Em dia de trégua em Brasília, Ibovespa tem alta de 2,7% e dólar cai a R$ 3,91
O mercado recebeu bem os sinais de pacificação entre governo e Congresso. Com isso, o Ibovespa retomou parte do terreno perdido ontem e voltou ao nível dos 94 mil pontos

O noticiário político continuou no centro das atenções do mercado. E o clima menos agressivo em Brasília abriu espaço para um movimento de recuperação dos ativos locais nesta quinta-feira.
O Ibovespa foi ganhando força a cada sinalização de avanço na articulação política: terminou o dia em alta de 2,7%, aos 94.388,94 pontos, após tocar os 94.853,71 pontos na máxima (+3,21%). Com isso, o principal índice da bolsa brasileira recuperou parte das perdas de 3,57% acumuladas ontem.
Já o dólar à vista, que iniciou o dia pressionado e chegou a romper a faixa dos R$ 4, também passou por uma onda de alívio e terminou em queda de 0,96%, aos R$ 3,9165.
E essa recuperação foi impulsionada pelas bandeiras brancas que foram hasteadas hoje em Brasília. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, almoçaram juntos e adotaram um tom de pacificação, tentando reduzir o clima de guerra entre governo e Congresso.
"Vamos colocar esse trem nos trilhos para que a gente possa caminhar com velocidade. Em uma velocidade que os 12 milhões de desempregados esperam", disse Maia, destacando que o encontro com Guedes teve como objetivo retomar as conversas sobre a reforma da Previdência.
Para Glauco Legat, analista-chefe da Necton, a aproximação entre os dois indica alguma redução nos ruídos e uma melhora na comunicação entre governo e Congresso — sinais que eram amplamente aguardados pelo mercado, dado o nervosismo causado pela fragilidade da articulação política nos últimos dias.
Leia Também
Guido Mantega vai ficar de fora do conselho da Eletrobras (ELET3) e governo busca novo nome, diz jornal
"Essa aproximação, de certa forma, reduz um pouco a pressão e os riscos de que a pauta da Previdência acabaria se desgastando", diz Legat, ressaltando que, apesar do noticiário mais positivo hoje, o cenário político ainda inspira cautela.
Ainda no tema da articulação política, o jornal Valor Econômico afirmou que Guedes vai assumir de vez as rédeas do diálogo entre o governo e os parlamentares. E para completar o quadro de redução no estresse, o presidente Jair Bolsonaro também fez acenos pela pacificação, afirmando que as divergências com Maia foram uma "chuva de verão" — agora, "o céu está lindo" e o assunto é "página virada".
"O mercado ficou mais otimista, esperando que essa fala resulte em algum avanço na articulação", diz Thiago Tavares, analista da Toro Investimentos, lembrando que a forte queda nos preços de quase todos os ativos do Ibovespa na sessão de ontem atraiu um fluxo comprador nesta quinta-feira.
E essa busca por oportunidades ganhou ainda mais força em meio à relativa calmaria vista no exterior. Nos Estados Unidos, o Dow Jones (+0,36%), S&P 500 (+0,35%) e Nasdaq (+0,34%) fecharam em alta e não pressionam o Ibovespa como ontem. "Há uma expectativa positiva quanto a reunião entre Estados Unidos e China", diz Tavares, ao comentar sobre o tom das negociações lá fora.
A descompressão do cenário político também foi decisiva para o mercado de câmbio — vale lembrar que, na abertura, a moeda americana chegou a subir 1,59%, a R$ 4,0171. É verdade que o dólar à vista já havia perdido força durante a manhã, mas só virou ao campo negativo após a fala conjunta entre Maia e Guedes.
"Ficou muito na cara que houve um exagero ontem", diz Paulo Nepomuceno, estrategista-chefe da Coinvalores, referindo-se ao comportamento do dólar. "O mercado precificou que haveria uma ruptura entre o governo e o Congresso, e depois do almoço ficou claro que a tensão está menor".
Analistas e operadores ainda destacaram que a instabilidade no cenário político faz com que o mercado assuma uma postura mais cautelosa em relação ao dólar, buscando algum tipo de proteção caso a articulação política volte a se deteriorar — e, consequentemente, comprometa a tramitação da reforma da Previdência.
"Com os juros em patamares baixos, o custo de oportunidade para comprar dólar não é caro.", diz um analista. "É um veículo interessante para proteção caso algo dê errado na bolsa", diz um analista, ao comentar o alívio menos intenso visto no dólar em relação ao Ibovespa.
As curvas de juros, que já operavam em queda desde o início do dia, também passaram por um alívio maior após a sinalização de Maia e Guedes. Os DIs com vencimento em janeiro de 2020 fecharam em queda, de 6,56% para 6,495%, e os com vencimento em janeiro de 2021 recuaram de 7,27% para 7,11%. Entre as curvas mais longas, as para janeiro de 2023 caíram de 8,47%para 8,22%, e as para janeiro de 2025 tiveram baixa de 9,05% para 8,74%.
Balanço impulsiona Eletrobras
As ações da Eletrobras subiram forte e apareceram entre os maiores ganhos do Ibovespa nesta quinta-feira— os papéis ON avançaram 7,13% e os PNB tiveram alta de 4,34%. O mercado reagiu positivamente ao balanço da estatal, que registrou lucro líquido de R$ 13,3 bilhões em 2018, significativa melhora ante o prejuízo de R$ 1,72 bilhão registrado no ano anterior.
Um analista pondera que o forte resultado trimestral mostra o sucesso do programa de venda de ativos da Eletrobras. "A empresa está se reestruturando, arrumando a casa".
E a Vale?
Quem também reportou seus números trimestrais foi a Vale: a mineradora teve lucro líquido de US$ 6,860 bilhões em 2018, o que representa alta de 24,6% em relação a 2017. Em reais, o resultado foi de R$ 25,657 bilhões.
Apesar disso, as ações ON da empresa passaram o dia oscilando perto da estabilidade e fecharam em queda de 0,6% — analistas afirmaram que o balanço, apesar de forte, ficou em linha com o esperado e não trouxe maiores destaques.
Legat, da Necton, ressalta que o mercado segue em dúvidas a respeito dos impactos financeiros e operacionais que serão gerados pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG). Ele ainda destaca que a notícia de que outras três barragens da empresa em Minas Gerais foram colocadas em alerta máximo afetou negativamente os papéis nesta quinta-feira.
CSN continua firme
Os papéis ON da CSN avançaram 4,32% e também apareceram entre os destaques positivos do dia. E isso porque o noticiário potencialmente negativo em relação à Vale traz um efeito oposto para a empresa, que possui operações relevantes no segmento de mineração.
"A siderurgia ainda é a atividade que gera mais receita para a CSN, mas o braço de mineração tem um peso muito grande", diz Legat. "As notícias envolvendo a Vale afetam a oferta e a demanda por minério de ferro, e isso dá suporte e consistência para a CSN".
Petrobras e bancos se recuperam
Após as perdas de ontem, as ações da Petrobras e dos bancos apareceram na ponta positiva hoje, num movimento de recuperação após as perdas de ontem. Entre os bancos, destaque para Bradesco PN (+5,08%), que liderou os ganhos do setor; Itaú Unibanco PN (+3,96%) e Banco do Brasil ON (+3,49%) também avançaram.
Já Petrobras PN (+2,19%) e Petrobras ON (+1,81%) também subiram, embora em menor intensidade. Esse desempenho levemente inferior em relação aos bancos está relacionado ao tom negativo do petróleo: o Brent caiu 0,21% e o WTI recuou 0,19%, tirando força dos ativos da estatal.
Vitória no leilão
Mais um ativo para a carteira da Rumo: a empresa venceu hoje o leilão do lote central da ferrovia Norte-Sul, com lance de R$ 2,719 bilhões — um ágio de 100,92%. E o mercado gostou do resultado, impulsionando os papéis da empresa. As ações ordinárias da Rumo fecharam o dia em alta de 3,84%.
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega resultados abaixo do esperado, após queda de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado
CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia
A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
A Vale (VALE3) vai tropeçar de novo? Saiba o que esperar do resultado financeiro da mineradora no primeiro trimestre
A companhia divulga na quinta-feira (24), após o fechamento do mercado, os números de janeiro a março deste ano
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Bitcoin engata alta e volta a superar os US$ 90 mil — enfraquecimento do dólar reforça tese de reserva de valor
Analistas veem sinais de desacoplamento entre bitcoin e o mercado de ações, com possível aproximação do comportamento do ouro
Dólar fraco, desaceleração global e até recessão: cautela leva gestores de fundos brasileiros a rever estratégias — e Brasil entra nas carteiras
Para Absolute, Genoa e Kapitalo, expectativa é de que a tensão comercial entre China e EUA implique em menos comércio internacional, reforçando a ideia de um novo equilíbrio global ainda incerto
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros
O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)
Bitcoin (BTC) em alta: criptomoeda vai na contramão dos ativos de risco e atinge o maior valor em semanas
Ambiente de juros mais baixos costuma favorecer os ativos digitais, mas não é só isso que mexe com o setor nesta segunda-feira (21)
É recorde: preço do ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano
Os contratos futuros do ouro chegaram a atingir US$ 3.433,10 a onça na manhã desta segunda-feira (21), um novo recorde, enquanto o dólar ia às mínimas em três anos
A bolsa de Nova York sangra: Dow Jones cai quase 1 mil pontos e S&P 500 e Nasdaq recuam mais de 2%; saiba o que derrubou Wall Street
No mercado de câmbio, o dólar perde força com relação a outras moedas, atingindo o menor nível desde março de 2022
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
Agenda econômica: é dada a largada dos balanços do 1T25; CMN, IPCA-15, Livro Bege e FMI também agitam o mercado
Semana pós-feriadão traz agenda carregada, com direito a balanço da Vale (VALE3), prévia da inflação brasileira e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)
A coisa está feia: poucas vezes nas últimas décadas os gestores estiveram com tanto medo pelo futuro da economia, segundo o BofA
Segundo um relatório do Bank of America (BofA), 42% dos gestores globais enxergam a possibilidade de uma recessão global