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Eduardo Campos
Diário dos 100 dias
Eduardo Campos conta os bastidores do início do governo
Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
DIA 39

Estatais, filhos drogados e Saci Pererê

Presidente teve seu melhor dia desde a internação para cirurgia em São Paulo e Paulos Guedes estava inspirado no Rio de Janeiro

Eduardo Campos
Eduardo Campos
8 de fevereiro de 2019
18:16 - atualizado às 10:44

Um dia depois de diagnosticada uma pneumonia, o presidente Jair Bolsonaro acordou superanimado e disposto, segundo o porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros, que também disse que emocionalmente e visualmente esse foi o melhor dia que o presidente passou. Mas enquanto Bolsonaro continua longe de Brasília, o “senhor fontes” segue em ação, fomentando rumores e notícias desencontradas sobre o estado de saúde e relações do presidente com o vice, general Mourão. O ambiente palaciano sempre foi propício ao tal “fogo amigo” e intencional também.

Na economia, desta vez no Rio de Janeiro, o ministro Paulo Guedes estava particularmente inspirado, soltando frases do tipo: “o Brasil era um Saci Pererê, só pulava com a perna esquerda, mas ela estava cansada. Agora vamos pular um pouco com a perna direita” e estatais são como “filhos que fugiram e hoje são drogados”, para criticar o regime previdenciário e a gestão das empresas do governo.

Ainda sobre o assunto, o secretário Especial da Previdência, Rogério Marinho, deu uma data, entre 19 e 21 de fevereiro, para apresentar a proposta de reforma. Outra notícia intrigante, ou “balão de ensaio”, mas que com boa vontade parece ter algum senso político deu conta de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, poderia convidar o deputado Mauro Benevides (PDT-CE) para presidir a comissão que analisará a reforma. O tal senso político decorreria do fato de Maia tentar apoio do PDT, já que Benevides foi o “economista” de Ciro Gomes na campanha. Parece difícil, já que os Gomes (Ciro e Cid) tentam consolidar uma oposição “não lulista”, desde o famoso episódio, recentemente reprisado, de “o Lula tá preso, babaca”. A conferir, pois cálculo políticos não são lineares.

Rodrigo Maia reafirmou o rito da reforma (CCJ e comissão especial) e estimou que o texto possa ser votado em maio/junho. Na semana tivemos muito barulho com relação ao prazo de votação e afins, mas isso é só espuma. O tempo de Brasília é diferente do tempo do mercado. O que importa é a aprovação, que parece crível. Maia também voltou a afirmar que o problema não é o mérito da reforma, mas sim “algumas corporações”, lutando mais um dia do que chamo de “batalha da comunicação”.

Leia aqui todo o Diário dos 100 Dias.

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