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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
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CDB, LCI, LCA, LC, CRI, CRA, debêntures… como investir na sopa de letrinhas da renda fixa

Entenda a natureza de cada título de renda fixa privada e saiba como investir nesse tipo de aplicação financeira

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
14 de junho de 2019
5:30 - atualizado às 20:12

Sempre que eu falo em investimento em renda fixa surgem leitores com dúvidas de como proceder para ter acesso a essas aplicações. Muitas vezes eles já entendem perfeitamente como a modalidade funciona, mas não sabem muito bem o caminho das pedras. Pois bem, no vídeo a seguir eu explico como investir em renda fixa, além de falar um pouco sobre o que significa cada uma das muitas siglas desse mercado:

Veja a transcrição do texto sobre como investir em renda fixa

A renda fixa é o investimento favorito do brasileiro. A lógica das aplicações de renda fixa está tão arraigada na mente dos investidores, que quando alguém fala de um fundo de investimento ou de ações, sempre aparece alguém perguntando qual a rentabilidade e a data de vencimento do ativo.

Mas quando a gente fala de renda fixa assim, genericamente, parece até que é tudo uma coisa só. Acontece que renda fixa é uma classe de ativos bastante plural. Apesar de os títulos funcionarem de maneira parecida, há diferenças em níveis de risco, rentabilidade, prazo e características.

Além disso, a maioria dos investidores não sabe muito bem como ter acesso a essas aplicações, e acaba ficando no CDB do banco. Então fica de olho nesse vídeo, que eu vou desvendar para você a sopa de letrinhas dos investimentos em renda fixa e te contar como investir.

Os investimentos de renda fixa são caracterizados como aqueles cujos fluxos de pagamento são incondicionais, ou seja, não dependem do desempenho econômico e financeiro do emissor do ativo. Eles tomam a forma, geralmente, de títulos de dívida, que permitem ao comprador emprestar dinheiro para o emissor em troca de juros.

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Os títulos públicos federais, que a pessoa física geralmente negocia pelo Tesouro Direto, são um tipo de investimento de renda fixa que permite emprestar dinheiro para o governo. Eu já falei sobre como investir no Tesouro Direto aqui neste outro vídeo.

Os demais títulos de renda fixa acessíveis à pessoa física são privados, pois são emitidos por instituições financeiras e outras empresas para financiarem as suas atividades. Ao comprar um título desse, você pode estar emprestando dinheiro para um banco - caso dos CDB, LCI e LCA -, para uma financeira - que é o caso das Letras de Câmbio, ou LC -, para empresas - como é o caso das debêntures -, ou então você adquire o direito de receber os pagamentos por financiamentos imobiliários ou do agronegócio - na figura dos CRI e CRA.

Algumas regras variam bastante entre os títulos. Os títulos emitidos por instituições financeiras - CDB, LCI, LCA e LC - geralmente têm rentabilidade atrelada ao CDI, podendo, em alguns casos, ter remuneração prefixada ou atrelada à inflação. É bem fácil encontrar papéis de liquidez diária ou prazos curtos, de poucos meses, bem como títulos que podem vencer só dentro de até uns cinco anos, mais ou menos. Os títulos de instituições financeiras são as aplicações de menor risco na renda fixa privada, pois contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos, a mesma garantia da poupança.

Já as debêntures, CRI e CRA costumam ter prazos longos e sem liquidez diária, além de remuneração atrelada a um índice de inflação. Eles não contam com a proteção do FGC e, para reaver o dinheiro antes do vencimento, é preciso vender o título no mercado secundário, o que pode sacrificar um pouco a rentabilidade. Por isso, esses papéis têm um pouco mais de risco de calote e liquidez do que os títulos das instituições financeiras.

Para investir em CDB, LCI, LCA ou LC, você tem basicamente duas opções: abrir conta no banco ou financeira que emite o papel ou abrir conta em uma corretora de valores ou plataforma de investimentos que ofereça títulos de várias instituições financeiras. Se você for comprar títulos de emissores de médio porte, lembre-se apenas de respeitar o limite de cobertura do FGC - de R$ 250 mil por CPF, por instituição financeira.

Já as debêntures, CRI e CRA são distribuídas por bancos, corretoras e plataformas de investimento, seja para aplicação direta, seja por meio de de fundos. Nem sempre esses títulos estão disponíveis para investimento. Você precisa ficar de olho nas emissões e na quantidade de papéis que vão ser distribuídos. Para pessoa física, o investimento via fundos é mais indicado, já que a diversificação e a gestão profissional reduzem o risco.

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