Varejo joga bem e ajuda o time dos mercados locais: dólar cai a R$ 4,06 e Ibovespa sobe
A surpresa positiva com o resultado das vendas do varejo no Brasil, somada à tranquilidade no exterior, colocaram o dólar em baixa e o Ibovespa em alta
Faltando cerca de 15 segundos para o fim da partida, Anderson Varejão fez um arremesso de dentro do garrafão e anotou dois pontos, colocando o Brasil em vantagem contra a Grécia na Copa do Mundo de basquete: 78 a 76. O estádio em Nanquim, na China, estava elétrico.
Poucos apostavam numa vitória brasileira naquela partida. Afinal, os gregos tinham uma das seleções mais fortes da Europa e contavam com Giannis Antetokounmpo, atual melhor jogador da NBA, a liga de basquete americana. Os brasileiros, por outro lado, não possuíam grandes destaques individuais e eram tidos como zebra.
Os segundos seguintes foram de tensão completa: com o cronômetro praticamente zerado, o placar mostrava 79 a 76 para o Brasil — a Grécia, contudo, teria três lances livres e poderia empatar a partida. Os dois primeiros foram convertidos: 79 a 78. Mas, no terceiro, a bola caprichosamente bateu no aro e foi para fora — vitória brasileira.
O triunfo da semana passada fez Anderson Varejão, veterano de 36 anos, voltar aos holofotes: ele teve uma exibição de gala contra a Grécia, anotando 22 pontos, nove rebotes, duas assistências e um roubo de bola, sendo eleito o melhor jogador da partida.
Varejão também foi uma figura decisiva no jogo desta quarta-feira (11). Mas, desta vez, não estamos falando da Copa do Mundo de basquete: a contribuição dele foi para o time dos mercados brasileiros. O dólar à vista caiu 0,75%, a R$ 4,0648, e o Ibovespa fechou em alta de 0,40%, aos 103.445,60 pontos.
Não, Anderson Varejão não fez uma operação no mercado financeiro. O que aconteceu foi que o resultado das vendas do varejo no Brasil surpreendeu positivamente, o que melhorou o humor dos investidores por aqui e deu confiança para que os investidores partissem para uma enterrada.
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O indicador teve alta de 1% em julho ante junho — é o melhor resultado para o mês desde 2013. O dado superou as expectativas dos analistas, que previam uma expansão de 0,8%.
Jefferson Luiz Rugik, diretor de câmbio da corretora Correparti, destaca que o resultado das vendas do varejo no Brasil ajudou a trazer tranquilidade às negociações. "A leitura do mercado é a de que esse número aponta para uma melhora na atividade econômica, o que criou um ambiente de maior otimismo por aqui".
Nesse cenário, as ações de empresas varejistas aproveitaram para fazer arremessos de três pontos, fechando com altas firmes. GPA PN (PCAR4) avançou 6,06%, Magazine Luiza ON (MGLU3) subiu 6,46%, Lojas Americanas PN (LAME4) valorizou 5,21%, Via Varejo ON (VVAR3) teve alta de 2,95% e B2W ON (BTOW3) registrou ganho de 3,26%.
Vale lembrar que, nos dois primeiros pregões desta semana, os papéis do setor sofreram com um toco: eles tiveram que lidar com marcação intensa dos agentes financeiros, em meio aos novos passos da Amazon no e-commerce brasileiro. Magazine Luiza, B2W e Via Varejo acumularam perdas de mais de 10% na segunda e na terça-feira.
Garrafão livre
No exterior, o dia foi bastante tranquilo e com poucas faltas. Lá fora, os agentes financeiros receberam bem a notícia de que o governo chinês irá isentar 16 tipos de produtos dos EUA da primeira rodada de tarifas extras às importações americanas — uma sinalização que reduziu ligeiramente as tensões dos mercados em relação à guerra comercial.
Essa despressurização fez as bolsas americanas dispararem no placar: o Dow Jones subiu 0,85%, o S&P 500 teve ganho de 0,71% e o Nasdaq avançou 1,06%. O Ibovespa, assim, acompanhou o ritmo das equipes dos EUA.
"Lá fora, os mercados estiveram mais calmos nesta quarta-feira. O sentimento certamente foi de maior tranquilidade, com a China afrouxando um pouco a tensão", diz Leonardo Costa, sócio da DNAInvest.
O mercado também mostrou-se ansioso em relação à decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), a ser conhecida amanhã (12). Há a expectativa de que a autoridade adote medidas para estimular a economia da região, que vem dando sinais de desaceleração nos últimos meses.
Na última reunião, em julho, o BCE manteve as taxas de juros no bloco inalteradas, mas abriu espaço para cortes no futuro, embora sem demonstrar urgência para fazê-lo. Essa postura mais paciente frustrou os agentes financeiros na ocasião, mas a leitura é a de que, com o agravamento recente da guerra comercial, a instituição tomará atitudes nesta quinta-feira — seja via redução nas taxas ou via pacotes de estímulos.
Troca de passes
No mercado de juros, os agentes financeiros promoveram apenas ajustes pontuais, aguardando a próxima reunião do Copom para definição da taxa Selic, na semana que vem. A expectativa do mercado é a de que o Banco Central (BC) promova um novo corte de 0,5 ponto na taxa básica de juros, dando continuidade ao movimento do último encontro.
Nesse contexto, os DIs com vencimento em janeiro de 2021 avançaram de 5,34% para 5,38%; no vértice mais longo, as curvas para janeiro de 2023 ficaram inalteradas em 6,45%, enquanto as com vencimento em janeiro de 2025 recuaram de 7,01% para 7,00%.
Lance livre para as construtoras
As ações das empresas do setor de construção voltadas para o segmento e baixa renda apareceram entre os destaques positivos da bolsa nesta quarta-feira. MRV ON (MRVE3), por exemplo, disparam 9,02% e lideraram os ganhos do Ibovespa; fora do índice, Direcional ON (DIRR3) e Tenda ON (TEND3) avançaram 6,63% e 7,38%, respectivamente.
Esse otimismo se deve à edição de uma portaria do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) explicitando que o FGTS poderá bancar a totalidade dos subsídios das faixas 1,5 e 2 do programa Minha Casa, Minha Vida — essas categorias englobam famílias com renda entre R$ 1,8 mil e R$ 4 mil.
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