Itaú manda recado aos investidores: vai passar no teste da revolução digital dos bancos
Maior banco privado do país admitiu, porém, que o cenário de maior competição com as novas empresas de tecnologia financeira (fintechs) poderá levar a uma queda na rentabilidade
Qual será o futuro dos grandes bancos em meio à revolução digital que vem mudando a maneira como os clientes se relacionam com as instituições financeiras? Quem esteve no evento que o Itaú Unibanco promoveu ontem à tarde com analistas e investidores atrás de uma resposta definitiva deve ter saído frustrado.
Mas os principais executivos do maior banco privado brasileiro se esforçaram para deixar um recado claro: seja qual for o resultado da transformação pela qual passa o setor financeiro, o Itaú chegará ao outro lado. De todo modo, esse processo pode deixar marcas, principalmente nos invejáveis níveis de rentabilidade que a instituição ostenta hoje.
Eu participo há mais de uma década das reuniões públicas anuais que os bancos promovem com representantes do mercado. E a cada edição o tema da tecnologia ocupa mais espaço na programação, como você pode ler na matéria que escrevi sobre o evento do ano passado.
O grande temor dos investidores é que era dos lucros bilionários dos bancões esteja perto do fim em consequência do aumento da concorrência que surgiu com o avanço das novas empresas de tecnologia financeira (fintech). Alguns temem inclusive a própria sobrevivência das instituições nesse cenário.
O Itaú conta hoje com 55 milhões de clientes, dos quais 31 milhões são correntistas. Na bolsa, o banco controlado pelas famílias Setubal, Moreira Salles e Villela possui 215 mil acionistas minoritários diretos e mais de 1 milhão que investem nas ações via fundos.
“Em que pese as aflições, vejo o futuro com muito entusiasmo. Tenho um alto grau de confiança do que é esta organização”, afirmou Pedro Moreira Salles, copresidente do conselho de administração do Itaú.
Leia Também
Uma década juntos
Moreira Salles e Roberto Setubal, que dividem o comando do conselho, abriram o evento com investidores para fazer um balanço da fusão do Itaú com o Unibanco, que completou uma década no fim do ano passado. Setubal revelou que a única frustração em todo o processo foi com o desempenho da economia brasileira no período.
"Infelizmente a economia não se desenvolveu como poderia. Se o país tivesse crescido de 2% a 3% ao ano, hoje o banco estaria em outro patamar", afirmou.
Questionados se fariam algo diferente, ambos concordaram que fariam a fusão antes. As primeiras conversas entre Itaú e Unibanco aconteceram em 1998, dez anos antes da conclusão efetiva do negócio. "Me arrependo de não ter feito o que parecia óbvio", afirmou Moreira Salles.
Daqui para frente, uma certeza é que o banco daqui a cinco anos será diferente do banco de hoje, e o desafio é preparar a instituição para essa mudança.
“Estamos em um daqueles momentos de grande transformação, portanto, alguns players que estão surgindo terão sucesso e outros não. Um deles que certamente terá é o Itaú Unibanco”, afirmou Setubal, durante o evento promovido em conjunto com a Apimec, associação dos analistas do mercado de capitais.
Padrão Uber
Ao tratar do desafio do banco de se adaptar às necessidades do cliente no admirável mundo novo digital, o presidente do Itaú, Candido Bracher, relatou uma experiência de ser cobrado duas vezes ao tomar um Uber. Para cancelar a cobrança indevida, bastou ele recorrer ao aplicativo e resolver o problema em dois cliques.
"Quantos cliques alguém precisa dar pra obter uma tarifa cobrada erroneamente pelo Itaú?", questionou, sem dar uma resposta ao público.
Ainda que o Uber não seja um concorrente direto do banco, a expectativa dos clientes se tornou mais elevada graças aos novos padrões estabelecidos pelas empresas surgidas junto com os smartphones, segundo Bracher.
"Não temos as respostas sobre onde o mercado vai estar daqui a cinco anos. Mas temos certeza de que teremos que estar muito mais próximos dos nossos clientes, nosso norte é esse", afirmou.
"Licença para perder dinheiro"
Questionado pela audiência se o banco está preparado para competir com as fintechs, Bracher respondeu que sim, mas ponderou que se trata de uma concorrência entre instituições de natureza diferente.
Para o presidente do Itaú, as fintechs têm a vantagem de contarem com sistemas novos e serem ágeis ao atuar com uma variedade menor de produtos, além de terem o que chamou de "licença para perder dinheiro".
"Se nós nos permitíssemos perder dinheiro, nosso regulador ficaria preocupado. Não é da nossa natureza", afirmou, ao apontar para um representante do Banco Central que estava na plateia.
Bracher disse não saber por quanto tempo as fintechs terão a tal licença para ter prejuízo, mas ele acredita que enquanto os juros globais estiverem em níveis baixos essa tendência deve continuar.
Retorno vai cair?
O Itaú pode até passar pelo teste da competição, mas não está livre de sequelas nesse processo. Em resposta a outra pergunta da audiência, Setubal deu a entender que a rentabilidade do Itaú deverá cair em resposta às mudanças nas condições de mercado.
"Se as condições de mercado estão mudando, o ROE [rentabilidade sobre o patrimônio] inevitavelmente deve cair", afirmou.
No primeiro semestre, o retorno do Itaú alcançou os 24%, o maior entre os grandes bancos do país. Trata-se de quase quatro vezes a taxa básica de juros, cuja média no período foi de 6,5% ao ano, e praticamente o dobro do custo de capital do banco, estimado em 12,5%.
Questionado por jornalistas após o evento, Bracher afirmou que o banco vai se empenhar ao máximo para manter os níveis de rentabilidade. "Mas é admissível pensar que ao longo do tempo haja uma redução do ROE", disse.
A tendência de queda na rentabilidade tem a ver com o cenário de maior competição e a necessidade de atender melhor os clientes, segundo Bracher. Ele deu como exemplo a decisão recente do Itaú de reduzir a zero a taxa de juros cobrada dos lojistas na antecipação de recursos das vendas realizadas nas maquininhas de cartão.
"Abrimos mão de parte de receita das operações motivados pela competição", afirmou.
E você, acha que o Itaú e os demais bancos vão sobreviver ao ataque das fintechs? Deixe seu comentário logo abaixo.
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
O Google vai ser obrigado a vender o Chrome? Itaú BBA explica por que medida seria difícil — mas ações caem 5% na bolsa mesmo assim
Essa seria a segunda investida contra monopólios ilegais nos EUA, desde a tentativa fracassada de desmembrar a Microsoft, há 20 anos
Nvidia (NVDC34) vê lucro mais que dobrar no ano — então, por que as ações caem 5% hoje? Entenda o que investidores viram de ruim no balanço
Ainda que as receitas tenham chegado perto dos 100% de crescimento, este foi o primeiro trimestre com ganhos percentuais abaixo de três dígitos na comparação anual
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Pix já responde por 24% dos pagamentos no varejo, mas sistema financeiro precisa de atenção aos incidentes cibernéticos, diz Banco Central
Relatório de Estabilidade Financeira do BC destaca funcionamento seguro e avanço tecnológico do sistema financeiro brasileiro, mas destaca desafios na área de segurança cibernética
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica
O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”
R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações
Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Equatorial (EQTL3) tem retorno de inflação +20% ao ano desde 2010 – a gigante de energia pode gerar mais frutos após o 3T24?
Ações da Equatorial saltaram na bolsa após resultados fortes do 3º tri; analistas do BTG calculam se papel pode subir mais após disparada nos últimos anos
‘Mãe de todos os ralis’ vem aí para a bolsa brasileira? Veja 3 razões para acreditar na disparada das ações, segundo analista
Analista vê três fatores que podem “mudar o jogo” para o Ibovespa e a bolsa como um todo após um ano negativo até aqui; saiba mais
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Grupo Mateus: Santander estabelece novo preço-alvo para GMAT3 e prevê valorização de 33% para as ações em 2025; saiba se é hora de comprar
O banco reduziu o preço-alvo para os papéis da varejista de alimentos em relação à 2024, mas mantém otimismo com crescimento e parceria estratégica
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada