ciclo de alta para a taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 6,5% ao ano. Boa notícia para ativos de risco, como bolsa de valores, e principalmente para os investidores que estavam aplicados em papéis prefixados, como as LTNs, que você encontra no seu Tesouro Direto.
A mediana das projeções apontava para juro básico de 8% no fim de 2019 desde o começo de janeiro. Agora, o prognostico recuou para 7,75%. Dentro do Top Five, grupo que reúne as casas com maior índice de acerto, a estimativa voltou a cair, de 7,5% para 7% ao ano.
A revisão na projeção encontra respaldo em um cenário inflacionário mais benigno que o projetado. O IPCA-15 de novembro, por exemplo, surpreendeu para baixo ao marcar alta de 0,19%, menor leitura para o mês em 15 anos.
Além disso, os núcleos de preço, que captam a tendência da inflação, seguem rodando, em alguns casos, no piso da meta para a inflação. Isso quer dizer que as pressões inflacionárias pontuais causadas pela alta de dólar ao longo do período eleitoral não se espalharam para outros segmentos da economia.
O mesmo Focus também mostrou novas reduções nas expectativas de inflação neste e no próximo ano. O prognóstico para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2018 caiu pela quinta semana seguida, de 4,13% para 3,94%. Considerando o grupo que atualiza suas estimativas com mais frequência, a projeção já está em 3,88%. A meta para este ano é de 4,5%, com banda de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Leia Também
Para 2019, a mediana teve a terceira queda seguida, recuando de 4,2% para 4,12%. A meta para o próximo ano é de 4,25%. Para 2020, a estimativa está em 4%, mesmo valor da meta. Para 2021, a mediana está em 3,86%, contra uma meta de 3,75%.
Quanto maior o horizonte de projeção, menor o impacto das ações de política monetária de curto prazo. Inflação em torno da meta para 2020 e 2021, notadamente, pode ser encarada como mais um indicador de confiança na atuação do Banco Central.
Além da inflação comportada é consenso que há espaço para uma retomada da atividade sem gerar pressão inflacionária adicional, resultado da elevada ociosidade dos fatores de produção, principalmente o desemprego.
Na sexta-feira, dia 30, será conhecido o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que deve confirmar uma recuperação depois do fraco desempenho do segundo trimestre, que captou os efeitos da greve dos caminhoneiros.
No Focus, a mediana mostra crescimento de 1,39% para 2018 e aceleração no ritmo para 2,5% em 2019.
Banco Central
O Comitê de Política Monetária (Copom) mantém a avaliação de que a conjuntura prescreve política monetária estimulativa, mas segue alertando que “esse estímulo começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e/ou seu balanço de riscos apresentem piora.”
Quando o BC fala em retirar estímulo, ele está sinalizando que talvez seja preciso deixar a taxa de juros mais próxima da chamada taxa neutra, que é aquela que permite o máximo crescimento com inflação na meta.
Atualmente a taxa real está rodando na casa dos 3% ao ano, considerando o swap de 360 dias descontado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) projetado em 12 meses. Essa taxa neutra ou estrutural é uma variável não observável, mas as estimativas recentes sugerem que ela orbite entre 4% a 4,5% em termos reais.
Como a inflação está bem-comportada e a retomada do crescimento acontece de forma bastante gradual, é possível que o Copom mantenha a Selic em patamar estimulativo (abaixo do patamar neutro) por mais tempo que o previamente esperado. É isso que as projeções do mercado sugerem, além de indicar uma necessidade menor de ajuste na Selic, para que as projeções e expectativas continuem nas metas para os próximos anos.
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 11 e 12 de dezembro e pode ajudar a confirmar ou refutar essa percepção do mercado.
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
Azeite a peso de ouro: maior produtora do mundo diz que preços vão cair; saiba quando isso vai acontecer e quanto pode custar
A escassez de azeite de oliva, um alimento básico da dieta mediterrânea, empurrou o setor para o modo de crise, alimentou temores de insegurança alimentar e até mesmo provocou um aumento da criminalidade em supermercados na Europa
Está com pressa por quê? O recado do chefão do BC dos EUA sobre os juros que desanimou o mercado
As bolsas em Nova York aceleraram as perdas e, por aqui, o Ibovespa chegou a inverter o sinal e operar no vermelho depois das declarações de Jerome Powell; veja o que ele disse
A escalada sem fim da Selic: Campos Neto deixa pulga atrás da orelha sobre patamar dos juros; saiba tudo o que pensa o presidente do BC sobre esse e outros temas
As primeiras declarações públicas de RCN depois da divulgação da ata do Copom, na última terça-feira (12), dialogam com o teor do comunicado e do próprio resumo da reunião
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA
Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar
Voltado para a aposentadoria, Tesouro RendA+ chega a cair 30% em 2024; investidor deve fazer algo a respeito?
Quem comprou esses títulos públicos no Tesouro Direto pode até estar pensando no longo prazo, mas deve estar incomodado com o desempenho vermelho da carteira
A Argentina dos sonhos está (ainda) mais perto? Dólar dá uma trégua e inflação de outubro é a menor em três anos
Por lá, a taxa seguiu em desaceleração em outubro, chegando a 2,7% em base mensal — essa não é apenas a variação mais baixa até agora em 2024, mas também é o menor patamar desde novembro de 2021
Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado
Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo
Stuhlberger compra bitcoin (BTC) na véspera da eleição de Trump enquanto o lendário fundo Verde segue zerado na bolsa brasileira
O Verde se antecipou ao retorno do republicano à Casa Branca e construiu uma “pequena posição comprada” na maior criptomoeda do mundo antes das eleições norte-americanas
Em ritmo de festa: Ibovespa começa semana à espera da prévia do PIB; Wall Street amanhece em alta
Bolsas internacionais operam em alta e dão o tom dos mercados nesta segunda-feira; investidores nacionais calibram expectativas sobre um possível rali do Ibovespa
Agenda econômica: Prévia do PIB é destaque em semana com feriado no Brasil e inflação nos EUA
A agenda econômica da semana ainda conta com divulgação da ata da última reunião do Copom e do relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)
Renda fixa apimentada: “Têm nomes que nem pagando CDI + 15% a gente quer”; gestora da Ibiuna comenta sobre risco de bolha em debêntures
No episódio da semana do podcast Touros e Ursos, Vivian Lee comenta sobre o mercado de crédito e onde estão os principais riscos e oportunidades
7% ao ano acima da inflação: 2 títulos públicos e 10 papéis isentos de IR para aproveitar o retorno gordo da renda fixa
Com a alta dos juros, taxas da renda fixa indexada à inflação estão em níveis historicamente elevados, e em títulos privados isentos de IR já chegam a ultrapassar os 7% ao ano + IPCA
Selic sobe para 11,25% ao ano e analista aponta 8 ações para buscar lucros de até 87,5% ‘sem bancar o herói’
Analista aponta ações de qualidade, com resultados robustos e baixo nível de endividamento que ainda podem surpreender investidores com valorizações de até 87,5% mais dividendos
Carne com tomate no forno elétrico: o que levou o IPCA estourar a meta de inflação às vésperas da saída de Campos Neto
Inflação acelera tanto na leitura mensal quanto no acumulado em 12 meses até outubro e mantém pressão sobre o BC por mais juros
Você quer 0 a 0 ou 1 a 1? Ibovespa repercute balanço da Petrobras enquanto investidores aguardam anúncio sobre cortes
Depois de cair 0,51% ontem, o Ibovespa voltou ao zero a zero em novembro; índice segue patinando em torno dos 130 mil pontos
O que comprar no Tesouro Direto agora? Inter indica títulos públicos para investir e destaca ‘a grande oportunidade’ nesse mercado hoje
Para o banco, taxas como as que estamos vendo atualmente só ocorrem em cenários de estresse, que não ocorrem a todo momento
Com Trump pedindo passagem, Fed reduz calibre do corte de juros para 0,25 pp — e Powell responde o que fará sob novo governo
A decisão acontece logo depois que o republicano, crítico ferrenho do banco central norte-americano, conseguiu uma vitória acachapante nas eleições norte-americanas — e na esteira de dados distorcidos do mercado de trabalho por furacões e greves