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Guedes defende que negociações envolvendo a reforma respeitem a marca de R$ 1 trilhão de economia para o governo

Ministro alertou que, caso a Previdência seja desidratada a ponto de trazer uma economia menor que essa, o Brasil não conseguirá “escapar da armadilha”

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20 de fevereiro de 2019
17:33 - atualizado às 14:11
O ministro da Economia Paulo Guedes, durante cerimônia de posse aos presidentes dos bancos públicos.
Para o ministro, sua reforma atingirá a todos os brasileiros - Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira, 20, que a marca de R$ 1 trilhão é importante para a reforma da Previdência. Segundo ele, caso a reforma seja desidratada e não se atinja uma economia neste valor, as novas gerações serão comprometidas.

"Consideramos R$ 1 trilhão uma marca importante. Na transição para o regime de capitalização, que vai acelerar o crescimento brasileiro, democratizar a poupança e permitir que as futuras gerações sejam protegidas, R$ 1 trilhão é a marca", afirmou Guedes, em rápida entrevista a jornalistas na portaria do Ministério da Economia.

"Abaixo de R$ 1 trilhão, você já começa a comprometer o lançamento para as novas gerações, porque vamos lançar um regime de capitalização. E nós precisamos de uma folga, um impulso fiscal, suficiente - ou seja, acima de R$ 1 trilhão - que nos permita lançar o sistema novo", acrescentou o ministro.

De acordo com Guedes, caso a reforma seja desidratada, o Brasil não conseguirá "escapar desta armadilha".

Fora privilégios!

Guedes também defendeu sua reforma dizendo que ela vai atingir todos os brasileiros. "A (reforma da) Previdência vem para remover privilégios, reduzir desigualdades e principalmente botar o Brasil para crescer", disse o ministro.

Segundo ele, a reforma busca garantir a solvência da Previdência e, mais do que isso, o crescimento econômico e a geração de empregos. "Então, todas as sugestões dos governadores, que estão também afundados na mesma crise, conosco, estão sendo bem recebidas", disse Guedes, que mais cedo havia participado de reunião com governadores sobre a reforma. "Nossa solução é abrangente o suficiente, ampla o suficiente, para haver este espaço de acomodação", acrescentou, em referência a sugestões dadas pelos governadores a respeito do texto apresentado.

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Questionado sobre críticas feitas mais cedo pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), à proposta, Guedes buscou esclarecer a questão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Segundo o ministro, a proposta prevê o pagamento de um benefício de R$ 400 a partir dos 60 anos para quem comprovar que está em situação de miserabilidade. "As pessoas, às vezes com 60 anos, só receberão isso (salário mínimo) aos 70 anos?", questionou Guedes. "Ele (Dino) achava que devia ser aos 65 anos. Nós abrimos essa possibilidade de que a pessoa, já aos 60 anos, receba parte do salário mínimo, R$ 400, de forma que, quando chegar aos 70 anos, receba o salário inteiro", disse.

Conforme Guedes, isso é para evitar que o brasileiro não contribua. "Porque ele (o contribuinte) pode falar: 'olha, se não contribuir ou contribuir, aos 65 anos vou ganhar o (salário) mínimo do mesmo jeito, eu prefiro não contribuir'", disse Guedes. "Então, deixa receber um pouco menos antes e, se ficar até os 70 anos, ele recebe o salário inteiro", pontuou.

O ministro explicou que esta antecipação tem um custo de R$ 50 bilhões ou R$ 60 bilhões. "Isso é uma coisa que estávamos pagando para tornar acessível mais cedo. Ao mesmo tempo, impedir que houvesse pessoas que não contribuíssem", explicou. "Na verdade, criamos uma facilidade. Se os governadores acharem que isso é ruim, ganhamos mais R$ 50 bilhões ou R$ 60 bilhões. Nós podemos tirar isso. Nós temos flexibilidade."

Minoria do bloqueio

Guedes também fez acusações dizendo que "grupos de interesses corporativos privilegiados têm impedido a reforma há décadas". O ministro afirmou que "menos de 6 milhões de pessoas têm impedido uma reforma que pode ajudar 200 milhões de brasileiros". "E estes menos de 6 milhões têm tido sucesso porque mentem, jogam com falsidades, com coisas que não são corretas, e a mídia tem que esclarecer isso."

De acordo com o ministro, surgirão críticas "aqui e ali" à reforma apresentada, mas a imprensa precisará mostrar que os grupos de interesse têm impedido mudanças há décadas.

Qualificando a imprensa como "quarto poder", Guedes afirmou que ela tem um papel "definitivo" a ser jogado: o de ajudar a esclarecer os mal-entendidos. "A reforma da Previdência é essencial. Essa nova Previdência é essencial, porque a antiga, antes de o País envelhecer, já está na ameaça de insolvência. Então, vocês (jornalistas) têm o papel de esclarecer", afirmou.

*Com Estadão Conteúdo.

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