Em reação à liderança de Eduardo Bolsonaro na Câmara, “bivaristas” devem apresentar nova lista
Deputado Júnior Bozzella afirmou que havia um acordo de “trégua” entre os grupos que previa a manutenção de Delegado Waldir como líder até janeiro

Em uma rápida reação, o grupo de parlamentares do PSL ligados ao presidente do partido, Luciano Bivar (PE), prepara um contra-ataque para manter o Delegado Waldir (GO) na liderança da bancada na Câmara.
Isso porque, segundo o deputado Júnior Bozzella (PSL-SP), na manhã desta segunda-feira, 21, houve um acordo de "trégua" entre os grupos, depois que o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, telefonou para Bivar.
Na versão do deputado, o acordo previa a manutenção de Waldir como líder até janeiro em troca da revogação da suspensão de cinco parlamentares do grupo ligado a Bolsonaro, determinadas na semana passada.
De acordo com o parlamentar, eles conversaram ao telefone por volta das 7h e teriam combinado de não haver mais listas nem suspensões. Waldir não sabia dos detalhes desse acordo até gravar um vídeo no qual dizia que "aceita democraticamente a lista feita por parlamentares", segundo Bozzella, e, por isso, fez o gesto de entrega pacífica da liderança.
Vitor Hugo (PSL-GO), porém, teria quebrado esse acordo ao apresentar a nova lista pró-Eduardo e com isso, a ala ligada a Bivar decidiu que vai manter as suspensões e apresentar nova lista para devolver Waldir à liderança.
Mais cedo, a Câmara dos Deputados oficializou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, como líder do partido na Casa. Ele recebeu o apoio de 28 dos 53 parlamentares da legenda - a lista original tinha 29 nomes, mas um deles não foi aceito. A confirmação ocorre logo após Waldir divulgar o vídeo em qual diz abrir mão do posto.
Leia Também
Guido Mantega vai ficar de fora do conselho da Eletrobras (ELET3) e governo busca novo nome, diz jornal
A "batalha das listas" ocorre desde a semana passada. Caso os "bivaristas" protocolem novo documento hoje essa será a quinta lista em menos de uma semana apresentada à Câmara sobre a liderança da bancada do PSL.
Só sei que nada sei
Apesar de ter o seu nome oficializado como o novo líder do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro preferiu a cautela sobre a decisão confirmada pela Mesa Diretora da Casa.
"Neste momento eu não sei se a lista que está valendo é a minha lista. Se houve ou não qualquer tipo de acordo, não posso me posicionar como sendo ou não o líder do partido", afirmou Eduardo Bolsonaro.
Logo após a Câmara dos Deputados oficializar o seu nome, o deputado federal Eduardo Bolsonaro se trancou no gabinete da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden), a qual preside, para confirmar a informação com aliados. "Vamos acompanhar o dia. Não sei de acordo", afirmou Eduardo Bolsonaro.
Deputados negam acordo
Pelo Twitter, o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), que é líder do governo na Câmara Federal, negou que tenha havido um acordo entre as partes mediado pelo ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos.
Segundo o deputado, Ramos o contatou para informar que não havia qualquer acerto entre os parlamentares, contradizendo Júnior Bozzella, que mais cedo mencionou um "armistício" entre as partes.
"O ministro Ramos esclareceu que não fez qualquer acerto, que apenas manteve conversas preliminares e que não havia me falado nem mesmo sobre essas conversas porque não tinha havido avanços", escreveu Vitor Hugo no Twitter.
À imprensa, Ramos negou que tenha proposto qualquer acordo ao presidente do PSL. "Não fiz acordo nenhum. A deputada Joice (Hasselmann, ex-líder do governo no Congresso) disse que eu rompi acordo. Tem de me respeitar. Eu jamais deixaria de cumprir minha palavra", disse o ministro. Ele admitiu, no entanto, que ligou pela manhã a Bivar, antes de embarcar para São Paulo.
O objetivo da conversa, segundo o ministro, era pedir a Bivar ajuda para "serenar os ânimos" e evitar que polêmica envolvendo o PSL "não provocasse interferência na pauta do Congresso".
"Liguei para o Bivar para tratar da pauta legislativa e pedi que ajudasse a acalmar o partido porque, na semana passada, o (deputado) Delegado Waldir retirou o líder (do governo na Câmara, deputado) Vitor Hugo da comissão especial (sobre o projeto que trata da previdência dos militares) e foi o maior problema", disse o ministro.
De acordo com Ramos, na conversa, foi Bivar quem citou a possibilidade de um acordo em que tanto Waldir quanto Eduardo abririam mão da liderança do partido na Câmara. A ideia seria encontrar um nome de consenso na bancada. Em resposta, o ministro teria dito que achava a ideia "positiva para todo mundo". "Pronto. Foi isso. Não falei que ia ligar para Eduardo Bolsonaro. Não falei que ia ligar para Vitor Hugo. Não. Em nenhum momento falei isso", afirmou o ministro.
Ramos disse ainda que quem está falando sobre o suposto acordo são pessoas que não participaram da conversa, como Joice e o deputado Júnior Bozzella (PSL-SP). "Não falei com nenhum dos dois", disse o ministro, acrescentando que "não existe nenhuma declaração do presidente do PSL afirmando que ele fez acordo. Pode procurar. Só existe de terceiros".
O ministro contou que alguns parlamentares lhe telefonaram e não foi o Eduardo -"em nenhum momento, falei com ele" - para comentar sobre a possibilidade de consenso. Disse que falou com deputado Coronel Armando (RJ) e o deputado Coronel Tadeu (SP). A eles, porém, disse que não seria intermediário da disputa, por se tratar de uma questão da bancada.
Também no Twitter, o deputado Filipe Barros (PSL-PR), que integra a ala bolsonarista do partido, deixou claro que a disputa pela liderança deve perdurar.
"Se apresentarem 10 listas para manter o Waldir na liderança, apresentaremos 11. Se apresentarem 20 listas para manter o Waldir na liderança, apresentaremos 21", tuitou Barros.
Entenda o caso
O mais ruidoso capítulo da briga começou na quarta-feira, 16, quando Bolsonaro tentou substituir Delegado Waldir por seu filho Eduardo na liderança do PSL na Câmara. Para tanto, chamou um grupo de parlamentares do seu grupo para uma conversa a portas fechadas, no Palácio do Planalto, e exerceu seu poder de pressão.
Bolsonaro estava irritado com Waldir, que no dia anterior orientara a bancada a votar contra uma Medida Provisória de interesse do governo, e cobrou apoio à troca de comando na liderança. Fez o apelo pessoalmente e em telefonemas.
Áudios do presidente vazaram e, depois disso, em reunião da ala "bivarista" do PSL (ligados ao presidente da sigla, Luciano Bivar), Waldir disse que iria "implodir" o presidente, chamando-o de "vagabundo".
O protocolo da Câmara recebeu listas assinadas por deputados do PSL - duas delas pediam a substituição da liderança e outra, a sua manutenção. A Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara conferiu as assinaturas e invalidou quatro delas. Com isso, Delegado Waldir foi mantido como líder.
Bolsonaro também substituiu a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso, pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO). Da ala pró-Bivar e desafeta de Eduardo, Joice foi signatária de uma lista pedindo a manutenção de Waldir no posto, o que enfureceu o presidente.
Na sexta, 18, o delegado Waldir, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, voltou chamar Bolsonaro de "vagabundo" e acusou o presidente de estar "comprando" deputados com cargos e fundo partidário em troca do apoio ao nome de Eduardo para a liderança da bancada do partido. O deputado afirmou que o governo está "parado".
Maia: 'não é problema meu'
Sobre a crise no PSL, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira, dia 21, que o tema não afetará a capacidade de aprovação das reformas. "Não (afeta) porque você tem base majoritária na Câmara que quer modernizar e reformar o Estado brasileiro, independente se o governo tem ou não base", disse o parlamentar.
Maia afirmou ainda que a disputa pela liderança do PSL na Casa "não é um problema do presidente da Câmara". "Se eles vão continuar disputando liderança ou não, é um problema do PSL. Nós continuamos com nossa agenda de modernizar a Câmara, o Estado brasileiro", reforçou Maia.
12 caem
Apesar de reticente com a liderança, Eduardo Bolsonaro já deu suas primeiras cartadas e determinou o desligamento de todos os 12 vice-líderes do partido na Casa nesta segunda-feira (21).
A maioria dos deputados que perdeu a função de vice-líder é da ala do partido ligada ao presidente da sigla, Luciano Bivar (PSL-PE). Os vices são responsáveis por substituir o líder quando necessário.
São eles: Dayane Pimentel (BA), Nicoletti (RR), Nereu Crispim (RS), Nelson Barbudo (MT), Júnior Bozzella (SP), Julian Lemos (PB), Joice Hasselmann (SP), Heitor Freire (CE), Felício Laterça (RJ), Coronel Tadeu (SP) e Charles Evangelista (MG). Também foi desligado da vice-liderança o deputado Daniel Silveira (RJ), responsável por gravar o então líder da legenda, deputado Delegado Waldir (PSL-GO), em uma reunião em que falava sobre "implodir" o presidente Jair Bolsonaro.
*Com Estadão Conteúdo.
Eletrobras (ELET3) convoca acionistas para aprovar acordo com governo federal e encerrar disputa
A União ingressou em 2023 com ação questionando dispositivo do estatuto da Eletrobras que limitou a 10% o poder de voto de qualquer acionista
Sai Durigan, entra Anelize: Banco do Brasil (BBAS3) convoca assembleia de acionistas para trocar 5 dos 8 membros do conselho; veja as indicações
Colegiado passará por mudanças depois de governo Lula ter manifestado a intenção de trocar liderança do conselho; reunião está marcada para 30 de abril do Banco do Brasil
Com eleições de 2026 no radar, governo Lula melhora avaliação positiva, mas popularidade do presidente segue baixa
O governo vem investindo pesado para aumentar a popularidade. A aposta para virar o jogo está focada principalmente na área econômica, porém a gestão de Lula tem outra carta na manga: Donald Trump
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Eleições 2026: Lula tem empate técnico com Bolsonaro e vence todos os demais no 2º turno, segundo pesquisa Genial/Quaest
Ainda segundo a pesquisa, 62% dos brasileiros acham que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria se candidatar à reeleição em 2026
A resposta de Lula às tarifas de Trump: Brasil pode pegar pesado e recorrer à OMC
O governo brasileiro estuda todas as opções para se defender das medidas do governo norte-americano e, embora prefira o diálogo, não descarta acionar os EUA na Organização Mundial do Comércio
Trump-palooza: Alta tensão com tarifaço dos EUA força cautela nas bolsas internacionais e afeta Ibovespa
Donald Trump vai detalhar no fim da tarde de hoje o que chama de tarifas “recíprocas” contra países que “maltratam” os EUA
Brasil não aguarda tarifas de Trump de braços cruzados: o último passo do Congresso antes do Dia da Libertação dos EUA
Enquanto o Ibovespa andou com as próprias pernas, o Congresso preparava um projeto de lei para se defender de tarifas recíprocas
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
STF torna Bolsonaro réu por tentativa de golpe; o que acontece agora
Além de Bolsonaro, a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou réus sete aliados do ex-presidente
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil: o que muda para cada faixa de renda se proposta de Lula for aprovada
Além da isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, governo prevê redução de imposto para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil; já quem ganha acima de R$ 50 mil deve pagar mais
O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços
Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China
Na presença de Tarcísio, Bolsonaro defende anistia e volta a questionar resultado das eleições e a atacar STF
Bolsonaro diz que, “mesmo preso ou morto”, continuará sendo “um problema” para o Supremo Tribunal Federal (STF)
Comissão confirma votação do Orçamento na próxima semana depois de suposto adiamento; entenda o que causou a confusão
Congresso vem sendo criticado pela demora na votação; normalmente, o orçamento de um ano é votado até dezembro do ano anterior
Rodolfo Amstalden: Um Brasil na mira de Trump
Temos razões para crer que o Governo brasileiro está prestes a receber um recado mais contundente de Donald Trump
Popularidade de Lula em baixa e bolsa em alta: as eleições de 2026 já estão fazendo preço no mercado ou é apenas ruído?
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, o professor da FGV, Pierre Oberson, fala sobre o que os investidores podem esperar do xadrez eleitoral dos próximos dois anos
De onde não se espera nada: Ibovespa repercute balanços e entrevista de Haddad depois de surpresa com a Vale
Agenda vazia de indicadores obriga investidores a concentrarem foco em balanços e comentários do ministro da Fazenda
Como não ser pego de surpresa: Ibovespa vai a reboque de mercados estrangeiros em dia de ata do Fed e balanço da Vale
Ibovespa reage a resultados trimestrais de empresas locais enquanto a temporada de balanços avança na bolsa brasileira
PGR denuncia Bolsonaro e mais 33 por tentativa de golpe de Estado; veja tudo o que você precisa saber sobre as acusações
As acusações da procuradoria são baseadas no inquérito da Polícia Federal (PF) sobre os atos de 8 de janeiro de 2022, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes