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Olivia Bulla

Olivia Bulla

Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).

A Bula do Mercado

O peso da suavidade

Tom ameno do Federal Reserve na comunicação levanta dúvidas sobre economia dos EUA e proposta suave para os militares põe em risco aprovação da reforma da Previdência

Olivia Bulla
Olivia Bulla
21 de março de 2019
5:33 - atualizado às 6:30
Já o Comitê de Política Monetária (Copom) poderia ter sido brando, mas foi neutro

O Federal Reserve foi muito ameno na comunicação, ao anular a previsão de alta da taxa de juros neste ano, o que deixou o mercado financeiro receoso em relação ao crescimento nos Estados Unidos. Da mesma forma, o governo Bolsonaro entregou uma proposta suave demais para a Previdência dos militares, colocando em dúvidas a aprovação da reforma inteira. Já o Comitê de Política Monetária (Copom) poderia ter sido brando, mas foi neutro.

Na primeira reunião sob o comando do novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a autoridade monetária reconheceu que há maior simetria na avaliação dos riscos à inflação. Ainda assim, o Copom repetiu o mantra recente e disse que é preciso ter “cautela, serenidade e perseverança nas decisões de política monetária”, praticamente descartando qualquer novo corte na Selic - por ora.

Segundo o Copom, a continuidade do processo de ajustes à economia brasileira segue como essencial para a manutenção da inflação baixa e dos juros neutros. E os riscos à aprovação efetiva das novas regras para aposentadoria tendem a desempenhar um papel fundamental nos próximos passos de política monetária, já que a atividade está em um “ritmo aquém do esperado”.

A questão é que o Copom (e o mercado financeiro) sabe que juros baixos nem sempre é o suficiente para estimular a economia. A política monetária tem seus efeitos, mas também suas limitações, e sem a ajuda do lado fiscal, com um controle dos gastos públicos e a geração de superávit das contas nacionais, o Brasil seguirá sem forças para crescer. Mas isso também não significa que a reforma da Previdência irá, sozinha, içar o país.

Pá de cal

Mesmo assim, é essencial que o Congresso aprove uma reforma robusta, com o mínimo de alterações à versão ambiciosa apresentada há um mês pelo governo. O problema é que, de lá para cá, houve pouco avanço dessa pauta na Câmara e também na articulação política do governo com os deputados. A “pá de cal” veio da proposta de reforma da aposentadoria dos militares, que foi acompanhada de um plano de reestruturação de carreiras do setor.

Segundo cálculos do governo, a reforma da Previdência dos militares irá gerar uma economia de R$ 10,45 bilhões em dez anos, o que representa apenas 1% da economia prevista com a reforma dos civis e corresponde a somente 11% da estimativa original, de economizar R$ 92,3 bilhões com os não civis. Essa diferença se dá por causa do custo de R$ 86,85 bilhões em dez anos com a revisão de cargos e benefícios da categoria.

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Apesar de a proposta prever um aumento no tempo de serviço na ativa dos militares e da alíquota de contribuição, ficou a sensação de que a categoria não está “dando o exemplo”, enquanto o governo pede “sacrifício” à população com regras mais dura para aposentadoria. O déficit da Previdência dos militares foi o que cresceu mais rápido no ano passado e não houve muito esforço para reduzir esse rombo - nem os privilégios.

O problema é a sinalização que essa proposta mais branda provoca em outras categorias, como a dos servidores públicos civis, além de servir de munição à oposição. Ao que tudo indica, os militares estão mesmo querendo entrar no “fim da festa”, conforme afirmou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, referindo-se a eventuais benefícios concedidos à categoria na proposta. Mas aí todos vão preferir ficar mesmo de fora...

Garoto enxaqueca

Apesar da “frase infeliz”, Maia não poupou críticas ao projeto de lei que muda as regras e aposentadoria dos militares. Ele se disse contrário à manutenção de benefícios aos novatos, como a remuneração integral durante a inatividade e a paridade de salários com os ativos. Esses itens foram extintos para os novos servidores.

Mas os militares não foram os únicos alvos. Maia também foi duro com o ministro Sergio Moro, desqualificando o projeto anticrime apresentado por ele, que seria uma versão de “copia e cola”, e chamando-o de “funcionário do presidente Jair Bolsonaro”, que “conhece pouco a política”, após críticas do ex-juiz sobre a suspensão da tramitação da pauta da Justiça na Câmara. Moro rebateu e disse que o “caso requer urgência” na análise.

O presidente da Casa tem sido o principal defensor da reforma da Previdência no Congresso, mas também tem demonstrado várias vezes o desconforto com a falta de apoio do governo na tramitação da matéria. Maia reclama que tem levando demanda dos deputados, mas o governo não arruma a articulação política.

Assim, os ataques aos militares e a Moro, em menos de 24 horas, são um risco à votação das novas regras para aposentadoria na Câmara. Resta saber quanto tempo irá levar para o governo perceber que é importante ter Maia como aliado e o quanto a queda relâmpago na popularidade de Bolsonaro pode travar as negociações com os parlamentares.

Segundo o Ibope, a proporção de quem considera o governo Bolsonaro bom ou ótimo caiu de 49% em janeiro para 39% em fevereiro, chegando a 34% em março. Trata-se de uma queda de 15 pontos em menos de 100 dias de mandato, no pior desempenho registrado para esse início de gestão no Palácio do Planalto desde a redemocratização.

Apesar de a proposta de reforma da Previdência ser “o centro de gravidade” do governo, o presidente viaja novamente hoje. Desta vez, para o Chile. Em seu aniversário de 64 anos, ele participa de um encontro de cúpula com outros chefes de Estado sul-americanos para discutir um novo fórum de desenvolvimento, o Prosul.

É a economia!

Enquanto os ruídos políticos se sobrepõem à questão econômica no Brasil, no exterior, os investidores estão mais preocupados é com as reduções nas previsões do Fed para o rumo da taxa de juros nos EUA. O corte drástico de dois para nenhum aperto monetário neste ano suscitou dúvidas quanto ao crescimento econômico norte-americano à frente.

Ao mesmo tempo, a redução à metade no resgate de títulos, para US$ 15 bilhões mensais a partir de maio, e o reinvestimento desses papéis a partir de setembro deixa a sensação de que a maior economia do mundo pode precisar de estímulos, com riscos de cair em recessão em 2020 e estourar uma bolha de crédito. Com isso, o Fed prevê ainda um aumento dos juros no ano que vem.

Diante desse mosaico, os índices futuros das bolsas de Nova York seguem no vermelho, após encerrar em baixa a sessão de ontem. Na Ásia, porém, a sessão foi esvaziada, devido a um feriado no Japão, com Hong Kong registrando queda (-0,8%) e Xangai leve alta (+0,4%). Já as praças europeias caminham para uma abertura negativa.

Nos demais mercados, o dólar ensaia uma recuperação em relação às moedas rivais - como o euro, o iene e a libra - mas perde terreno para o xará australiano, após a queda do desemprego na Austrália. Nos bônus, o título dos EUA de 10 anos (T-note) segue próximo a 2,50%. Já o petróleo avança, com o barril do tipo WTI retomando a faixa de US$ 60.

Além do sinal de alerta emitido pelo Fed em relação à economia dos EUA, os investidores também estão preocupados com as incertezas em torno da guerra comercial e da saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit. O presidente norte-americano Donald Trump disse que irá manter as tarifas até a China se comprometer com um acordo.

Já Pequim está com receio de selar um pacto com Washington, sem antes ter a contraparte de eliminar as barreiras tarifárias, sob o risco de Trump não cumprir o prometido. Ainda mais após o líder da Casa Branca afirmar que pretende deixar as sobretaxas por um período “substancial”, eliminando as chances de reversão.

Hoje é a vez do BC inglês

Após as decisões de juros dos bancos centrais do Brasil e dos EUA, ontem, hoje é a vez do BC da Inglaterra (BoE), às 9h. O evento ganha destaque pois acontece um dia após a primeira-ministra britânica, Theresa May, solicitar à UE um adiamento do prazo para o Brexit, sob o risco de sair do bloco comum sem nenhum acordo.

Originalmente, o Brexit está previsto para acontecer na sexta-feira da semana que vem, dia 29. Em carta, porém, May pediu uma extensão até 30 de junho, sinalizando que a prorrogação pode ser curta. O pedido de May precisa do aval do Parlamento britânico, ao passo que o Conselho Europeu reúne-se hoje para discutir a saída do Reino Unido.

Entre os indicadores econômicos, destaque para a leitura preliminar deste mês do índice de confiança do consumidor na zona do euro (12h). Pela manhã, às 9h30, saem o índice de atividade na região da Filadélfia (EUA) e os pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos no país, além dos indicadores antecedentes (11h). No Brasil, a agenda está esvaziada.

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