Depois de ensaiar reversão, bolsa fecha em leve baixa; dólar fica estável
Ibovespa fechou em queda de 0,38% e dólar teve alta de 0,08% em dia de mercado em compasso de espera por maiores definições da corrida eleitoral

O Ibovespa desacelerou as perdas agora à tarde e chegou a ensaiar uma reversão, mas fechou em queda de 0,38%, aos 82.952 pontos. O dólar à vista, que operou em alta durante praticamente todo o dia, fechou estável, com valorização de 0,08%, a R$ 3,8831.
O principal índice da bolsa chegou a operar em alta por volta das 16h, com especulações de que a pesquisa Datafolha, a ser divulgada hoje à noite, seria favorável a Bolsonaro, candidato preferido dos mercados. O instituto, porém, se manifestou, dizendo que a coleta de dados só se encerraria às 17h e que, portanto, a pesquisa ainda não estava concluída.
Os mercados viveram uma ressaquinha nesta quinta-feira (04), depois de dois dias de euforia na terça e na quarta. É que a pesquisa Ibope de ontem mostrou a disputa presidencial bastante embolada, sem grandes avanços ou recuos para nenhum dos dois candidatos, mas alguns sinais ligeiramente favoráveis para o PT. Com isso, o Ibovespa abriu em baixa de 0,55%, e o dólar abriu em alta, também influenciado pelo cenário externo. O mercado operou durante todo o dia em compasso de espera, aguardando a divulgação do Datafolha e o debate na "Globo" mais tarde.
As ações de estatais recuavam nesta manhã, mas depois se recuperaram. As ações ordinárias da Eletrobrás (ELET3) fecharam em alta de 4,93%, enquanto as preferenciais (ELET6) fecharam em alta de 4,85%. BB (BBAS3) avançou 2,45%. E a Petrobras encerrou com valorização de 1,06% (PETR3) e 0,97% (PETR4).
Declarações do general Oswaldo de Jesus Ferreira, braço direito de Bolsonaro na área de infraestrutura, ressoaram bem junto aos mercados. Ele disse ao jornal "O Estado de S. Paulo" que, se Bolsonaro for eleito, o processo de concessão de projetos de infraestrutura será acelerado e a privatização da Eletrobrás prosseguirá, mas não haverá privatizações de estatais estratégicas como a Petrobras.
Segundo analistas ouvidos pelo Broadcast, do "Estadão", dois outros fatores favoreceram a candidatura de Bolsonaro e impediram uma queda maior da bolsa: a declaração de apoio do candidato ao governo de São Paulo Paulo Skaf (MDB) e o fato de que o candidato do PSL não vai comparecer ao debate, o que transforma Haddad no alvo preferido dos adversários.
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Nos últimos dois dias, o avanço de Bolsonaro e o recuo de Haddad nas pesquisas animaram os mercados, que apostam na agenda pretensamente liberal do capitão reformado do Exército, ou simplesmente ecoam um sentimento antipetista.
Ontem, o Ibovespa fechou em alta de 2,04%, aos 83.273 pontos, depois de ter ultrapassado os 85 mil pontos pela manhã; o dólar fechou em queda de 1,28% a R$ 3,88, depois de chegar a R$ 3,82 no início do pregão, por conta da força da moeda americana no exterior.
Mas na pesquisa Ibope divulgada ontem, Bolsonaro subiu de 31% para 32% e Haddad de 21% para 23% nas intenções de voto, crescimentos dentro da margem de erro. Com apenas 38% dos votos válidos, a chance de vitória de Bolsonaro em primeiro turno parece baixa. E na simulação de segundo turno, os dois líderes nas pesquisas estão tecnicamente empatados, mas com ligeira vantagem para Haddad: 43% a 41%. Também pode preocupar o investidor o crescimento significativo do petista de 13% para 18% no Sudeste.
Salmonella assombra JBS
Os papéis da JBS (JBSS3) viram forte queda nesta quinta depois que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) anunciou que a JBS Tolleson, fábrica do grupo no estado americano do Arizona, está fazendo um recall de cerca de 3 mil toneladas de produtos de carne bovina devido a uma possível contaminação por bactérias salmonella. Os papéis da companhia fecharam em queda de 4,74%.
Fora do Ibovespa
A maior alta da bolsa nesta quinta feira foi das ações da Oi. As ordinárias (OIBR3) ganharam 21,85%, enquanto as preferenciais (OIBR4) avançaram 19,23%. Durante o pregão, a alta não tinha motivação aparente. Mas, fechado o mercado, a companhia divulgou comunicado com a informação da entrada de Roger Rolé Rafols no lugar de Marcos Duarte no conselho de administração.
Rafols é vice-presidente de marketing da Sprints Corporation, empresa americana de telecomunicações. A Oi afirmou, no comunicado, que a nomeação consolida uma nova etapa de governança.
As ações da Multiplus (MPLU3) fecharam em alta de 1,43% depois que a TAM Linhas Aéreas protocolou, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedido de registro da oferta pública unificada de aquisição de ações (OPA) da empresa para cancelar seu registro de companhia aberta. A realização da OPA havia sido anunciada em setembro. O preço proposto foi de R$ 27,22 por ação.
Atenção aos juros dos títulos americanos (e ao dólar)
Os juros dos títulos do Tesouro americano continuaram avançando nesta quinta, depois que dados divulgados ontem mostraram a força do desempenho econômico dos EUA. Com isso, é possível que o Fed precise fazer um aperto monetário mais forte que o previsto, para conter a inflação.
Quando os títulos públicos americanos passam a pagar juros mais altos, eles se tornam mais atrativos para investidores, valorizando o dólar. A moeda americana também avançou hoje no exterior, notadamente frente às moedas emergentes, embora tenha se desvalorizado frente ao euro e ao iene.
Esse movimento dos juros também levou as bolsas americanas a operarem em queda hoje. Uma estrategista do Société Générale ouvida pelo Broadcast acredita que é porque as ações estejam caras em relação aos títulos, uma vez que o longo período de juros baixos nos EUA levou os investidores a se voltarem para ativos de risco.
O Dow Jones fechou em queda de 0,75%, aos 26.627 pontos; a Nasdaq recuou 1,81%, aos 7.879 pontos; e o S&P500 fechou em baixa de 0,82%, aos 2.901 pontos.
As bolsas europeias também fecharam em baixa, uma vez que o movimento de alta dos juros dos títulos americanos também motivou uma elevação nos juros dos títulos europeus, o que os torna mais atrativos que os ativos de risco, como as ações.
No Brasil, a alta dos juros dos títulos americanos e a consequente valorização do dólar motivam a alta dos juros futuros, mas eles acabaram fechando em queda. O DI para janeiro de 2021 fechou em 9,31%, e o DI para janeiro de 2023 encerrou em 10,65%.
*Com Estadão Conteúdo
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