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Felipe Alves
Felipe Alves
Redator do Grupo Empiricus. Colabora com os portais Seu Dinheiro, Money Times e Empiricus. Trabalha com marketing digital e estratégias de conteúdo desde 2021.
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Bitcoin e o Pizza Day: há doze anos, 10.000 bitcoins foram usados para comprar duas pizzas

No dia 22 de maio é comemorado o Pizza Day, quando R$ 1,5 bilhão de reais foram gastos em duas pizzas nos EUA

Felipe Alves
Felipe Alves
18 de maio de 2022
10:00 - atualizado às 11:02
Pizza com moedas ilustrativas de Bitcoin
Imagem: Shutterstock

Mais de R$ 1,5 bilhão de reais. Esse foi o valor que um programador da Flórida estava oferecendo por duas pizzas no dia 18 de maio de 2010. As pizzas foram compradas usando 10.000 Bitcoins no dia 22 de maio. Desde então, no dia 22 de maio é comemorado o Bitcoin Pizza Day.

A data entrou para a história do mercado de criptomoedas por ter sido o primeiro caso de transação com o uso de Bitcoins (BTC). Desde então, a criptomoeda passou por uma valorização astronômica. Mesmo com as quedas recentes, 10 mil bitcoins valem cerca de US$ 297 milhões de dólares, ou R$ 1,5 bilhão de reais.

De certa forma, olhar para esse dia é uma excelente forma de entender a história do Bitcoin: como ele se desenvolveu de 2010 pra cá e qual o potencial da maior criptomoeda do mundo para o futuro.

Criação do Bitcoin: por que essa criptomoeda é tão revolucionária?

O Bitcoin foi criado em 2009 por Satoshi Nakamoto. Não se sabe quem está por trás dessa identidade, podendo ser apenas uma pessoa ou um grupo de desenvolvedores. 

O projeto foi lançado com a proposta de criar uma moeda digital totalmente descentralizada. Na época, o mundo ainda vivia as consequências da crise de 2008, uma das maiores da história do capitalismo. Muitas pessoas criticaram a forma com que os bancos centrais lidaram com a crise na época, principalmente nos EUA, em que o governo fez manobras econômicas que prejudicaram a população para impedir que algumas empresas falissem, pois eram "grandes demais para quebrar". Os críticos usaram essas manobras como um exemplo de porquê uma forma de dinheiro centralizada nas mãos do governo é tão perigosa e maléfica para os indivíduos.

Por aqui, no Brasil, há também um excelente exemplo dos malefícios dessa centralização: o confisco da poupança no governo Collor, que ocorreu em 1990. Depois de passar 30 anos convivendo com uma hiperinflação que chegou a bater, no acumulado, 1.142,332.741.811.850% por conta de más decisões econômicas do governo, o brasileiro comum ainda teve grande parte do seu dinheiro guardado bloqueado da noite para o dia. Com isso, muitas pessoas perderam as economias de uma vida inteira por conta de uma simples decisão do governo.

Foram esses tipos de problemas que incentivaram a criação do Bitcoin. A ideia foi criar uma moeda que não dependesse de nenhum governo ou de órgão central. No ecossistema do Bitcoin, cada indivíduo é seu próprio banco.

No começo, ninguém conhecia o Bitcoin e ele valia 0 dólares

Por se tratar de uma tecnologia bem complexa e até mesmo bastante segmentada, o Bitcoin não tomou grandes proporções no início. Ele chamava a atenção apenas em fóruns de programação e de tecnologia e entre entusiastas de uma economia mais descentralizada. Até porque, em 2009, ano de criação da moeda, o acesso à internet era bastante restrito.

Desde o início, o Bitcoin funcionava com um sistema de mineração. Basicamente, os mineradores são indivíduos dentro do ecossistema que validam as transações que ocorrem entre duas carteiras, sendo remunerados com unidades de Bitcoin por esse trabalho.

No começo, não haviam corretoras, sites especializados, fundos ou qualquer outro tipo de ligação com o mercado tradicional. Por conta disso, o Bitcoin não tinha como ser precificado em dólar.

Mas tudo isso mudou graças ao Pizza Day.

Pizza Day: a primeira transação com Bitcoin e a primeira cotação do ativo

No dia 18 de maio de 2010, um programador da Flórida, chamado Laszlo Hanyecz, fez uma publicação no Bitcointalk, um famoso fórum de criptomoedas da época.

A proposta era simples: Laszlo queria oferecer 10.000 bitcoins pela compra de duas pizzas. Na época, 10.000 bitcoins valiam, literalmente, zero dólares, de forma que foi até difícil encontrar alguém disposto a receber o pagamento.

Quatro dias depois, no dia 22 de maio, Laszlo anunciou que conseguiu comprar as pizzas na pizzaria Papa John's.

Fonte: Portal do Bitcoin

Como o Bitcoin não tinha preço em dólar e as duas pizzas custavam cerca de US$ 25, a comunidade cripto na época concordou que um Bitcoin deveria valer US$ 0,0025.

Desde então, a valorização da criptomoeda foi explosiva. Veja só a cotação do Bitcoin em diferentes Pizza Days:

  • 22/05/2011: US$ 6,69
  • 22/05/2012: US$ 5,1o
  • 22/05/2013: US$ 125,75
  • 22/05/2014: US$ 524,48
  • 22/05/2015: US$ 239,03
  • 22/05/2016: US$ 443,18
  • 22/05/2017: US$ 2.292,70
  • 22/05/2018: US$ 8.009,30
  • 22/05/2019: US$ 7.665,80
  • 22/05/2020: US$ 9.131,77
  • 22/05/2021: US$ 37.520,32

Essa é uma evolução sem precedentes na história de qualquer outro investimento da humanidade. 

Se você tivesse comprado Bitcoin no primeiro Pizza Day, as suas moedas teriam uma valorização de 1.723.641.500%. Cada 100 reais investidos teriam se transformado em mais de R$ 1,7 bilhão de reais.

Claro que, nessa época, nem era possível investir em Bitcoin como nos dias de hoje. Não existiam corretoras acessíveis ou nada desse tipo. Atualmente, o cenário é bem diferente: é possível negociar BTC e uma série de outras criptomoedas através de plataformas especializadas, como a Ripio, que permite a compra de ativos a partir de R$ 10,00

Bitcoins já foram oferecidos de graça na internet

Como o Bitcoin não valia nada na época, existiam sites que, literalmente, davam essas criptomoedas de graça. Um desses sites oferecia 5 Bitcoins – cerca de 770 mil reais – para cada usuário que completasse um captcha — um tipo de medida de segurança por autenticação de desafio e resposta

Mas quem pensa que a onda do Bitcoin já passou e agora é tarde demais, está bastante enganado. Afinal, em comparação com os ativos tradicionais, que existem há décadas ou até séculos, o Bitcoin ainda está “engatinhando”. 

Foi só nos últimos dois anos que a criptomoeda ganhou relevância global e penetrou o mundo das finanças tradicionais, graças ao surgimento de corretoras que disponibilizavam grandes quantidades de Bitcoins para os investidores institucionais.

Desde então, o Bitcoin dominou as manchetes e se tornou um ativo visado por muita gente. O investidor brasileiro comum já tem uma boa parcela de exposição aos criptoativos, com cerca de US$ 50 bilhões investidos nesse mercado.

No entanto, muitos entusiastas, especialistas e investidores desse mercado acreditam que esse é só o começo de algo muito maior e que ainda há bastante espaço para o preço do Bitcoin subir.

Até onde o Bitcoin pode chegar?

Uma das projeções mais recentes é a de Peter Thiel, cofundador do PayPal. Na Bitcoin Conference 2022, Thiel disse que o BTC, nas próximas décadas, deve atingir o patamar do mercado de ações americano. Isso significa que a cotação do ativo ainda pode se multiplicar em 100 vezes, chegando ao patamar dos milhões de dólares por unidade.

Com o tempo, a demanda por Bitcoins tende a aumentar, com cada vez mais pessoas tomando consciência da segurança e independência do Bitcoin e dos problemas da centralização governamental. Da mesma forma que a Netflix, o Uber e o Quinto Andar substituíram setores tradicionais da economia, também pode acontecer do dinheiro se tornar totalmente digital e fora do controle de órgãos centrais.

Por outro lado, vale relembrar que a oferta de Bitcoin é limitada: só existirão 21 milhões de unidades da moeda em circulação no mercado. Seguindo um dos princípios básicos da economia, se a demanda aumenta e a oferta é limitada, o preço tende a subir

É por isso que, mesmo com as quedas recentes de mais de 50% desde a máxima histórica, muitas pessoas ainda estão animadas com a moeda e aproveitando as quedas para comprar mais unidades do ativo. 

Como se posicionar em Bitcoin?

Se você ficou com vontade de investir em Bitcoin agora, deve estar se perguntando qual é a melhor maneira de fazer isso. Afinal, esse ainda é um mundo novo para a maioria das pessoas.

Uma forma simples e prática de entrar nesse universo é através da Ripio, uma das primeiras empresas cripto da América Latina. Pela plataforma, você consegue comprar, vender, guardar e enviar Bitcoin, além de negociar outros criptoativos. 

Você pode depositar o valor que quiser na sua conta através de transferência bancária, PIX ou Mercado Pago, e começar a negociar Bitcoin com apenas R$ 10,00. Não há motivo para ficar de fora dessa revolução.

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