Como a taxa Selic impacta o mercado imobiliário?
Taxa básica de juros é usada como base para outros encargos; quem está em busca da casa própria, deve avaliar criteriosamente as opções de financiamento imobiliário
A Selic é um assunto bastante recorrente na vida dos brasileiros, embora muitos desconheçam a sua relevância. Ela é a taxa básica de juros da economia, responsável por dar norte a todos as outras correções. A Selic serve, por exemplo, como base para os juros bancários, que estão presentes em empréstimos, aplicações financeiras e nos financiamentos.
Essa taxa é atualizada pelo Copom (Comitê de Política Monetária), a cada 45 dias, em uma reunião que dura dois dias. Esse grupo é formado por executivos do Banco Central, que carregam a responsabilidade de decidir por elevar, reduzir ou manter a Selic nos padrões vigentes.
A ideia central é que, se a inflação está em alta, é preciso desacelerar o consumo da população. Assim, aumenta-se a Selic, provocando um efeito em escala nos outros juros do mercado. Se, porém, a previsão inflacionária aponta para um desempenho abaixo do esperado, diminui-se a Selic para incentivar e aquecer o consumo.
A Selic é importante por ser o principal instrumento que o BC tem para controlar a alta dos preços no mercado, cumprindo a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) todo ano. A sua alteração, portanto, depende da previsão inflacionária, e, quanto mais alta for a estimativa da inflação, mais provável será a elevação da taxa básica.
Neste sentido, quando a Selic está em alta, a economia de modo geral anda devagar. De outro modo, com a taxa em declínio, as pessoas passam a comprar e gastar mais, o que pode ser visto no setor imobiliário também. Para 2022, a meta de inflação proposta pelo CMN é de 3,5%, com limite de 1,5% para mais ou menos.
Como a Selic afeta os financiamentos imobiliários?
A alta da Selic pode parecer boa para os investimentos em renda fixa, uma vez que muitos são corrigidos pelo CDI, um outro índice econômico que segue o desempenho da taxa básica de juros. Neste caso, quanto mais alta estiver a taxa, mais retorno terá a carteira de investimentos.
No entanto, isso também influencia os outros serviços financeiros prestados pelos bancos, como é o caso do financiamento imobiliário. Esse produto sofre acréscimo de juros enquanto o índice está em alta.
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Em dezembro de 2020, por exemplo, quando a Selic estava em 2% ao ano, a taxa média praticada pelos bancos em financiamentos imobiliários era de 6,9% ao ano. Em fevereiro de 2021, com a taxa a 10,75%, o custo médio do crédito subiu para 9,3%.
Na prática, um imóvel que custa R$ 300 mil, financiado em 360 meses, sai por cerca de R$ 711 mil no primeiro cenário. Já na segunda situação, o montante final deste mesmo imóvel sobe para R$ 892 mil, uma diferença de R$ 181 mil, segundo cálculo da Calculadora do Cidadão, do Banco Central.
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Reunião do Copom está próxima: quais são as expectativas para a Selic nos próximos meses?
Diferente do que aconteceu nos últimos anos, em que os juros foram caindo gradativamente, chegando a 2% em agosto de 2020, a previsão é que a taxa Selic permaneça alta nos próximos meses e anos, puxada pela escalada inflacionária.
Semanalmente, o Banco Central divulga o relatório Focus, que antecipa a expectativa do mercado financeiro para os principais índices da economia. Um dos últimos documentos previu que a taxa básica deve fechar o ano de 2022 acima de 13%. Para 2023, a perspectiva também é de alta, chegando a 9%.
Essa hipótese de desempenho tem sido ratificada toda semana pelas instituições financeiras que assinam a pesquisa feita pelo órgão público. Em relação ao IPCA, a expectativa é de 7,65% em 2022 e de 4% para 2023.
Financiamento imobiliário em tempos de Selic alta: como escolher a melhor opção
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