🔴 30.000% EM 10 MESES INVESTINDO NESTE ATIVO DIGITAL- VEJA QUAL 

Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
Análise

Inflação abaixo do esperado e a cautela do Banco Central

IPCA comportado e atividade fraca devem impulsionar debate sobre a existência de espaço ou não para novas reduções da Selic

Eduardo Campos
Eduardo Campos
8 de fevereiro de 2019
11:06 - atualizado às 9:53
Reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom)
Reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) - Imagem: Flickr Banco Central do Brasil

Nesta semana, o Banco Central (BC) reiterou a cautela, a serenidade e a perseverança na condução da política monetária ao manter a Selic em 6,5% e ver um balanço de risco ainda assimétrico para o lado negativo.

E nesta sexta-feira, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,32% na primeira leitura do ano, abaixo da mediana das projeções do mercado que estava em 0,37% (Projeções Broadcast), acumulando 3,78% em 12 meses.

Por outro lado, os núcleos, que tentam captar a tendência de preço, apresentaram comportamento diverso, subindo 0,3% na média de 12 meses, para 3,14%, segundo os cálculos da CM Capital Markets. Mas parecem seguir em patamares confortáveis, segundo o próprio BC.

Os dados, aliados a números pouco animadores do lado da atividade e renovada preocupações com uma desaceleração global, devem continuar impulsionando uma interessante discussão sobre a atuação do BC: haveria ou não espaço para mais reduções da taxa Selic? O BC perdeu uma a oportunidade de dar contribuir ainda maior na retomada da atividade sem colocar sua missão em risco? Ou diante de quadro ainda incerto por aqui (reformas) e nebuloso no âmbito global, o tradicional conservadorismo da autoridade monetária é o caminho mais adequado?

O debate começou no fim do ano passado (e participamos dele aqui), quando a preocupação eleitoral se dissipou e se cristalizou um quadro de mais um ano de IPCA abaixo da meta, e ganhou novo fôlego agora em janeiro com artigos de especialistas no “Blog do Ibre” da Fundação Getulio Vargas (FGV), e artigos em diferentes jornais.

Em artigo, o chefe do Centro de Estudos Monetários do Ibre, professor José Júlio Senna, avalia que as argumentações favoráveis a uma atuação mais ousada do BC são válidas, mas não fazem parte da essência do regime de metas para a inflação.

Leia Também

De acordo com Senna, o BC tem duas opções. A primeira seria respeitar o arcabouço teórico vigente, mirando projeções e expectativas na meta, representado pelo regime. Ou passar a agir de maneira discricionária, postura que a atual diretoria do BC não mostra nenhum apreço.

Para o professor, a situação atual representa uma boa ilustração prática do recado dado e reiterado de “cautela, serenidade e perseverança”, pois no caso de as reformas internas decepcionarem, as condições financeiras inviabilizariam qualquer redução adicional de juros. Por outro lado, com resultados bons, o BC não se precipitaria, pois estaria aberto o espaço para que os efeitos da redução de quase 800 pontos da Selic desde o fim de 2016 se consumassem plenamente, ampliando-se assim os estímulos à economia.

Em resposta ao artigo de Senna, o professor da UFRJ, Ricardo de Menezes Barboza, também foi ao “Blog do Ibre”. Para Barboza, advogar por novas reduções não necessariamente é pregar contra o regime de metas.

Para o economista, apesar de alguns choques de preços ficarem completamente fora do controle do BC, há bons indícios de que o IPCA de 2018 e 2019 abaixo da meta carregue algo mais estrutural.

Barboza argumenta sobre o modelo de projeção do BC e mostra como a autoridade tem superestimado a inflação de forma sistemática. Depois, o especialista discute fatores que podem ter tirado potência da política monetária, tornado sua transmissão ao lado real da economia menos eficiente.

Ainda de acordo com Barboza, uma queda adicional de meio ponto percentual na Selic não seria uma panaceia para a economia brasileira. Mas novos estímulos iriam no sentido de estimular o PIB na direção do potencial e a inflação na direção da meta, o que é absolutamente desejável.

Alguma conclusão?

Difícil contra argumentar mestres e PhDs em economia, mas meu modesto palpite é que o BC preferiu não tomar risco, indo até o limite do que toma por razoável na redução do juro diante de grandes incógnitas locais e externas.

Por aqui, temos um cenário que se configura cada vez mais binário. Ou resolvemos a questão fiscal ou caímos do abismo econômico e social. Lá fora, a economia parece desacelerar e os bancos centrais voltam a liberar liquidez promovendo condições financeiras que podem engendrar a próxima crise devastadora.

Quem poderia trazer maior clareza ao debate é o próprio presidente do BC, Ilan Goldfajn. Mas ele está de saída da instituição e terá de cumprir uma longa quarentena até poder voltar ao debate público sobre seu trabalho no comando da instituição.

Por ora, creio que nos resta aguardar, primeiro a ata da última reunião do Copom (terça-feira) e alguma indicação de como Roberto Campos Neto encara todas essas questões. Ele deve chegar ao BC em março e sua sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e seu discurso de posse devem mostrar de que lado vai se posicionar.

Veja aqui o artigo de José Júlio Senna

Veja aqui o artigo de Ricardo Menezes Barboza

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
IPCA DE SETEMBRO

A boa e a má notícia da inflação nas últimas semanas antes de Galípolo suceder Campos Neto à frente do Banco Central

9 de outubro de 2024 - 10:07

IPCA saiu de deflação de 0,02% em agosto para uma inflação de 0,44% em setembro, ligeiramente abaixo das projeções dos analistas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Efeito borboleta: Investidores monitoram ata do Fed, falas de dirigentes e IPCA de setembro para antecipar rumos do Ibovespa e dos juros

9 de outubro de 2024 - 8:09

Participantes do mercado esperam aceleração da inflação oficial no Brasil em meio a temores de ciclo de alta de juros ainda maior

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Sabatinando Galípolo: Senado vota hoje indicado de Lula para suceder Campos Neto no Banco Central, mas Ibovespa tem outras preocupações

8 de outubro de 2024 - 8:06

Além da sabatina de Galípolo, Ibovespa terá que remar contra a queda do petróleo e do minério de ferro nos mercados internacionais

Cenário macro

Selic de dois dígitos será mais norma que exceção, diz economista do Citi; como os bancões gringos veem juros e inflação no Brasil?

7 de outubro de 2024 - 16:20

Cautela do Banco Central em relação à pressão inflacionária é bem vista por economistas do Citi, do JP Morgan e do BofA, que deram suas projeções para juros em 2024 e 2025

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Inflação é destaque no Brasil, EUA e China, com ata do Fed e PIB do Reino Unido no radar

7 de outubro de 2024 - 7:02

Além de dados de inflação, as atenções dos mercados financeiros se voltam para o fluxo cambial do Brasil e a balança comercial dos EUA e Reino Unido

Conteúdo BTG Pactual

Varejistas, imobiliárias e mais: veja as ações mais (e menos) afetadas pela alta da Selic, segundo o BTG Pactual

3 de outubro de 2024 - 9:59

Magazine Luiza, Casas Bahia e JHSF estão entre as empresas que mais podem sofrer com a alta da Selic; BTG aponta onde investir neste cenário

VAI VOLTAR ATRÁS?

Subir a Selic foi um erro do Banco Central? O que os dados econômicos dessa semana revelam

29 de setembro de 2024 - 12:00

Divulgação do IPCA-15 surpreende o mercado e Campos Neto é questionado sobre “erro” do Copom; veja esta e outras notícias sobre SUVs, renda fixa e Ibovespa

DÉCIMO ANDAR

Wake me up when september ends

29 de setembro de 2024 - 8:00

Até aqui, setembro tem sido um mês desafiador para os FIIs. Quais lições e oportunidades podemos tirar do período?

BOMBOU NO SD

Novo título de renda fixa com isenção de IR e os rumores sobre a venda bilionária de ações da JBS (JBSS3) pelo BNDES: os destaques do Seu Dinheiro na semana

28 de setembro de 2024 - 12:51

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que a nova renda fixa pode ser disponibilizada no mercado em breve; veja as matérias mais lidas da última semana

INCERTEZAS

A Selic não vai parar de subir? Campos Neto diz como ficam os juros com melhora da inflação; presidente do BC também manda recado sobre a questão fiscal

27 de setembro de 2024 - 19:40

Eventos como a aprovação do teto dos gastos e do arcabouço fiscal, disse, abriram espaço para trabalhar com uma taxa Selic menor

QUASE PLENO EMPREGO

Campos Neto não curtiu? Desemprego atinge o menor nível para agosto — mas parte dos economistas acha isso ‘ruim’

27 de setembro de 2024 - 11:42

Além da queda da taxa de desemprego próxima de uma situação de pleno emprego, o rendimento real dos trabalhadores cresceu

Ranking do Tesouro Direto

Só os conservadores se salvaram: títulos públicos sofrem em setembro, mês que teve até greve do Tesouro Direto; veja as maiores altas e quedas

26 de setembro de 2024 - 19:30

Tesouro Selic foi o único título do Tesouro Direto a apresentar retorno positivo em mês marcado pelo início de um novo ciclo de alta na taxa básica de juros

ERROS POSSÍVEIS

Campos Neto errou? Presidente do BC responde sobre condução da taxa de juros após relatório de inflação

26 de setembro de 2024 - 14:41

Comentários de Campos Neto foram feitos durante entrevista coletiva para falar do Relatório Trimestral de Inflação

RENDA FIXA

Banco BV lança CDB que rende até 136% do CDI e com resgate até nos finais de semana; veja como investir

26 de setembro de 2024 - 14:01

O novo título faz parte da ação que comemora os 36 anos do banco neste mês de setembro

MERCADOS

Vale (VALE3) leva a melhor no cabo de guerra com a Petrobras (PETR4) e ajuda Ibovespa a fechar em alta; dólar recua a R$ 5,4447

26 de setembro de 2024 - 11:53

No mercado de câmbio, o dólar à vista opera em queda, mas longe das mínimas do dia

UMA BOA SURPRESA

E agora, Campos Neto? IPCA-15 contraria projeções e desacelera, mas será suficiente para mudar postura do Banco Central com os juros?

25 de setembro de 2024 - 11:07

Prévia da inflação oficial desacelera de 0,19% para 0,13 na leitura mensal e cai a 4,12 no acumulado em 12 meses, segundo o IBGE

PERSPECTIVAS DO DIRIGENTE

Campos Neto vê exagero dos mercados na precificação dos riscos fiscais; veja o que o presidente do Banco Central disse dessa vez

24 de setembro de 2024 - 13:45

Durante evento do Banco Safra, nesta terça-feira (24), RCN também falou sobre perspectiva em relação à economia norte-americana e os impactos das queimadas no Brasil nos preços

COMO DIAMANTE

Ata do Copom mantém tom duro e amplia apostas de que BC vai acelerar alta da Selic

24 de setembro de 2024 - 11:24

Embora o Copom não tenha indicado claramente qual será seu próximo passo, a expectativa é de que alta dos juros seja acelerada na próxima reunião, marcada para o início de novembro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Entre estímulos e desestímulos: corte de juros na China anima bolsas internacionais, mas Ibovespa espera a ata do Copom

24 de setembro de 2024 - 8:07

Iniciativas do banco central chinês incluem a redução do compulsório bancário e corte de juros para financiamentos imobiliários e compra de um segundo imóvel

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Corte de juros nos EUA não resolve tudo na bolsa: bomba fiscal põe em risco fim de ano do mercado de ações no Brasil

24 de setembro de 2024 - 6:17

Da mesma forma, o aumento dos juros por aqui é insuficiente sem um compromisso firme do governo com a responsabilidade fiscal

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar