Mercado azedou? A bolsa caiu? Chama o Fed!
Mudança de discurso do Banco Central americano explica boa parte desse rali das bolsas de valores neste começo de 2019. A questão é: isso vai durar?
Dando uma olhada nos sites internacionais de economia e finanças me deparei com a seguinte manchete: “O mercado de ações não tinha um começo tão forte desde 1987” (MarketWatch). Antes, já tinha me deparado com uma tabela, no “Twitter” mostrando o desempenho das bolsas mundiais, tudo “verde”. Mas qual a origem dessa súbita melhora de humor, depois de um fim de ano que desenhava, também, um “fim de mundo”?
Pode não ser a única, mas uma boa pista está na mudança de discurso dos bancos centrais, principalmente Federal Reserve (Fed), banco central americano, e do Banco Central da China (PBoC).
O “turning point” do Fed veio no dia 4 de janeiro, depois que o presidente Jerome Powell disse que pode sim rever o programa de redução do balanço de ativos da instituição, que comprou trilhões de dólares em papéis do Tesouro e privados depois da crise de 2008. No dia anterior, o pregão em Wall Street tinha sido um show de horror, com o Dow Jones caindo 2,83%, pior pregão de começo de ano desde o ano 2000.
No fim do ano, vale lembrar, o secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, soltou um dos comunicados mais inacreditáveis que já vi. O moço disse que ligou para os maiores bancos americanos para atestar que não havia problema de liquidez no sistema financeiro.
Em momento algum se questionou a liquidez do sistema e vem logo o secretário do Tesouro dos EUA tocar no assunto! Deve ter sido o tédio do Natal. Mentes mais maldosas diriam que foi uma forma de pressionar o Fed, com quem o presidente Donald Trump estava em pé de guerra e ameaçando demissões. Enfim...
https://twitter.com/USTreasury/status/1076959260205113345
Leia Também
Veja bem
De volta a 2019, além de Powell “piscar”, um punhado de “Fed boys” (presidentes das unidades regionais) veio a público amainar o discurso, com declarações de “paciência” com relação ao processo de normalização, o famoso “veja bem”. Algo que foi institucionalizado na ata da reunião de dezembro.
No lado Chinês, injeções de liquidez e, se estão achando pouco, uma "pitada" de política fiscal também. Afinal de contas, se a situação muda, o BC tem de mudar também. Foi mais ou menos essa a mensagem transmitida por um oficial do banco.
O ponto interessante nas justificativas é que a “culpa” pela mudança de tom é externa, pois “em casa”, tudo bem. Montanhas de dívida privada com vencimento concentrado nos próximos dois anos? Para com isso! Dados econômicos desanimadores? Apenas olhe para o outro lado.
All Central Banks are blaming external factor for slowdown in their economy.
Amazing there are zero negative domestic factors.— Sunchartist (@sunchartist) January 16, 2019
"Forget the Trade War. China Is Already in Crisis"
It's going to get ugly when their massive credit bubble truly bursts:https://t.co/0eKjLuBxrd pic.twitter.com/SMcXQCYzkj
— Jesse Colombo (@TheBubbleBubble) January 17, 2019
Vício em liquidez, esse é o diagnóstico feito pelos críticos dessa postura adotada pelos BCs depois da crise, de “jogar dinheiro de helicóptero” nas economias para evitar um episódio como o de 1929. (Lembra do “helicopter Ben”? Alcunha bem-humorada do ex-presidente do Fed, Ben Bernanke?).
A questão é que paramos de discutir quantas altas mais o Fed fará e as conversas já são quando os cortes começam novamente. Os gestores da SPX Capital trataram dessa mudança em sua última carta.
A dúvida é até quando essa postura se sustenta, já que “dinheiro fácil” leva a má alocação de capital, imprudente avaliação de risco, percepção de que os “good days” não vão acabar nunca e, a mais perigosa de todas, que “desta vez é diferente”.
Armadilha para touro?
Dizer com certeza que o movimento é insustentável, que essa pernada de alta é a famosa “armadilha para touro” (referência aqui ao termo “bull market”, que caracteriza os mercados de alta) e que chegou o momento de “correr para as colinas” é impossível. (abaixo um “tuite” para ilustrar essa tal armadilha). Bolhas, manias e irracionalidades podem perdurar por anos até acabarem em choro, ranger de dentes e falências.
https://twitter.com/magotrader/status/1085998632917180416
Pegando emprestada a experiência de Howard Marks, da Oaktree, se é impossível saber para onde vamos é sempre bom saber muito bem onde estamos. E o que alguns indicadores seguidos por ele e outros grandes especialistas sugerem é que a economia americana e parte da economia global estão no seu fim de ciclo. É hora de ficar mais cauteloso. Mais importante que ganhar é não perder dinheiro. Aliás, “Mastering the Market Cycle”, último livro de Marks, vale muito a pena.
A história rima
Voltando à manchete do “melhor começo de ano desde 1987”, lembrei de outra coisa interessante. O ano de 1987 está na história dos mercados, mais precisamente, o dia 19 de outubro, a “segunda-feira negra”, quando o Dow Jones mergulhou mais de 20%. Esse fato está no texto dos colegas do “MarketWatch” também, mas o que me fez lembrar disso logo ao ler a manchete foram os textos do Ivan Sant’Anna, colunista do Seu Dinheiro.
Isso quer dizer que 2019 vai repetir 1987? Não sei, ninguém sabe, mas vai aqui outra coisa dita por Howark Marks: “a história não se repete, mas rima”.
E eu com isso?
Para o nosso bolso, o que importa é se e quando essa reversão externa ocorrer, conseguiremos nos “descolar” de alguma forma e manter o momento de recuperação que está calcado na expectativa de que o novo governo vai levar adiante uma agenda de reformas com impacto macro e microeconômico histórico.
Para encerrar com o Ivan: “Mercado que responde bem a notícia ruim é mercado de alta”. E temos visto isso por aqui nos últimos dias, principalmente com as notícias no lado político e ausência de novidades no front econômico. O Ibovespa já bateu os 100 mil pontos?
Angústia da espera: Ibovespa reage a plano estratégico e dividendos da Petrobras (PETR4) enquanto aguarda pacote de Haddad
Pacote fiscal é adiado para o início da semana que vem; ministro da Fazenda antecipa contingenciamento de mais de R$ 5 bilhões
Bolsa caindo à espera do pacote fiscal que nunca chega? Vale a pena manter ações na carteira, mas não qualquer uma
As ações brasileiras estão negociando por múltiplos que não víamos há anos. Isso significa que elas estão baratas, e qualquer anúncio de corte de gastos minimamente satisfatório, que reduza um pouco os riscos, os juros e o dólar, deveria fazer a bolsa engatar um forte rali de fim de ano.
Em recuperação judicial, AgroGalaxy (AGXY3) planeja grupamento de ações para deixar de ser ‘penny stock’; saiba como será a operação
Empresa divulgou um cronograma preliminar após questionamentos da B3 no início deste mês sobre o preço das ações ordinárias de emissão da varejista
Inter (INBR32) projeta Ibovespa a 143.200 mil pontos em 2025 e revela os setores que devem puxar a bolsa no ano que vem
Mesmo com índice pressionado por riscos econômicos e valuations baixos, o banco estima que o lucro por ação da bolsa deve crescer 18%
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
O Google vai ser obrigado a vender o Chrome? Itaú BBA explica por que medida seria difícil — mas ações caem 5% na bolsa mesmo assim
Essa seria a segunda investida contra monopólios ilegais nos EUA, desde a tentativa fracassada de desmembrar a Microsoft, há 20 anos
Nvidia (NVDC34) vê lucro mais que dobrar no ano — então, por que as ações caem 5% hoje? Entenda o que investidores viram de ruim no balanço
Ainda que as receitas tenham chegado perto dos 100% de crescimento, este foi o primeiro trimestre com ganhos percentuais abaixo de três dígitos na comparação anual
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica
O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”
R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações
Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Equatorial (EQTL3) tem retorno de inflação +20% ao ano desde 2010 – a gigante de energia pode gerar mais frutos após o 3T24?
Ações da Equatorial saltaram na bolsa após resultados fortes do 3º tri; analistas do BTG calculam se papel pode subir mais após disparada nos últimos anos
‘Mãe de todos os ralis’ vem aí para a bolsa brasileira? Veja 3 razões para acreditar na disparada das ações, segundo analista
Analista vê três fatores que podem “mudar o jogo” para o Ibovespa e a bolsa como um todo após um ano negativo até aqui; saiba mais