Como deter uma carteira com 13 títulos públicos corrigidos pela inflação em um só investimento
Sob gestão do Itaú e com a bênção do Tesouro, o fundo de índice (ou ETF, na sigla em inglês) IMAB11 começou a ser negociado ontem na bolsa depois de captar R$ 2 bilhões em uma oferta de cotas. Saiba se o investimento é indicado para você

Com que título público eu vou? Quem já investiu ou pelo menos tentou aplicar alguma vez no Tesouro Direto já deve ter se deparado com essa dúvida. E que tal comprar diretamente na bolsa uma cesta composta por 13 papéis corrigidos pela inflação (Tesouro IPCA+), de diferentes vencimentos?
Essa carteira foi reunida no fundo de índice (ou ETF, na sigla em inglês) IMAB11, cujo lançamento foi realizado nesta segunda-feira na B3. Já existem no mercado vários ETFs com referência em índices de ações, como o Ibovespa, mas esse é o primeiro que segue uma carteira de títulos públicos - no caso, o IMA-B, calculado pela Anbima.
O produto nasce com a bênção do Tesouro Nacional e sob a gestão do Itaú Unibanco, que também foi o responsável por vender as cotas a investidores no mercado.
A oferta inicial do ETF movimentou R$ 2 bilhões e contou com a participação de pouco mais de 2 mil investidores. Mas será que o investimento é indicado para você? Eu estive ontem na cerimônia que marcou a estreia do IMAB11 na bolsa e trago mais detalhes sobre o novo produto de investimento.
Quais as vantagens
Uma das vantagens do ETF de renda fixa é a tributação. A alíquota de imposto é de 15% sobre o rendimento, independentemente do prazo da aplicação. Ou seja, a mordida do Leão pode ser menor do que na renda fixa tradicional e no próprio Tesouro Direto, cujo imposto varia de 22,5% a 15% conforme o prazo.
O ETF também não está sujeito à cobrança de IOF no caso de venda das cotas antes de 30 dias nem ao chamado "come-cotas", como é conhecida a tributação semestral que incide sobre as cotas de fundos de investimento.
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Os rendimentos pagos pelo Tesouro semestralmente nos títulos que compõem o IMAB11 são reinvestidos na carteira, também sem tributação, o que pode ajudar a engordar a rentabilidade.
Quais os custos
O custo do investimento no ETF lançado ontem é bem competitivo em relação às aplicações disponíveis no mercado de renda fixa. A taxa de administração é de 0,25% ao ano, a mesma cobrada na custódia do Tesouro Direto.
Mas a compra e venda de cotas do IMAB11 na bolsa está sujeita às taxas de negociação cobradas pelas corretoras, enquanto que a aplicação direta em títulos públicos possui taxa zero na grande maioria das instituições.
Para garantir tanto a liquidez das cotas na bolsa quanto a aderência do preço na bolsa com o índice de títulos públicos calculado pela Anbima, o Santander foi contratado como formador de mercado do IMAB11.
Quais os riscos
Como a carteira do ETF é composta por títulos públicos, trata-se de um investimento seguro. Mas o investidor está sujeito ao risco de mercado, com as oscilações do preço dos títulos que compõem a carteira.
Em seu primeiro dia de negociação, o IMAB11 fechou cotado a R$ 68,24, em alta de 1,10%. Ou seja, mais do que o dobro da variação mensal do CDI. Parece ótimo, não?
Só que na sexta-feira o IMA-B, índice de referência do fundo, recuou 0,49%. Ou seja, se você não tolera ver cota negativa nas suas aplicações de renda fixa, fique longe do IMAB11.
Vale lembrar que quem aplica diretamente em títulos atrelados à inflação no Tesouro também está sujeito à mesma oscilação, principalmente dos de prazo mais longo. Mas quem pode aguardar até o vencimento dos títulos tem a opção de "ignorar" os movimentos do mercado e receber a rentabilidade contratada. O que não acontece com o ETF, cuja compra e venda acontece sempre no preço "da tela".
As oscilações de curto prazo também tornam o IMAB11 contraindicado como forma de guardar a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode usar a qualquer momento. Mas pode ser interessante como forma de diversificar seus investimentos de renda fixa a um custo relativamente baixo.
A oferta
As pessoas físicas ficaram com aproximadamente 35% do total captado com a emissão inicial das cotas do fundo. O IMAB11 foi basicamente todo distribuído dentro da própria base de clientes do Itaú, segundo Arlindo Penteado, responsável pela área de vendas da asset do banco.
Os outros 65% foram vendidos a investidores institucionais, como fundos de investimento. Além de ampliar a base de investidores conforme o ETF se tornar mais conhecido, a expectativa do Itaú é atrair outros públicos, como os fundos de pensão e institutos de previdência de estados e municípios (RPPS).
A B3 vê nos ETFs de renda fixa uma forma de estimular os negócios na bolsa e prevê a criação ainda neste ano de iniciativas como a possibilidade de o investidor alugar suas cotas ou usá-las como garantia de operações, segundo o presidente da bolsa, Gilson Finkelsztain.
E você, o que achou do IMAB11? Comente logo abaixo ou no meu Twitter.
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