Ibovespa cai 1,08% com incertezas em relação a reformas e ruídos na equipe do novo governo
Bolsa fecha em queda nesta quarta, na contramão do exterior, onde investidores estiveram animados com o resultado das eleições americanas

O Ibovespa fechou em queda de 1,08%, aos 87.714 pontos, nesta quarta-feira (07). O dólar à vista fechou em queda de 0,54%, a R$ 3,7395.
A bolsa brasileira operou em alta durante toda a manhã, mas passou a cair a partir da abertura das bolsas americanas, que sobem forte nesta quarta.
Depois de fechar na máxima histórica na segunda-feira, o Ibovespa não tem tido mais fôlego para buscar patamares mais altos, na ausência de novidades no cenário político que motivem mais valorizações.
A eleição de Jair Bolsonaro com uma plataforma liberal fez com que o índice fechasse com ganho em outubro, na contramão dos mercados desenvolvidos e emergentes.
Hoje, a tendência se inverteu. Lá fora, as bolsas se recuperam, embaladas pelo otimismo com o resultado das eleições legislativas nos EUA realizadas ontem.
Enquanto isso, por aqui, o dia foi de realização de lucros e investidores apreensivos com as incertezas em torno da reforma da Previdência e os ruídos na equipe de transição para o novo governo.
Leia Também
O mercado não espera que a reforma da Previdência seja aprovada neste ano, mas também não há clareza sobre qual seria a proposta do governo eleito.
Além disso, Bolsonaro sugeriu, em entrevista mais cedo, que Ilan Goldfajn poderia permanecer à frente do Banco Central. No entanto, hoje à tarde circularam rumores de que Ilan não permaneceria no cargo, o que contribuiu para a alta nos juros futuros de longo prazo.
Os juros de curto prazo, no entanto, fecharam em baixa, em razão do IPCA comportado divulgado nesta quarta.
O DI para janeiro de 2021 subiu de 8,113% para 8,15%. Já o DI com vencimento em janeiro de 2023 passou de 9,273% para 9,31%.
Exterior otimista com eleições americanas
As bolsas de NY sobem forte nesta quarta, com otimismo em relação aos resultados das eleições legislativas, realizadas ontem. Os democratas ficaram com maioria na Câmara, e os republicanos, no Senado, conforme as previsões de analistas.
O cenário pode ser considerado positivo para os ativos de risco, especialmente para os mercados emergentes, que vêm sofrendo com a retirada de recursos pelos investidores de países desenvolvidos.
O entendimento é de que as medidas de Trump que agradaram os mercados nos últimos anos não devem ser revertidas, mas de que os democratas podem frear novos ímpetos de estímulos fiscais e desregulamentação.
Por um lado, isso poderia inibir o potencial crescimento do PIB. Mas por outro, o Fed talvez não precise realizar um aperto monetário maior, o que é benéfico para as bolsas.
Além disso, os democratas podem obrigar o presidente a ser mais moderado no seu discurso sobre comércio com a China. A guerra comercial entre os dois países é a grande vilã do crescimento mundial neste ano.
O tom conciliador de Trump nesta tarde, dizendo que há "chance muito boa de trabalho bipartidário" com os democratas, contribuiu para animar ainda mais os mercados.
Por volta das 18h, o Dow Jones subia 1,81%, o S&P500 avançava 1,82% e a Nasdaq tinha alta de 2,22%.
As bolsas europeias fecharam com ganhos nesta quarta, também animadas pelo resultado das eleições americanas.
Petrobras cai forte novamente
As ações da Petrobras, que pela manhã se recuperavam do tombo de ontem, fecharam em queda de 2,21% (PETR3) e 3,27% (PETR4). A queda nos preços do petróleo contribuiu para a baixa.
Segundo o relatório semanal de estoques do Departamento de Energia americano (DoE), os estoques de petróleo subiram mais que o previsto, enquanto os de gasolina avançaram, contrariando previsão de queda. Já os estoques de destilados caíram mais que o esperado. A produção diária de petróleo do país, por sua vez, subiu de 11,2 milhões para 11,6 milhões de barris por dia.
Negócio da China
As ações da JBS (JBSS3) tiveram a maior alta do Ibovespa, fechando com valorização de 2,63%. Os papéis reagiram aos balanços fortes divulgados por seus concorrentes Marfrig e Minerva, que apontam para o bom desempenho operacional e financeiro do setor. A JBS divulga seus resultados na próxima terça (13).
Também ajudaram as ações o anúncio, feito ontem, de que a companhia fechou um acordo com a empresa chinesa de e-commerce Alibaba para vender carnes na China, que deve movimentar US$ 1,5 bilhão em três anos.
A segunda maior alta do índice ficou com as ações da Ultrapar (UGPA3), que fecharam com valorização de 2,55%. Os papéis se recuperam das recentes quedas, mas ainda acumulam perda de cerca de 40% no ano e 1,3% no mês.
A companhia divulga seus resultados do terceiro trimestre nesta quarta, após o fechamento. Os analistas do setor esperam piora nos números na comparação anual, com margens menores para a Ipiranga e impacto negativo da greve dos caminhoneiros, em maio.
Saiba o que esperar para as companhias que divulgam resultados nesta quarta.
Magazine Luiza seguiu em realização de lucros
As ações do Magazine Luiza (MGLU3) continuaram em queda nesta quarta e fecharam com uma das maiores perdas do Ibovespa, de 4,79%. Os investidores continuaram o movimento de realização de lucros de ontem, depois que a companhia divulgou um balanço trimestral forte, porém em linha com o esperado pelo mercado.
Embora acumule queda de 10% em novembro, a ação da varejista subiu quase 90% no ano.
*Com Estadão Conteúdo
Magazine Luiza (MGLU3) reorganiza lideranças sob o comando de André Fatala, com foco na expansão do digital
Na visão da varejista, essa nova estrutura será importante para acelerar o crescimento e fortalecer os serviços para parceiros e vendedores
Enfim, chegou a hora de investir no Brasil: Com bolsa barata e gatilhos positivos no exterior, JP Morgan eleva recomendação para o país
O banco norte-americano avalia que é hora de sair do “neutro” e se expor ao mercado brasileiro, elevando a recomendação do país para “outperform”; entenda os motivos
Hegemonia em disputa: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de IPCA, dados de emprego nos EUA e balanços
Temporada de balanços volta a ganhar fôlego enquanto bolsas têm novo horário de funcionamento, inclusive no Brasil
Investidores, preparem-se: bolsa brasileira em novo horário — e tudo o que você precisa saber sobre os mercados e o dólar
O horário de verão nos Estados Unidos e no Canadá altera o funcionamento das negociações aqui e lá a partir desta segunda-feira (10); o Seu Dinheiro detalha as mudanças e também faz um resumo da semana mais curta nos mercados por conta do Carnaval
E agora, Trump? Homem forte do governo americano admite que a economia dos EUA está perdendo a força
As tarifas anunciadas pelo presidente norte-americano estão levando o mercado a temer pelo futuro da economia dos Estados Unidos — e já tem alerta vindo também de grandes fundos de hedge e do banco central
Fim da linha para a Tesla? Fabricante de carros elétricos de Elon Musk tem a maior sequência de perdas em 15 anos
Desde que os papéis atingiram o pico de quase US$ 480 em 17 de dezembro, a empresa perdeu bem mais de US$ 800 bilhões em valor de mercado
Haddad solta o verbo: dólar, PIB, Gleisi, Trump e até Argentina — nada escapou ao ministro da Fazenda
Ele participou na noite de sexta-feira (7) do podcast Flow e comentou sobre diversos assuntos caros ao governo; o Seu Dinheiro separou os principais pontos para você
Quem são as 5 varejistas com maior potencial de short squeeze na B3 — e em quais delas o JP Morgan recomenda investir
Essa análise decorre do patamar elevado de vendas a descoberto que algumas ações do setor varejista apresentam; entenda o que isso significa
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte na B3 com recorde de produção em fevereiro
A companhia atingiu a marca de 73.854 barris de óleo equivalente por dia (boe/d) produzidos em fevereiro, aumento de 9,2% na comparação mensal
É hora de comprar C&A (CEAB3): ações da varejista de moda saltam 8% em meio à perspectivas mais otimistas do BTG
O BTG Pactual elevou a recomendação do papel para compra e aumentou o preço-alvo, de R$ 15,00 para R$ 17,00
Strike em Nova York: bolsa caminha para a pior semana desde setembro — e o vilão é bem conhecido dos mercados
O dado de emprego mais fraco referente a fevereiro aumentou as incertezas sobre o futuro da maior economia do mundo; investidores esperam agora pelo discurso do presidente do Fed para medir a temperatura
Mata-mata ou pontos corridos? Ibovespa busca nova alta em dia de PIB, medidas de Lula, payroll e Powell
Em meio às idas e vindas da guerra comercial de Donald Trump, PIB fechado de 2024 é o destaque entre os indicadores de hoje
Janela de oportunidade na Eletrobras (ELET3): ação ainda não se valorizou e chance de dividendos é cada vez maior
Além da melhora de resultados, o fato de se tornar uma boa e frequente pagadora de proventos é mais um fator que deve ajudar os papéis a subir, agora que a disputa com o governo ficou para trás
Guerra comercial de Trump pode pôr fim à exuberância da bolsa dos EUA, diz gestora de Ray Dalio
Bridgewater envia uma mensagem clara: não se pode mais confiar nos EUA como um parceiro consistente — e lista quatro fatores que comprovam essa tese e podem mexer com os investimentos
O grande dia para os EUA está chegando
As idas e vindas de Trump sobre as tarifas e a manutenção do discurso agressivo voltam a mexer com os mercados e levam um dos maiores fundos de hedge do mundo a fazer um alerta
Boa pagadora de dividendos, Equatorial (EQTL3) é a queridinha dos gestores — e não está sozinha; eles também contam quais ações estão na ponta vendedora
Pesquisa do BTG Pactual revela também as apostas dos gestores para o Ibovespa, para o dólar e mostra que o ciclo político de 2026 assumiu o protagonismo sobre as questões fiscais
É hora de vender Magazine Luiza? Ações MGLU3 caem no Ibovespa em meio a rebaixamento pelo JP Morgan
O banco norte-americano revisou para baixo a indicação para o Magalu, de neutro para “underweight”, e cortou o preço-alvo para R$ 7,50 por ação
O céu é o limite? Embraer (EMBR3) já subiu 34% em 2025 e pode decolar ainda mais na visão do JP Morgan; veja os motivos
Com a nova meta de preço estipulada para as ações EMBR3, de R$ 94,00, os analistas preveem uma nova rodada de escalada dos papéis na B3; entenda
Quando você é o técnico: Ibovespa busca motivos para subir em dia decisão de juros do BCE
Além do BCE, os investidores seguem de olho nas consequências da guerra comercial de Donald Trump
Eletrobras (ELET3) é a nova queridinha dos analistas e divide pódio com Itaú (ITUB4) e Sabesp (SBSP3) como ações mais recomendadas para março
Cada um dos integrantes do trio acumulou três indicações entre as 10 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro; veja o ranking completo