Último pregão antes da eleição teve mercado cauteloso e bolsa em queda
Otimismo inicial com avanço de Bolsonaro no Datafolha foi revertido e Ibovespa fechou em queda; dólar alternou altas e baixas, mas também encerrou com desvalorização
Os investidores se mantiveram cautelosos nesta sexta (05), no último pregão antes do primeiro turno das eleições, no domingo. Eles aproveitaram para realizar os ganhos de uma semana bastante volátil nos mercados em razão das divulgações de pesquisas de intenção de voto. O cenário externo também contribuiu, ainda que marginalmente, para a cautela interna, com quedas nas bolsas americanas e europeias. O Ibovespa fechou negativo em 0,76%, aos 82.321 pontos. O dólar à vista fechou também em queda de 0,70%, a R$ 3,8560.
A bolsa começou o dia em alta, embalada pela pesquisa Datafolha divulgada ontem à noite. Ainda pela manhã, contudo, o Ibovespa viu uma reversão e passou a operar em baixa. No início do pregão, o otimismo parecia retornar ao mercado. Mas a pesquisa não trouxe grandes mudanças no quadro eleitoral, e as chances de o pleito se resolver ainda no primeiro turno parecem remotas. Assim, tudo indica que o investidor brasileiro entrou novamente em compasso de espera.
Já o dólar oscilou para cima e para baixo durante a primeira parte do dia. À tarde, porém, a moeda americana engatou o movimento de queda, em linha com o que ocorreu frente a outras moedas emergentes hoje.
O Datafolha de ontem mostrou avanço do capitão reformado do Exército, preferido pelo mercado, que cresceu três pontos percentuais nas intenções de voto, subindo de 32% para 35%. Haddad apenas oscilou dentro da margem de erro, de 21% para 22%. As pesquisas vêm indicando, até o momento, que haverá segundo turno entre os dois líderes nas pesquisas. Em simulação desse cenário, o Datafolha mostrou que ainda ocorre empate técnico, com leve vantagem para o candidato do PSL, de 44% a 43%.
Os juros futuros fecharam em alta, após quatro sessões seguidas de queda. O DI para janeiro de 2021 terminou em 9,39%, contra 9,315% no último pregão. Já o DI para janeiro de 2023 subiu de 10,654% para 10,73%. As taxas abriram em baixa com o otimismo gerado pelo Datafolha de ontem. Mas após a divulgação dos dados de emprego nos Estados Unidos, os juros futuros brasileiros passaram a subir, em linha com a alta dos juros dos títulos do Tesouro americano.
No meio da tarde, a alta do DI futuro voltou a tomar força, com os investidores optando por diminuir suas posições frente ao risco eleitoral, já que deve haver segundo turno.
Leia Também
Nesta última semana antes das eleições, o Ibovespa teve alta de 3,75%, puxado pela valorização das estatais, que se beneficiaram da piora de cenário para o PT nas pesquisas, já que o partido é visto como intervencionista. O avanço de Bolsonaro e a chance de um novo presidente mais liberal na economia tirou o dólar do patamar dos R$ 4, levando a moeda americana a recuar 4,81% na semana.
Sobe: Cemig e CVC
As ações da Cemig (CMIG4) lideraram as altas do Ibovespa nesta sexta, com a perspectiva de eleição do candidato do PSDB, Antonio Anastasia, para o governo de Minas Gerais, segundo as pesquisas eleitorais. A escolha agrada o mercado. Os papéis fecharam com avanço de 7,45%. A Copasa (CSMG3) fechou em alta de 3,99%, também motivada pelo quadro eleitoral no estado.
Os papéis da CVC (CVCB3) também subiram forte, fechando em alta de 4,80%, segunda maior elevação entre as ações do Ibovespa. Os investidores reagem a dados operacionais divulgados pela empresa no início da noite de ontem. As reservas confirmadas da empresa cresceram 10,8% no terceiro trimestre ante um ano antes, somando R$ 3,480 milhões.
O desempenho, segundo a empresa, confirma a expectativa de que os impactos gerados pela greve dos caminhoneiros, pela desvalorização cambial e efeitos da Copa do Mundo eram temporários e não representavam mudança de tendência.
Desce: exportadoras
O dia foi duro com as ações de companhias exportadoras, cujas ações reagiram à continuidade de queda do dólar em relação ao real e figuraram entre as maiores quedas do Ibovespa. O maior tombo foi de Embraer (EMBR3), que fechou em queda de 3,47%. A Bradespar (BRAP4), que investe principalmente em ações da Vale, fechou em baixa de 3,02%, e a própria Vale (VALE3) teve recuo de 2,23%. Gerdau (GGBR4) fechou em queda de 2,53% e Klabin (KLBN11) caiu 2,81%.
Sobe e desce: estatais
Entre as estatais, o movimento foi misto. As ações preferenciais da Petrobras fecharam em queda de 0,25% (PETR4) e as ordinárias (PETR3) fecharam em queda de 0,37%. Banco do Brasil (BBAS3) teve alta de 1,77%. E os papéis da Eletrobrás tiveram alta de 1,35% (ELET3) e 1,53% (ELET6).
Investidor de estatais ganhou dinheiro nesta semana
As altas mais significativas da semana foram justamente as dessas empresas, beneficiadas pelas perspectivas de um eventual governo de Bolsonaro, líder nas pesquisas, ser menos intervencionista que um eventual governo petista. Na última semana antes do primeiro turno, Banco do Brasil (BBAS3) avançou 21,36%; Eletrobrás (ELET6) subiu 21,43%; e Petrobras (PETR4) avançou 13,61%.
Juros dos títulos americanos continuaram a subir
O movimento dos mercados locais hoje foi coerente com o que ocorreu no exterior. As bolsas americanas e europeias fecharam em queda, e os juros dos títulos americanos deram continuidade ao movimento de alta dos últimos dias. O dólar também se desvalorizou frente a outras moedas emergentes além do real. O Dow Jones fechou em queda de 0,68%, aos 26.447 pontos; o S&P 500 recuou 0,55%, para 2.885 pontos; e a Nasdaq fechou em baixa de 1,16%, aos 7.788 pontos.
Às 9h30 de hoje foi divulgado o payroll, os dados de emprego dos EUA, mostrando que foram criadas 134 mil vagas em setembro, abaixo da previsão de 185 mil vagas dos analistas ouvidos pelo Broadcast, do "Estadão". Contudo, a taxa de desemprego caiu de 3,9% em agosto a 3,7% em setembro, a menor desde dezembro de 1969 e inferior à taxa de 3,8% projetada pelos economistas. O salário médio por hora avançou 0,29% ao longo do último mês, com alta anual de 2,8%, frente a previsões de 0,30% e 2,8%, respectivamente.
Houve ainda revisões na criação de empregos em julho e agosto, que somadas representam 87 mil vagas a mais criadas nesses dois meses. Mesmo com dados abaixo das expectativas, o relatório apresentou vários pontos positivos, mostrando novamente a força do mercado de trabalho americano.
Dados econômicos positivos divulgados nesta semana vêm fazendo os juros dos títulos americanos subirem, numa expectativa dos investidores de que o aperto fiscal do Fed teria que ser maior que o previsto em uma economia tão aquecida.
Nesta tarde, uma fala de um dirigente do Fed reforçou as expectativas dos investidores em uma alta de juros mais rápida que o esperado pelo banco central americano: "O possível potencial de superaquecimento exigiria maior nível de juros", disse o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic. Isso incrementou as perdas nas bolsas, uma vez que juros mais altos elevam a aversão a risco e aumentam a atratividade dos títulos do Tesouro americano frente às ações.
*Com Estadão Conteúdo.
Falem bem ou falem mal, mas… Investidores se dividem entre escolha de Trump para o Tesouro e ameaça de barreiras tarifárias
Bolsas internacionais amanheceram em queda nesta terça-feira depois de novas ameaças de Trump à China, ao México e ao Canadá
CVC (CVCB3) decola mais de 9% e lidera os ganhos do Ibovespa após proposta de pílula de veneno. O que isso significa para o investidor?
O desempenho positivo vem na esteira de uma série de anúncios corporativos na última semana, com uma proposta de mudanças relevantes no estatuto social da companhia
Questão fiscal não é o único problema: esses são os 6 motivos que inibem retorno dos investidores gringos para o Brasil, segundo o BTG Pactual
Nos últimos meses, o cenário internacional continuou a se deteriorar para a América Latina, o que prejudica o panorama para investir na região, de acordo com os analistas
O pacote (fiscal) saiu para entrega: investidores podem sentir alívio com anúncio entre hoje e amanhã; bolsas tentam alta no exterior
Lá fora, a Europa opera em alta enquanto os índices futuros de Nova York sobem à espera dos dados de inflação da semana
Agenda econômica: IPCA-15 e dados do Caged são destaques no Brasil; no exterior, PIB e PCE dos EUA dominam semana com feriado
Feriado do Dia de Ações de Graças nos EUA deve afetar liquidez dos mercados, mas agenda econômica conta com dados de peso no exterior e no Brasil
Com lucro em alta, dividendos mais do que triplicam no 3T24. Confira quem foram as vencedoras e perdedoras da safra de resultados na B3
Os proventos consolidados de empresas da bolsa brasileira chegaram a R$ 148,5 bilhões em setembro, um salto de 228% comparado ao 3T23, de acordo a Elos Ayta Consultoria
Ação da CBA ganha fôlego na bolsa e sobe quase 6% após venda de participação da Alunorte; chegou a hora de incluir CBAV3 na carteira?
A siderúrgica se desfez da participação acionária na companhia, de 3,03%, por R$ 236,8 milhões para a Glencore
Ações da Petrobras (PETR4) saltam até 6% na bolsa e lideram altas do Ibovespa; analistas enxergam espaço para dividendos ainda maiores em novo plano estratégico
O detalhamento do plano estratégico 2025-2029 e um anúncio complementar de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários impulsionam os papéis da petroleira hoje
Por que a JBS (JBSS3) anunciou um plano de investimento de US$ 2,5 bilhões em acordo com a Nigéria — e o que esperar das ações
O objetivo é desenvolver um plano de investimento de pouco mais de R$ 14,5 bilhões em cinco anos para a construção de seis fábricas no país africano
Vitória da Eletronuclear: Angra 1 recebe sinal verde para operar por mais 20 anos e bilhões em investimentos
O investimento total será de R$ 3,2 bilhões, com pagamentos de quatro parcelas de R$ 720 milhões nos primeiros quatro anos e um depósito de R$ 320 milhões em 2027
Angústia da espera: Ibovespa reage a plano estratégico e dividendos da Petrobras (PETR4) enquanto aguarda pacote de Haddad
Pacote fiscal é adiado para o início da semana que vem; ministro da Fazenda antecipa contingenciamento de mais de R$ 5 bilhões
Inter (INBR32) projeta Ibovespa a 143.200 mil pontos em 2025 e revela os setores que devem puxar a bolsa no ano que vem
Mesmo com índice pressionado por riscos econômicos e valuations baixos, o banco estima que o lucro por ação da bolsa deve crescer 18%
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade