Estresse com a Previdência derruba Ibovespa e leva dólar a R$ 3,93
A confirmação do atraso na votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara trouxe forte cautela aos mercados

O Ibovespa teve mais um dia de voo turbulento. Os céus em Brasília, afinal, estão carregados.
O principal índice da bolsa brasileira chegou a dar indícios de que poderia engatar uma terceira alta seguida, mas o noticiário político apagou qualquer sinal de otimismo. Descontente com os rumos da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o mercado mudou o plano de viagem.
Logo após a abertura, o Ibovespa chegou a subir 0,75%, aos 95.041,78 pontos. Esse desempenho positivo, no entanto, não durou muito: o índice perdeu força já durante a manhã, tocando os 92.337,54 pontos no pior momento do dia (-2,12%). Ao fim do pregão, registrou baixa de 1,11%, aos 93.284,75 pontos.
O dólar à vista mostrou tendência semelhante. No início do dia, a moeda americana chegou a cair 0,41%, a R$ 3,8862, mas ganhou força em meio ao noticiário político — fechando a quarta-feira em alta de 0,85%, a R$ 3,9354.
Tempo fechado
Grande parte da piora do humor dos mercados se deve ao cenário local e às incertezas quanto à tramitação da reforma da Previdência no Congresso.
Sem um acordo entre os deputados, a sessão de hoje da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara terminou mais cedo — e sem que a admissibilidade da reforma da Previdência fosse votada. E mais: o relator da proposta no colegiado, Marcelo Freitas (PSL-MG), fará mudanças no seu parecer, que até então era integralmente favorável ao texto enviado pelo Executivo.
Leia Também
Agora, a votação deve ocorrer só na semana que vem — uma nova sessão da CCJ está marcada para a próxima terça-feira. Entre os itens que podem ser modificados por Freitas no parecer estão a chamada desconstitucionalização, a restrição ao pagamento do abono salarial e a escolha da Justiça Federal do Distrito Federal como instância de questionamentos da reforma.
"Além do atraso, o pessoal já começa a trabalhar com uma desidratação maior que a esperada para a reforma", diz Thiago Silêncio, da CM Capital Markets. "O mercado está mais realista e colocando a realidade política nos preços".
A agência de classificação de risco Fitch também mostrou preocupação, sinalizando inclusive que poderá fazer uma "ação negativa" na nota brasileira — seja através de uma redução do rating ou uma mudança na perspectiva da avaliação — caso o governo Bolsonaro mostre "inércia ou inabilidade ou falta de vontade" para avançar na aprovação das reformas.
Essa nebulosidade no front local afetou o mercado de câmbio. Num dia em que a moeda americana perdeu força ante a maior parte das divisas emergentes, o dólar ganhou terreno em relação ao real. "É um momento delicado para o cenário político", diz Silêncio.
As curvas de juros acompanharam o dólar e fecharam em alta: Os DIs com vencimento em janeiro de 2023 subiram de 8,25% para 8,31%, enquanto os com vencimento em janeiro de 2025 avançaram de 8,76% para 8,84%. Na ponta curta, as curvas para janeiro de 2020 foram de 7,10% para 7,12%.
"Essa dificuldade na CCJ não é por causa da oposição, é o centrão quem está criando confusão. O governo não tem base, falta liderança para articular", diz um operador que prefere não ser identificado, ressaltando ainda que o tom levemente negativo nas bolsas americanas não ajudou o Ibovespa. O Dow Jones caiu 0,01%, o S&P 500 recuou 0,24% e o Nasdaq teve perda de 0,05%.
E a Petrobras?
O noticiário envolvendo a Petrobras também continuou no centro das atenções do mercado. Por um lado, as sinalizações de que a política de preços da estatal não sofrerá com interferências do governo trouxe ânimo ao mercado — ontem, o porta-voz da Presidência da República, general Rêgo Barros, disse que o presidente Jair Bolsonaro não quer e não vai intervir na empresa.
Mas, por outro, a falta de um parecer quanto ao reajuste do diesel gerou desconforto e limitou o potencial de recuperação dos papéis. "Muita coisa foi dita para garantir que a Petrobras é independente, mas o diesel ainda não subiu. Quando subir, talvez o mercado melhore", diz o operador.
Os sinais tão aguardados pelo mercado, contudo, começaram a aparecer nos últimos minutos do pregão. A Petrobras convocou uma coletiva de imprensa para hoje, às 18h, para falar sobre o preço dos combustíveis.
A notícia de última hora deu impulso aos papéis da estatal: após passarem o dia no campo negativo, as ações ON da empresa fecharam em leve alta de 0,11%, enquanto os papéis PN tiveram ganho de 0,10%.
Minério em queda
Preocupações a respeito de um aumento na oferta de minério de ferro derrubaram os preços da commodity, em meio à autorização judicial obtida pela Vale para retomar as atividades na mina de Brucutu: na China, o minério fechou em queda de 1,64% hoje.
Esse contexto, somado à cautela local em relação ao cenário político, fez os papéis ON da Vale terminarem o pregão em queda de 1,6%, devolvendo parte dos ganhos acumulados na sessão de ontem. As siderúrgicas CSN ON (-1,73%), Gerdau PN (-0,66%) e Usiminas PNA (-1,56%) também recuaram.
Klabin em destaque
As units da Klabin foram o destaque positivo do Ibovespa, fechando o dia em alta de 3,44%. Ontem, o conselho de administração da companhia aprovou o projeto de expansão de capacidade no segmento de papéis de embalagem. Conhecido como Puma II, o plano prevê a instalação de novas máquinas na unidade da Klabin em Ortigueira (PR) com capacidade para produzir 920 mil toneladas anuais de papel Kraftliner.
Dia de estreia
Os papéis ON da Centauro começaram a ser negociados hoje na B3 — e tiveram uma sessão volátil. As ações da estreante oscilaram entre a faixa de R$ 12,07 (-3,44%) e de R$12,74 (+1,9%) ao longo do dia, fechando em queda de 1,6%, a R$ 12,30.
“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora
Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3
A projeção da Embraer é atingir uma receita líquida média de US$ 7,3 bilhões em 2025 — sem considerar a performance da subsidiária Eve
Dividendos em risco? O que acontece com a Petrobras (PETR4) se o petróleo seguir em queda
A combinação do tarifaço de Trump com o aumento da produção da Opep+ é perigosa para quem tem ações da petroleira, mas nem tudo está perdido, segundo o UBS BB
Ação da Vale (VALE3) chega a cair mais de 5% e valor de mercado da mineradora vai ao menor nível em cinco anos
Temor de que a China cresça menos com as tarifas de 104% dos EUA e consuma menos minério de ferro afetou em cheio os papéis da companhia nesta terça-feira (8)
As melhores empresas para crescer na carreira em 2025, segundo o LinkedIn
Setor bancário lidera a seleção do LinkedIn Top Companies 2025, que mede o desenvolvimento profissional dentro das empresas
Trump dobra a aposta e anuncia tarifa de 104% sobre a China — mercados reagem à guerra comercial com dólar batendo em R$ 6
Mais cedo, as bolsas mundo afora alcançaram fortes ganhos com a sinalização de negociações entre os EUA e seus parceiros comerciais; mais de 70 países procuraram a Casa Branca, mas a China não é um deles
Wall Street sobe forte com negociações sobre tarifas de Trump no radar; Ibovespa tenta retornar aos 127 mil pontos
A recuperação das bolsas internacionais acompanha o início de conversas entre o presidente norte-americano e os países alvos do tarifaço
Não foi só a queda do preço do petróleo que fez a Petrobras (PETR4) tombar ontem na bolsa; saiba o que mais pode ter contribuído
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, teria pedido à estatal para rever novamente o preço do diesel, segundo notícias que circularam nesta segunda-feira (7)
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Minerva prepara aumento de capital de R$ 2 bilhões de olho na redução da alavancagem. O que muda para quem tem ações BEEF3?
Com a empresa valendo R$ 3,9 bilhões, o aumento de capital vai gerar uma diluição de 65% para os acionistas que ficarem de fora da operação
Sem medo do efeito Trump: Warren Buffett é o único entre os 10 maiores bilionários do mundo a ganhar dinheiro em 2025
O bilionário engordou seu patrimônio em US$ 12,7 bilhões neste ano, na contramão do desempenho das fortunas dos homens mais ricos do planeta
Sem aversão ao risco? Luiz Barsi aumenta aposta em ação de companhia em recuperação judicial — e papéis sobem forte na B3
Desde o início do ano, essa empresa praticamente dobrou de valor na bolsa, com uma valorização acumulada de 97% no período. Veja qual é o papel
Ibovespa chega a tombar 2% com pressão de Petrobras (PETR4), enquanto dólar sobe a R$ 5,91, seguindo tendência global
O principal motivo da queda generalizada das bolsas de valores mundiais é a retaliação da China ao tarifaço imposto por Donald Trump na semana passada
Após o ‘dia D’ das tarifas de Trump, ativo que rende dólar +10% pode proteger o patrimônio e gerar lucros ‘gordos’ em moeda forte
Investidores podem acessar ativo exclusivo para buscar rentabilidade de até dólar +10% ao ano
Retaliação da China ao tarifaço de Trump derrete bolsas ao redor do mundo; Hong Kong tem maior queda diária desde 1997
Enquanto as bolsas de valores caem ao redor do mundo, investidores especulam sobre possíveis cortes emergenciais de juros pelo Fed
Petrobras (PETR4) avança em processo para tirar ‘novo pré-sal’ do papel
Petrobras recebeu permissão para operar a Unidade de Atendimento e Reabilitação de Fauna. O centro é uma exigência do Ibama para liberar a busca de petróleo no litoral do Amapá
Ibovespa acumula queda de mais de 3% em meio à guerra comercial de Trump; veja as ações que escaparam da derrocada da bolsa
A agenda esvaziada abriu espaço para o Ibovespa acompanhar o declínio dos ativos internacionais, mas teve quem conseguiu escapar
“Não vou recuar”, diz Trump depois do caos nos mercados globais
Trump defende que sua guerra tarifária trará empregos de volta para a indústria norte-americana e arrecadará trilhões de dólares para o governo federal
Disputa aquecida na Mobly (MBLY3): Fundadores da Tok&Stok propõem injetar R$ 100 milhões se OPA avançar, mas empresa não está lá animada
Os acionistas Régis, Ghislaine e Paul Dubrule, fundadores da Tok&Stok, se comprometeram a injetar R$ 100 milhões na Mobly, caso a OPA seja bem-sucedida