‘É fundamental ter marcas com gestão e produtos próprios’
Sócio e conselheiro da Natura, o empresário Pedro Passos afirmou ontem que o grupo cresce com a visão de manter as marcas operando de forma independente

A Natura se tornou o quarto maior grupo especializado em beleza do mundo - atrás apenas da L’Oréal, Estée Lauder e Shiseido - ao comprar a operação global da Avon (com exceção dos EUA e do Japão). A operação, que envolveu troca de ações, criou um grupo que fatura R$ 40 bilhões ao ano e inclui a rede The Body Shop e a marca de luxo Aesop.
Sócio e conselheiro da Natura, o empresário Pedro Passos afirmou ontem, em entrevista ao jornal 'O Estado de S. Paulo', que o grupo cresce com a visão de manter as marcas operando de forma independente. "Não queremos de forma alguma misturar as identidades das marcas", disse, lembrando que a empresa também precisará investir para recuperar espaços que a Avon perdeu em vários países.
Em relação ao País, Passos afirmou não ver "bala de prata" para solucionar os problemas que travam o crescimento do País. "Embora acreditemos que o Brasil é um país de oportunidades, e vai dar certo ao longo do tempo, promessas de curto prazo são arriscadas. De nossa parte, estamos fazendo a lição dentro de casa, para enfrentar um cenário (de baixo crescimento) que, acredito, será longo", frisou.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:
Com a compra da Avon, a Natura passa a ser uma empresa verdadeiramente global?
Sim. Com Natura, Avon, The Body Shop e Aesop, estamos presentes em cem países. A Avon nos dá entrada em mercados relevantes, como Leste europeu, Rússia e Turquia. A Avon pode ser muito estratégica para que possamos atender esses consumidores com propostas diferentes.
A Avon vai deve ser posicionada um pouco abaixo da Natura. Cada marca atenderá um público bem definido?
As propostas de valor de Avon, Natura, The Body Shop e Aesop são muito diferentes. A Avon pode ajudar a entrada das demais marcas em vários mercados. A própria Natura pode aproveitar a força de distribuição da Avon no mercado asiático, considerando que tem um posicionamento claro e diferente, falando de Amazônia e sustentabilidade, que pode representar algo novo (para esses consumidores).
Leia Também
Quais são os desafios para recuperar a imagem da Avon?
Fizemos muita pesquisa de percepção de marca. Embora ela tenha decrescido em alguns mercados, ainda é líder em várias categorias como cuidados com a pele e maquiagem, nas quais aplica muita tecnologia. Natura e Avon terão muitas sinergias, principalmente na América Latina.
Em que mais a Natura pode ajudar a Avon?
A Avon poderá avançar rapidamente no digital, uma vez que a Natura vem despontando nessa área em vendas diretas. É algo que podemos repassar para as revendedoras da Avon. Em seguida, virão investimentos em pesquisa e desenvolvimento, canal de vendas e marca.
O Brasil é o maior mercado da Avon. A estratégia de revitalizar a marca pode começar por aqui?
Estamos gerindo marcas com a intenção de mantê-las independentes, sem integração do lado comercial. Achamos vital que tenham desenvolvimento de produtos e gestão próprios. Temos uma estrutura muito leve de integração. Vamos capturar sinergias - mas do lado fabril, operacional, de logística.
O mercado americano ficou de fora da aquisição. A Natura pode comprar essa operação?
Existem dois mercados nos quais a marca Avon é usada sob licença - os EUA e o Japão. Não temos nenhum plano a respeito desses mercados até porque temos uma lição de casa muito grande a fazer agora.
A Natura ainda vê oportunidades de aquisição?
Agora é o momento de preparar a execução, até porque só vamos poder fazer alguma coisa após a aprovação dos órgãos regulatórios, o que deve ocorrer em 2020. Execução não é só capturar sinergias entre Natura e Avon (que devem ficar entre US$ 150 milhões e US$ 250 milhões), mas também renovar produtos, trazer inovação e aproveitar oportunidades.
Como o sr. vê o mercado brasileiro e a redução das expectativas de crescimento do País?
Para que a economia cresça, a agenda de mudanças precisa ganhar velocidade. Só assim a confiança volta. Além da reforma da Previdência, existem questões de produtividade, de facilitação de negócios, de marcos regulatórios a serem revistos. Uma reforma tributária simplificadora também seria bem-vinda. Não existe bala de prata, é um problema de longo prazo, precisamos ser pacientes. Embora acreditemos que o Brasil é um país de oportunidades, e vai dar certo ao longo do tempo, promessas de curto prazo são arriscadas. De nossa parte, estamos fazendo a lição de casa para enfrentar um cenário (de baixo crescimento) que, acredito, será longo.
Natura &Co é avaliada em mais de R$ 15 bilhões, em mais um passo no processo de reestruturação — ações caem 27% no ano
No processo de simplificação corporativa após massacre na bolsa, Natura &Co divulgou a avaliação do patrimônio líquido da empresa
Vale (VALE3) garante R$ 1 bilhão em acordo de joint venture na Aliança Energia e aumenta expectativa de dividendos polpudos
Com a transação, a mineradora receberá cerca de US$ 1 bilhão e terá 30% da nova empresa, enquanto a GIP ficará com 70%
Banco Master: Compra é ‘operação resgate’? CDBs serão honrados? BC vai barrar? CEO do BRB responde principais dúvidas do mercado
O CEO do BRB, Paulo Henrique Costa, nega pressão política pela compra do Master e endereça principais dúvidas do mercado
Como fica a garantia de R$ 250 mil dos CDBs de Banco Master e Will Bank caso a aquisição do grupo pelo BRB saia do papel?
Papéis passariam para o guarda-chuva do BRB caso compra do Banco Master pela instituição brasiliense seja aprovada
Banco Master: por que a aquisição pelo BRB é tão polêmica? Entenda por que a transação ganhou holofotes em toda a Faria Lima
A compra é vista como arriscada e pode ser barrada pelo Banco Central, dado o risco em relação aos “ativos problemáticos” do Banco Master
Impasse no setor bancário: Banco Central deve barrar compra do Banco Master pelo BRB
Negócio avaliado em R$ 2 bilhões é visto como ‘salvação’ do Banco Master. Ativos problemáticos, no entanto, são entraves para a venda.
Banco de Brasília (BRB) acerta a compra do Banco Master em negócio avaliado em R$ 2 bilhões
Se o valor for confirmado, essa é uma das maiores aquisições dos últimos tempos no Brasil; a compra deve ser formalizada nos próximos dias
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Natura (NTCO3) faz reunião para explicar próximos passos e consegue “vender” tese para analistas
CEO, João Paulo Ferreira, e CFO, Silvia Vilas Boas, convocaram analistas para amenizar preocupação dos investidores após 4T24 fraco e reestruturação organizacional
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Engie Brasil (EGIE3) anuncia compra usinas hidrelétricas da EDP por quase R$ 3 bilhões — e montante pode ser ainda maior; entenda
O acordo foi firmado com a EDP Brasil (ENBR3) e a China Three Gorges Energia, com um investimento total de R$ 2,95 bilhões
Agora vai, Natura (NTCO3)? Mercado não “compra” a nova reestruturação — mas ações tomam fôlego na B3
O mercado avalia que a Natura vivencia uma verdadeira perda, dada a saída de um executivo visto como essencial para a resolução da Avon. O que fazer com as ações NTCO3 agora?
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Natura (NTCO3): a proposta de incorporação que pode dar um pontapé para uma nova fase
Operação ainda precisa ser aprovada em assembleia e passar pelo aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
Não é um pássaro (nem um avião): Ibovespa tenta manter bom momento enquanto investidores se preparam para a Super Quarta
Investidores tentam antecipar os próximos passos dos bancos centrais enquanto Lula assina projeto sobre isenção de imposto de renda
JP Morgan rebaixa Natura (NTCO3) após tombo de 30% das ações; empresa lança programa de recompra
Para o banco, tendências operacionais mais fracas de curto prazo e níveis elevados de ruídos devem continuar a fazer preço sobre as ações NTCO3; saiba o que fazer com os papéis agora
O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços
Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China
Ibovespa tem melhor semana do ano e vai ao nível mais alto em 2025; Magazine Luiza (MGLU3) e Natura (NTCO3) destacam-se em extremos opostos
Boa parte da alta do Ibovespa na semana é atribuída à repercussão de medidas adotadas pela China para impulsionar o consumo interno
Vem divórcio? Azzas 2154 (AZZA3) recua forte na B3 com rumores de separação de Birman e Jatahy após menos de um ano desde a fusão
Após apenas oito meses desde a fusão, os dois empresários à frente dos negócios já avaliam alternativas para uma cisão de negócios, segundo a imprensa local
Natura (NTCO3) derrete 29% depois da divulgação do balanço do 4T24; por que o mercado ficou tão pessimista com a ação?
Resultados ‘poluídos’ pela reestruturação da Avon Internacional e Ebtida negativo fazem o papel da empresa de cosméticos sofrer na bolsa hoje