🔴 ONDE INVESTIR 2025: CONFIRA AS RECOMENDAÇÕES DE IMPORTANTES NOMES DO MERCADO EM EVENTO GRATUITO INSCREVA-SE

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Balanço dos investimentos

Agosto foi o mês do desgosto para os investimentos; confira os melhores e piores desempenhos do mês

Em mês de forte aversão a risco, só os investimentos voltados para proteção tiveram desempenho positivo

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
30 de agosto de 2019
19:23 - atualizado às 11:40
Mau agouro: desvalorização dos ativos fez jus à fama do mês de agosto. Imagem: Shutterstock

Agosto costuma ser considerado um mês longo (tem 31 dias e nenhum feriado) e aziago. E se, neste ano, os investimentos de risco escaparam da maldição de maio, eles fizeram jus ao ditado “agosto, mês do desgosto”.

O mês foi marcado pela disparada do dólar, que subiu mais de 10% ante o real, fechando em R$ 4,14, mesmo com as atuações do Banco Central no mercado de câmbio para suavizar os soluços do mercado.

O segundo ativo com melhor desempenho foi o volátil bitcoin, que neste mês viu uma recuperação da queda sofrida em julho e ainda é o campeão de retorno do ano.

Aparentemente descorrelacionada do restante do mercado financeiro tradicional, a criptomoeda tem sido vista, por algumas pessoas de mercado, como potencial reserva de valor em momentos de aversão ao risco, a exemplo do dólar e do ouro.

Depois desses dois, os únicos investimentos que tiveram desempenho positivo no mês foram os de renda fixa atrelada à Selic e ao CDI, o que engloba as aplicações mais conservadoras, como Tesouro Selic (LFT), CDBs, LCIs, LCAs e até a poupança.

No restante do ranking, um “banho de sangue”, tantos foram os números vermelhos. Bolsa, fundos imobiliários e títulos de renda fixa prefixados e atrelados à inflação (públicos ou privados) apanharam para valer em agosto, ainda que o Ibovespa tenha conseguido sobreviver com uma queda até que modesta.

Leia Também

Os grandes perdedores do mês foram os títulos públicos de longo prazo atrelados à inflação, chamados de Tesouro IPCA+ ou NTN-B.

Os melhores investimentos de agosto

Os melhores investimentos de agosto de 2019

Embora agosto normalmente pareça durar uma eternidade, em 2019 eu tive a sensação de que o mês voou, de tão eletrizante que foi.

A guerra comercial entre Estados Unidos e China e o consequente temor de uma desaceleração da economia mundial (com possível recessão) deram o tom dos mercados de ações, juros e moedas neste mês.

Adicionalmente, a crise política e fiscal na Argentina também teve seus reflexos negativos por aqui. As prévias das eleições argentinas deram vitória com folga para o candidato kirchnerista Alberto Fernández sobre o atual presidente de viés liberal, Mauricio Macri. Como consequência, a bolsa portenha desabou e o dólar disparou em relação ao peso.

Posteriormente, o governo atual acabou anunciando uma renegociação das suas obrigações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o que na prática funciona como um calote.

A difícil situação fiscal dos hermanos se reflete por aqui porque latino-americanos são todos colocados na mesma caixinha por grandes investidores internacionais. Além disso, a Argentina é um importante parceiro comercial do Brasil.

Esse cenário internacional negativo e de muitas incertezas levou os investidores a uma grande aversão a risco.

Com isso, os juros futuros dispararam, derrubando os preços dos títulos de renda fixa prefixados e atrelados à inflação, que se desvalorizam quando os juros sobem: Tesouro Prefixado, Tesouro IPCA+ e debêntures atreladas ao IPCA tiveram retorno negativo no mês.

Ativos de risco, como as ações e os fundos imobiliários, também sofreram nesse cenário. Os investidores correram para a segurança do dólar, que viu uma disparada.

O noticiário local andou mais fraco, com a reforma da Previdência avançando no Senado, mas sem novidades muito determinantes.

O fato mais importante por aqui foi a divulgação do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na última semana.

A alta de 0,4% ficou acima das estimativas do mercado, de 0,2%, e afastou os temores de recessão técnica, uma vez que o trimestre passado já havia visto contração nos números. A reação do mercado foi positiva.

Guerra comercial foi o pano de fundo em agosto

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já começou o mês “causando”: os investidores nem bem tiveram tempo de comemorar os cortes de juros efetuados pelos bancos centrais no Brasil e nos EUA no dia 31 de julho que Trump já largou o dedo no Twitter para anunciar uma tarifa de 10% em mais US$ 300 bilhões em produtos importados da China.

O gigante asiático reagiu com a desvalorização da sua moeda, o yuan, que chegou à proporção de um dólar para mais de sete yuans pela primeira vez em cerca de uma década, patamar onde vem sendo mantido desde então.

A intenção seria manter os produtos chineses competitivos no cenário internacional, o que poderia até neutralizar os efeitos da taxação extra nos EUA. Eu explico mais sobre essa questão da desvalorização do yuan no vídeo a seguir:

O presidente americano aproveitou também para dar umas porradas no Federal Reserve (Fed) na sua rede social favorita, como já é de costume.

A subida de tom na guerra comercial poderia inclusive ser interpretada como uma forma de Trump pressionar o banco central americano a cortar ainda mais os juros para combater os reflexos adversos do conflito na economia.

A possibilidade de a guerra comercial desaguar em uma guerra cambial caiu mal nos mercados, devido às imensas incertezas que um cenário como esse poderia trazer. Mas o fato de a China não ter desvalorizado sua moeda tanto assim reduziu os temores em relação a isso, por ora.

Chumbo trocado

No seu já tradicional morde e assopra, Trump eventualmente retirou alguns produtos da lista daqueles que seriam taxados e adiou a data de aplicação das tarifas sobre os produtos chineses.

Acontece que o país asiático acabou respondendo a taxação inicial com a imposição de tarifas de 5% a 10% sobre US$ 75 bilhões em importações americanas.

Em suas falas, as autoridades chinesas também não deixaram por menos e responderam às provocações de Trump (não no mesmo linguajar, é claro).

Então foi a vez de Trump retaliar. Ele elevou para 15% as tarifas sobre os produtos que já seriam taxados em 10%, e para 30% as tarifas sobre os produtos que já haviam sido tarifados em 25% anteriormente.

Trump chegou ao ponto de chamar o presidente chinês, Xi Jinping, de inimigo e incitar as empresas americanas a “buscar alternativas” à China.

A tal inversão da curva de juros americana

Como se não bastasse, em meados do mês, China e Alemanha divulgaram dados econômicos fracos. Já os dados americanos continuam relativamente fortes, embora dúbios, às vezes, o que talvez não justificasse novos cortes de juros por parte do Fed.

O próprio Fed e o Banco Central Europeu (BCE) não deram fortes sinalizações de que poderiam cortar juros, o que desanimou o mercado.

Todos esses fatores elevaram os temores de desaceleração da economia mundial e até de uma possível recessão, sinalizada, inclusive, pelo fenômeno da inversão da curva de juros americana.

A curva de juros reúne as perspectivas do mercado para as taxas de juros em diversas datas futuras. Uma inversão na curva, com taxas mais altas no curto do que no longo prazo, indica que os investidores estão temerosos em relação à possibilidade de uma recessão logo à frente.

Volatilidade a mil

Mas é claro que nem de pancadaria vive o conflito entre EUA e China. Entre um golpe e outro, seus líderes também baixaram o tom algumas vezes, dando espaço para os ativos de risco darem uma recuperada.

Mais para o fim do mês, a aposta dos mercados em novos cortes de juros pelas economias desenvolvidas também voltou a se fortalecer, o que possibilitou uma recuperação dos preços dos ativos de risco.

Assim, quem olha apenas para o desempenho de -0,67% do Ibovespa no mês não consegue sequer imaginar a verdadeira montanha-russa pela qual o índice passou ao longo deste longo mês de agosto.

Melhores e piores ações do mês

Mesmo em um mês tão difícil, diversas ações do Ibovespa fecharam com fortes altas. A líder foi a operadora de planos de saúde Qualicorp (QUAL3), que disparou na bolsa no início de agosto depois do anúncio de que a rede de hospitais D'Or São Luiz assinou um contrato para comprar participação minoritária de cerca de 10% no capital social da empresa, pertencentes ao presidente da companhia, José Seripieri Junior.

Melhores ações de agosto de 2019

Já o pior desempenho ficou por conta da empresa do ramo de educação Kroton (KROT3), cujas ações desabaram após a divulgação de resultados ruins no segundo trimestre.

Piores ações de agosto de 2019

*Matéria atualizada com correção do retorno da poupança antiga.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Futebol, ditados populares e a bolsa: Ata do Fed e dados de emprego nos EUA testam fôlego do Ibovespa e alívio no dólar

8 de janeiro de 2025 - 8:21

Comentários de Haddad na GloboNews ajudaram a sustentar segunda alta seguida do Ibovespa e queda do dólar

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Em busca de ar para respirar: Depois de subir pela primeira vez em 2025, Ibovespa busca nova alta, mas não depende apenas de si

7 de janeiro de 2025 - 8:08

Ausência de uma solução para a crise fiscal vem afastando do Ibovespa não só os investidores locais, mas também os estrangeiros

Insights Assimétricos

É preciso dar um jeito, meu amigo: o governo ainda precisa acertar a rota urgentemente

7 de janeiro de 2025 - 6:09

O otimismo para 2025 está centrado em uma verdade fundamental: este ano é uma ponte para 2026. Em algum momento, os investidores começarão a ajustar suas perspectivas, percebendo a proximidade de um possível ponto de inflexão no ciclo eleitoral. Essa antecipação, por si só, pode ser transformadora

O TANGO CAMBIAL

Dólar livre na Argentina: o que falta para o governo de Milei soltar as amarras do câmbio após acordo para ampliar reservas

6 de janeiro de 2025 - 15:47

O BTG Pactual diz o que ainda precisa acontecer para a fim do controle cambial no país depois que a Argentina fechou um acordo com cinco bancos na sexta-feira (4)

AGORA É PRA VALER

A nova carteira do Ibovespa começou a valer hoje: conheça os 87 ativos e as ações que entram no índice em 2025

6 de janeiro de 2025 - 13:59

Contrariando o previsto na versão anterior da carteira, o Banco do Brasil (BBAS3) mantém o posto de top 5 entre os papéis de maior peso no índice

AJUSTANDO O FOCO

Guarde esta matéria: Primeira edição da Focus em 2025 projeta Selic em alta e dólar a R$ 6 — a boa notícia é que ela pode estar errada

6 de janeiro de 2025 - 11:21

A primeira Focus do ano é o melhor parâmetro para comparar as projeções dos economistas com o que de fato acontece na economia

2024 NÃO FOI O ANO

Apenas duas carteiras recomendadas de ações bateram o Ibovespa em 2024 — e nem assim renderam ganhos aos investidores

6 de janeiro de 2025 - 10:28

Mapeamento da Grana Capital considera os portfólios de ações de 8 instituições

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hora de jogar na defesa: Ibovespa luta contra tensão política e juros em alta na primeira semana útil de 2025

6 de janeiro de 2025 - 8:07

Investidores aguardam IPCA de dezembro em meio a expectativa de estouro do teto da meta de inflação em 2024

PREVISÕES DA SEMANA

O que esperar da bolsa e do dólar? Confira os fatores que vão movimentar os mercados no próximo pregão e nesta semana

5 de janeiro de 2025 - 16:56

Com uma agenda econômica intensa tanto no Brasil quanto no exterior e com tensão no cenário político, os investidores devem estar preparados para oscilações nos próximos dias

MERCADOS

Ibovespa começa mal em 2025 e dólar flerta com a estabilidade: como foram as primeiras sessões do ano aqui e lá fora

4 de janeiro de 2025 - 13:48

Em Wall Street, a bolsa de Nova York até derrapou no início do ano, mas conseguiu se recuperar a ponto de consolidar ganhos nas duas primeiras sessões de 2025

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A vitrine mudou de lugar: Depois de começar o ano com o pé esquerdo, Ibovespa tenta recuperação em dia sem agenda

3 de janeiro de 2025 - 8:11

Agenda vazia e recesso em Brasília dificultam identificação de gatilhos para eventual recuperação do Ibovespa hoje

O PRIMEIRO PREGÃO DO ANO

Ibovespa começa 2025 com pé esquerdo e fecha em baixa; CVC (CVCB3) lidera ponta positiva e Eneva (ENEV3) cai quase 10% — dólar também recua

2 de janeiro de 2025 - 12:08

Lá fora, Wall Street até tentou começar o ano no positivo, mas inverteu o sinal ao longo da tarde e também terminou o dia em baixa

ÚLTIMA PRÉVIA

B3 ‘bate o martelo’: Ibovespa vai começar 2025 com 87 ativos; duas ações saem e duas entram no índice

2 de janeiro de 2025 - 10:36

Nova composição do índice passa a valer na segunda-feira (6)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dança das cadeiras: Ibovespa começa 2025 em marcha lenta na tentativa de reverter queda de mais de 10% em 2024

2 de janeiro de 2025 - 8:03

Das prefeituras às grandes empresas, ações do passado recente influenciam a busca pelo atingimento de novas metas

CAMPEÃS DE AUDIÊNCIA

ChatGPT na Mega da Virada, criador do bitcoin mais rico que Elon Musk e dólar a R$ 4: veja quais foram as matérias mais lidas do Seu Dinheiro em 2024

1 de janeiro de 2025 - 17:01

Um ano de curiosidade. Se fôssemos definir 2024 só com base no que os leitores gostaram de consumir aqui no Seu Dinheiro durante os doze meses, essa seria a descrição mais exata. Além de se interessarem por temas econômicos, como o dólar e o Ibovespa, nossos espectadores também quiseram saber os palpites do ChatGPT para […]

AS MAIORES ALTAS DA B3

A melhor ação do Ibovespa em 2024: Embraer (EMBR3) dispara 150% no ano — mas  não é a única exportadora no pódio; veja o top 10 da bolsa brasileira

31 de dezembro de 2024 - 10:12

Mesmo com a “pernada” dos papéis neste ano, a empresa ainda vale cerca de 30% menos do que as maiores concorrentes globais em termos de múltiplos e há quem diga que o céu realmente é o limite para a companhia

RETROSPECTIVA DA B3

Azul (AZUL4) desaba quase 80% em 2024 e recebe coroa de pior ação do Ibovespa; veja o top 10 dos papéis que mais afundaram na bolsa no ano

31 de dezembro de 2024 - 9:08

As incertezas sobre a saúde financeira pesaram sobre a Azul neste ano, mas a aérea não foi a única ação a sofrer perdas expressivas na B3 em 2024; confira o ranking completo

QUE TUDO SE REALIZE NO ANO QUE VAI NASCER…

Adeus ano velho: aos 120 mil pontos, Ibovespa amarga perda de mais de 10% no pior ano desde 2021; dólar avança quase 30% no desempenho mais forte desde 2020

30 de dezembro de 2024 - 19:03

Lá fora, Nova York fechou o dia em baixa, com destaque negativo para a Boeing após os acidentes; Wall Street ainda opera nesta terça-feira (31) em uma sessão mais curta

BALANÇO DO ANO

Os melhores investimentos de 2024: bitcoin é bicampeão, enquanto lanterna fica com Ibovespa e títulos do Tesouro Direto; veja o ranking

30 de dezembro de 2024 - 18:51

Sem rali de Natal, Ibovespa tomba cerca de 10% no ano e retorna ao patamar dos 120 mil pontos; dólar sobe quase 30% no período, fechando na faixa dos R$ 6,20. Veja o balanço completo dos investimentos em 2024

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Para fechar 2024 e abrir 2025: Ibovespa vai ao último pregão do ano de olho em liberação parcial de emendas de comissão

30 de dezembro de 2024 - 7:54

Ministro Flávio Dino, do STF, liberou execução de parte de emendas parlamentares sob suspeita, mas não sem duras críticas ao Congresso

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar