Ibovespa fecha em leve queda, de olho no cenário político
O mercado segue ansioso por sinais de diminuição na crise de articulação política. Como resultado, o Ibovespa teve um dia de muita instabilidade, terminando a sessão no campo negativo

A crise de articulação política continuou concentrando as atenções do mercado nesta segunda-feira. Apesar de o noticiário trazer elementos que indicam certa redução na temperatura em Brasília, o tom ainda foi de hesitação entre analistas e operadores. Como resultado, o Ibovespa fechou em leve queda, após passar o dia oscilando entre altas e baixas — é o quinto pregão seguido em que o principal índice da bolsa brasileira termina no vermelho.
Em linhas gerais, o mercado ainda aguarda indícios mais claros de que os desentendimentos entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente Jair Bolsonaro não irão atrapalhar a tramitação da reforma da Previdência. Assim, mesmo após o Ibovespa ter amargado perdas de 5,45% na semana passada, o mercado mostrou ceticismo e não partiu para um movimento de correção mais amplo, apesar dos preços mais baixos dos ativos.
Ao fim do dia, o principal índice da bolsa brasileira fechou em leve queda de 0,08%, aos 93,662,01 pontos, após oscilar entre os campos positivo e negativo ao longo do pregão, chegando aos 93.103,15 pontos na mínima (-0,67%) e aos 94.383,78 pontos (+0,69%) na máxima.
O mercado continuou atrás de novidades a respeito da articulação política. Em reunião com ministros nesta manhã, o presidente Jair Bolsonaro recomendou foco total para tentar viabilizar a proposta da reforma da Previdência. Após divergências públicas com Maia, Bolsonaro também recomendou que os ministros busquem "pacificação" com a Câmara, segundo auxiliares.
"Mas não mudou muito o pano de fundo, não teve nenhum sinal mais animador", diz Rafael Passos, analista da Guide Investimentos, afirmando que o clima no mercado segue pesado. "Todo mundo quer ver se a reforma ganha tração ou não nos próximos dias. Por enquanto, tudo parece congelado".
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também se manifestou hoje. Ele reconheceu que há um evidente problema de comunicação em um governo que está chegando, mas que as lideranças políticas vão superar eventuais entraves. "Não tem caos nenhum", disse o ministro.
Leia Também
Outro que tentou colocar panos quentes foi o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho. Para ele, o presidente Jair Bolsonaro já reiterou seu compromisso com a reforma da Previdência e tem usado os canais que acha eficientes para reiterar que essa é a pauta mais importante de seu governo.
As declarações, contudo, não foram suficientes para animar o mercado. "Eles falaram o que falam sempre", disse um operador, afirmando que as trocas de farpas entre Maia e Bolsonaro trouxeram certo descrédito à imagem do governo.
Mas se o dia foi de leve correção negativa para o Ibovespa, a história foi diferente no mercado de câmbio. O dólar à vista iniciou a sessão em alta chegou aos R$ 3,9366, mas rapidamente perdeu força, terminando em queda de 1,16%, a R$ 3,8562. Operadores e analistas ressaltam que o alívio na moeda americana está ligado ao exterior, uma vez que o dólar perdeu terreno em relação a quase todas as divisas globais nesta segunda-feira.
"Quase todas as moedas ganharam terreno em relação ao dólar, e o dólar tranquilo ajudou a acalmar os DIs e a bolsa", diz o operador.
As curvas de juros tiveram leve queda, num movimento de correção após a alta forte da última sexta-feira. Os DIs com vencimento em janeiro de 2020 caíram de 6,48% para 6,45%, enquanto os com vencimento em janeiro de 2021 recuaram de 7,142% para 7,02%. Entre as curvas longas, as com vencimento em janeiro de 2023 tiveram baixa de 8,292% para 8,17%, e as para janeiro de 2025 foram de 8,842% para 8,76%.
No exterior, as bolsas americanas tiveram um dia de instabilidade, fechando sem direção única. O Dow Jones subiu 0,06%, mas o S&P 500 e o Nasdaq recuaram 0,08% e 0,07%, respectivamente. Na Europa, o Stoxx 600 fechou em baixa de 0,45%.
Paralisações derrubam Vale
Os papéis ON da Vale caíram 1% e apareceram entre os principais foco de pressão para o Ibovespa. O noticiário corporativo envolvendo a mineradora ajuda a explicar esse comportamento: mais cedo, a mineradora informou que decisões liminares emitidas pela Justiça de Santa Bárbara (MG) determinaram a paralisação de 13 estruturas de contenção da companhia no estado.
Cessão onerosa no radar
Já as ações PN da Petrobras fecharam em alta firme de 1,26%. Apesar de o petróleo ter fechado sem direção única — o WTI caiu 0,37%, mas o Brent avançou 0,26% —, um analista do setor de óleo e gás destaca que a expectativa em relação à cessão onerosa deu força aos ativos da estatal. Segundo matéria da agência Reuters, União e Petrobras estão perto de concluir as renegociações da cessão onerosa. Petrobras ON, por outro lado, teve queda de 0,39%.
Bancos ganham terreno
Após acumularem perdas de mais de 8% na semana passada, as ações do setor bancário fecharam em leve alta nesta segunda-feira. Os papéis ON do Banco do Brasil, com ganho de 0,78%, apresentaram o melhor desempenho do setor, enquanto Itaú Unibanco PN (+0,39%), Bradesco ON (+0,44%) e Bradesco PN (+0,34%) tiveram altas mais modestas. "Se o pessoal tinha montado posições de venda na semana passada, é natural pensar num movimento corretivo no setor que mais sofreu", diz Rafael Winalda, economista da Toro Investimentos.
Venda de ativos
As ações ON da Eletrobras subiram 2,58% e despontaram entre as maiores altas do Ibovespa. Além de um movimento de correção após as quedas recentes, os papéis também foram ajudados pela aprovação, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), da venda de ativos da estatal para a Taesa e J. Malucelli. Os papéis PNB da Eletrobras avançaram 1,03%.
Natura tem nova queda
As ações ON da Natura aparecem entre os piores desempenhos do Ibovespa, com queda de 3,37%, e deram continuidade ao recuo de 7,78% da última sexta-feira, quando a empresa confirmou que está em discussões com a Avon Products a respeito de uma possível transação envolvendo as companhias.
"Do ponto de vista estratégico, a operação com a Natura pode ser interessante pela internacionalização da marca, além da consolidação como líder nacional", diz Passos, da Guide. "Mas, no curto prazo, gera um impacto no endividamento", diz ele, lembrando que, em 2017, a empresa já comprou a rede britânica The Body Shop.
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega resultados abaixo do esperado, após queda de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado
CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia
A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Solana (SOL) no Itaú: banco expande sua oferta de criptomoedas e adiciona 3 novos tokens no app
Além do bitcoin (BTC) e do ethereum (ETH), disponíveis desde 2024, Itaú adiciona XRP, solana (SOL) e USDC ao seu catálogo de investimentos
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Bitcoin engata alta e volta a superar os US$ 90 mil — enfraquecimento do dólar reforça tese de reserva de valor
Analistas veem sinais de desacoplamento entre bitcoin e o mercado de ações, com possível aproximação do comportamento do ouro
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros
O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)
É recorde: preço do ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano
Os contratos futuros do ouro chegaram a atingir US$ 3.433,10 a onça na manhã desta segunda-feira (21), um novo recorde, enquanto o dólar ia às mínimas em três anos
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
A coisa está feia: poucas vezes nas últimas décadas os gestores estiveram com tanto medo pelo futuro da economia, segundo o BofA
Segundo um relatório do Bank of America (BofA), 42% dos gestores globais enxergam a possibilidade de uma recessão global
Caiu na malha fina? Receita libera consulta ao lote de restituição do Imposto de Renda na quarta-feira
Ao todo, 279,5 mil contribuintes receberão R$ 339,63 milhões, mas há quem receberá o pagamento do lote de restituição do Imposto de Renda antes
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Ações x títulos da Petrobras, follow-on da Azul e 25 ações para comprar após o caos: o que bombou no Seu Dinheiro esta semana
Outra forma de investir em Petrobras além das ações em bolsa e oferta subsequente de ações da Azul estão entre as matérias mais lidas da última semana em SD
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou