Deu no New York Times (ou na Veja)… Cai fora!
A Bolsa de Valores só é notícia fora das seções especializadas quando dispara irracionalmente ou sofre um crash de proporções descomunais. Em ambas as hipóteses, costumam ser ótimas oportunidades de compra (após o tombo) ou de realização de lucro

Caro leitor,
No número da revista Veja que está nas bancas esta semana, há uma matéria escrita pelo jornalista Marcelo Sakate. O título é “Expectativa em alta” e o subtítulo, “Embalado pelo otimismo com o novo governo, o principal índice de ações do país está prestes a atingir a inédita marca dos 100.000 pontos. Cabe a Bolsonaro agora entregar o que prometeu.”
Os leitores da Veja, assim como os desta coluna, vão ter de esperar um pouco, ou quem sabe “um muito”, para ver os tais cem mil pontos serem rompidos.
Existe um ditado em Wall Street que diz que quando um bull market da NYSE (New York Stock Exchange) sai na primeira página do The New York Times é sinal de fim de linha.
Não estou dizendo que os 98.589 pontos, atingidos pelo Ibovespa no dia 4 deste mês, tenham sido o topo do atual ciclo de alta. Muito pelo contrário. Mas que esse patamar vai demorar um bom tempo para ser rompido, não tenho a menor dúvida.
Conheço bem o perfil e a psicologia dos especuladores. Quem comprou o índice entre 95.343 (fechamento da última sexta-feira, dia 8) e 98.589, o high, está louco para zerar seu prejuízo. E se contenta com isso. À medida em que as perdas vão sendo zeradas, eles caem fora. É justamente essa atitude que freia a recuperação do mercado.
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Os caras entraram para ganhar e agora estarão felizes se não perderem. Esse tipo de coisa já aconteceu comigo diversas vezes antes de aprender que meu preço de compra não tem a menor importância para o mercado.
Uma queda de 3,74%, como a do dia 6 – a maior desde a greve dos caminhoneiros em maio do ano passado −, assusta todo mundo. Por isso, o índice do qual ela tombou torna-se uma resistência descomunal.
Durante o grande bull market 1969/1971, no qual dei minha primeira grande tacada em ações, eu, que viera de Nova York no final de 1966, percebi, em meados de 71, diversos sinais de que o IBV (índice da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro), o mais importante daquela época, iria virar.
Mauricio Cibulares, o guru da vez, tinha a mania de dizer que as ações no Brasil estavam muito baratas, pois comparava seus preços com os da New York Stock Exchange. Acontece que os papéis aqui costumavam dar bonificações (splits), ao contrário do que acontecia no mercado americano, onde isso era menos frequente. Então a comparação não fazia muito sentido. Os PLs (Índice Preço/Lucro) estavam maiores aqui do que os de lá.
Quando se aproximou o dia 1º de maio de 1971, fiquei sabendo que o presidente da República, general Emílio Garrastazu Médici, iria fazer um pronunciamento para os trabalhadores da Cia. Siderúrgica Nacional, CSN, em Volta Redonda.
Fiquei torcendo para que o Médici alertasse os investidores a respeito do risco de comprarem ações caras demais, tal como o chairman do FED, Alan Greenspan, faria 25 anos mais tarde, com sua famosa expressão “Exuberância Irracional” (Irrational Exuberance), no auge da febre das ações das empresas .com (dot com). Essa advertência ajudou a promover o crash da Nasdaq.
Só que se não tivesse acontecido naquela ocasião de… de exuberância irracional, talvez ocorresse outro 1929, tal a ganância dos especuladores.
Sempre que o The New York Times, o The Wall Street Journal, a The Economist, etc, põem uma alta do mercado de ações como manchete de primeira página, é sinal de fim de linha.
Isso não vale apenas para o mercado de ações. Serve para todos os outros. No grande bull market de açúcar de 1974, o maior de todos os tempos nessa soft commodity, os jornais brasileiros disseram que os estoques da mercadoria ficariam zerados.
O mesmo aconteceu por ocasião dos dois choques do petróleo (1973 e 1979), quando se garantia que os combustíveis iriam faltar. Pior, diziam que todo o petróleo do mundo acabaria no final do século 20 ou no início do século 21. E, no entanto, estamos com superprodução de hidrocarbonetos, sem contar outras fontes alternativas de energia: eólica, solar, nuclear, etc.
Em 1974, as reservas mundiais provadas de petróleo eram muito menores do que as reconhecidas hoje em dia. Só que isso, evidentemente, só se soube a posteriori.
Esse tipo de febre especulativa (quase sempre ancorada em fundamentos reais) acontece em todos os mercados, sejam eles de ações, de commodities, de instrumentos financeiros e de moedas. E desperta a atenção da imprensa.
Saiu na primeira página dos jornais, ou na capa das revistas (desta vez foi apenas uma matéria no bojo da Veja), cai fora. O RSI (Relative Strenght Index – Índice de Força Relativa) está acima de 80, significando um mercado overbought (supercomprado).
A Bolsa de Valores só é notícia fora das seções especializadas quando dispara irracionalmente ou sofre um crash de proporções descomunais.
Em ambas as hipóteses, costumam ser ótimas oportunidades de compra (após o tombo) ou de realização de lucros, como aconteceu esta semana.
Continuo acreditando que o mercado de ações vai subir muito em 2019, uma vez que considero que as reformas serão aprovadas no Congresso.
Só que a alta definitivamente não será linear. Em vez de uma corrida de velódromo (como parecia em janeiro), será uma subida de mountain bike¸ com todos os percalços característicos dessa competição.
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