E o Congresso? Vota alguma coisa ainda neste ano?
Fila de projetos é grande e alguma coisa pode ser votada, mas reformas, como Previdência, devem ficar mesmo para 2019

Câmara e Senado tentam retomar a rotina de trabalhos depois do primeiro turno das eleições. No Senado faltou quórum na terça-feira. Na Câmara, os projetos da ordem do dia não foram apreciados. Mas a expectativa é de que temas como privatização das distribuidoras da Eletrobras, cadastro positivo, capital estrangeiro em aéreas e o Orçamento de 2019 sejam resolvidos até o fim do ano. Previdência não.
Segundo o cientista político da Arko Advice, Cristiano Noronha, há espaço para votações, mas de medidas provisórias e projetos de lei ordinária. “Previdência não sou otimista. Independentemente de quem vença, não sou otimista. Acho que falta tempo”, avalia.
O diretor de Relações Governamentais da Barral M Jorge Consultoria, Juliano Griebeler, também acredita ser difícil pensar em alguma votação de reformas até o fim do ano.
"O governo não conseguiu em dois anos, quando estava forte. Agora, na reta final, é muito improvável. Se tiver alguma reforma envolvendo Previdência, seria apenas o estabelecimento de idade mínima. No lado da reforma tributária pode até tentar alguma unificação de alíquotas de PIS/Cofins, mas não é algo que está com tanto consenso assim", resume o diretor.
Para Noronha dois aspetos têm de ser considerados antes de se pensar em alguma votação envolvendo o tema Previdência. Primeiro, é saber como o parlamentar retorna a Brasília depois de um contato intenso com os eleitores.
“Vários parlamentares que votaram pela reforma na comissão especial não conseguiram se eleger. É um tema complexo. E mesmo aquele que renovou o mandato, qual o sentimento que ele traz das ruas para o Congresso?”, pondera.
Leia Também
De acordo com o jornal “O Estado de S.Paulo” dos 23 parlamentares que tinham votado favoravelmente à PEC da Previdência em comissão especial, apenas cinco continuarão no Congresso. Dos 14 que votaram contra, dez conseguiram se reeleger.
O segundo aspecto, segundo Noronha, é saber qual o nível de engajamento daqueles que não foram reeleitos e estão sem mandato a partir de 2019 de votar uma reforma da Previdência. Para ele, talvez, essa disposição seja baixa.
Irritados x chave ouro
Soube por um amigo que a poeira ainda está baixando no Congresso depois do primeiro turno das eleições. Tem muito deputado e senador que está irritado por não ter sido reeleito e diz que não vai aprovar nada que seja impopular para deixar mais fácil a vida do próximo Congresso. Por outro lado, tem parlamentar que quer fechar o mandato com "chave de ouro".
Assim, deveremos ver uma natural divisão entre os parlamentares sobre qual será a postura diante da pauta de votações, mas ainda é cedo para saber que turma vai prevalecer.
Mais Previdência
Noronha lembra que o tema é complexo, exige um quórum altíssimo para votação e não existe um texto consensual já encaminhado entre os parlamentares.
Os dois candidatos que disputam o segundo turno apoiam algum tipo de reforma, mas cada qual com um formato. Jair Bolsonaro e sua equipe falavam em fazer uma migração de modelo de repartição para capitalização. Fernando Haddad fala mais superficialmente sobre o tema, mas acena que iniciaria uma mudança pelo regime de aposentadorias dos servidores, o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).
Para Griebeler, o presidente eleito vai ter de implementar uma reforma da Previdência. A dúvida é sobre qual será a reforma e quão rígida ela vai ser para conseguir tornar as contas públicas mais equilibradas.
"O Temer está naquele fim de período no qual tem pouca capacidade de mobilizar o Congresso. Ele vai ter de negociar com o próximo presidente tudo o que vai ser feito", explica o diretor.
Para o Noronha é difícil que Congresso aceite votar uma matéria como Previdência que não seja com o próximo presidente eleito.
“O Congresso vai negociar e arrancar compromissos do próximo presidente.”
Ainda de acordo com Noronha, Michel Temer prestou um grande favor ao falar que deseja votar a reforma da Previdência ao término das eleições. Assim, o tema não sai da agenda e há um reforço de sua importância. Temer falou sobre o assunto no fim de setembro.
https://twitter.com/MichelTemer/status/1044278915525693440
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), que não conseguiu se reeleger, já disse que a reforma proposta por Temer não deve estar na sua pauta.
Novo Congresso
Para Noronha não há dúvida de que o presidente eleito vai precisar de enorme habilidade de diálogo no Congresso em função da maior fragmentação e novo arranjo partidário. Em 2019 serão 30 partidos diferentes, contra os atuais 25.
Para o especialista, a maior presença de representantes de bancadas, como ruralista e evangélica, pode facilitar o trabalho de Bolsonaro, já que ele mesmo disse preferir negociar por tema no lugar da tradicional negociação com lideranças partidárias.
Questionado se esse tipo de negociação não poderá ser mais custosa em termos fiscais, Noronha pondera que as concessões não necessariamente precisam ser de cargos ou nacos do Orçamento. “Pode ser conteúdo de outro projeto. O conteúdo de políticas públicas entra nesse processo de negociação, de convencimento. O parlamentar apoia um tema e troca apoio para outro”, explica.
O copo meio cheio de Haddad na guerra comercial de Trump
O ministro da Fazenda comentou sobre tarifas contra o Brasil horas antes de a guerra comercial do republicano pegar fogo
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Viagem a Paris: Haddad discutirá transição ecológica e reforma do G20 na França
Financiamento a florestas tropicais e mercado de carbono são destaques dentre as pautas da agenda de conversas do ministro em Paris.
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
STF torna Bolsonaro réu por tentativa de golpe; o que acontece agora
Além de Bolsonaro, a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou réus sete aliados do ex-presidente
Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar
Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte
Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais
Haddad despenca, Galípolo passa raspando, inflação em alta e economia rumo à recessão: como a Faria Lima vê o governo Lula
Segundo pesquisa Genial Quaest, para 93% dos agentes de mercado a política econômica está na direção errada — e a culpa é do presidente, não de Haddad
O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços
Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China
Na presença de Tarcísio, Bolsonaro defende anistia e volta a questionar resultado das eleições e a atacar STF
Bolsonaro diz que, “mesmo preso ou morto”, continuará sendo “um problema” para o Supremo Tribunal Federal (STF)
Hegemonia em disputa: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de IPCA, dados de emprego nos EUA e balanços
Temporada de balanços volta a ganhar fôlego enquanto bolsas têm novo horário de funcionamento, inclusive no Brasil
Haddad solta o verbo: dólar, PIB, Gleisi, Trump e até Argentina — nada escapou ao ministro da Fazenda
Ele participou na noite de sexta-feira (7) do podcast Flow e comentou sobre diversos assuntos caros ao governo; o Seu Dinheiro separou os principais pontos para você
Popularidade de Lula em baixa e bolsa em alta: as eleições de 2026 já estão fazendo preço no mercado ou é apenas ruído?
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, o professor da FGV, Pierre Oberson, fala sobre o que os investidores podem esperar do xadrez eleitoral dos próximos dois anos
Um olhar pelo retrovisor: Ibovespa tenta manter alta com investidores de olho em balanços e Petrobras em destaque
Além dos números da Petrobras, investidores repercutem balanços da Ambev, do IRB, da Klabin e da WEG, entre outros
Haddad vê mercado muito mais tenso — “não só no Brasil” — e fala em “obsessão de Lula” por equilíbrio fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, debateu os impactos do contexto internacional no Brasil e a economia nacional durante evento do BTG Pactual nesta manhã (25)
Procuramos independência: Ibovespa tenta se recuperar de queda em dia de IPCA-15, balanços e Haddad
IRB e Vivo divulgam resultados por aqui; lá fora, investidores concentram o foco no balanço da Nvidia
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, é um dos convidados da CEO Conference 2025, do BTG Pactual; o que esperar do evento?
A CEO Conference 2025 vai reunir grandes nomes do mercado financeiro para debater o cenário econômico e político atual; veja como participar
De onde não se espera nada: Ibovespa repercute balanços e entrevista de Haddad depois de surpresa com a Vale
Agenda vazia de indicadores obriga investidores a concentrarem foco em balanços e comentários do ministro da Fazenda