Frustração e suspense envolvem mercado
Votação do parecer da reforma da Previdência na CCJ fica para a semana que vem, enquanto governo marca para hoje anúncio de medidas envolvendo o transporte rodoviário

Um misto de frustração e suspense envolve os investidores hoje, após o adiamento da votação do parecer da reforma da Previdência na CCJ, que só irá acontecer depois do feriado da Páscoa, e em meio à indefinição sobre o reajuste do diesel pela Petrobras, vetado pelo governo na semana passada. Esse sentimento no mercado doméstico se contrasta com o ânimo dos negócios no exterior, que busca pistas sobre a economia global.
Mas os ativos brasileiros devem reagir mais a atraso na votação da proposta do governo de novas regras para aposentadoria ainda na primeira fase de tramitação da proposta na Câmara, colocando no preço essa derrota do governo. Deputados da CCJ decidiram inverter a pauta e colocaram na frente a votação da emenda do Orçamento Impositivo.
A proposta que engessa as contas do governo, tornando obrigatória as emendas às bancadas, foi aprovada já na noite de ontem. O texto segue agora para o plenário da Casa. Com isso, o debate sobre se a proposta da nova Previdência fere a Constituição terá início hoje (10h). Mas um acordo firmado entre líderes do governo, da oposição e do Centrão, deixou a votação da matéria para a próxima segunda ou terça-feira.
É bom lembrar que a semana que vem antecede mais um feriado nacional, desta vez, o 1º de Maio. A data é dedicada aos trabalhadores e deve ser marcada por protestos em todo o país organizados por centrais sindicais contra a reforma da Previdência. A expectativa é de que as manifestações unificadas esquentem o debate da proposta na comissão especial, onde devem ser realizadas mudanças ao texto original do governo.
Será preciso, portanto, que o governo dê um “segundo passo” pela reforma da Previdência, para conseguir fazer a pauta avançar na Câmara sem alterar muito a potência fiscal esperada pelo ministro Paulo Guedes, de uma economia próxima a R$ 1 trilhão em dez anos. Segundo o presidente da Casa, Rodrigo Maia, o presidente Jair Bolsonaro deve “entender por dentro” que a medida é necessária, argumentando em defesa da proposta.
Apagando incêndio com gasolina
Resta saber qual será a estratégia do governo não apenas junto ao Congresso, mas também à população. Ainda mais após o aumento de R$ 42 no valor do salário mínimo, para R$ 1.040 em 2020, interrompendo 11 anos consecutivos de reajuste real e deixando a correção apenas pela inflação em pleno ano em que a reforma da Previdência, se aprovada, fará o trabalhador contribuir por mais tempo para se aposentar e ter 100% do benefício.
Leia Também
Os investidores também repercutem o encontro ontem em Brasília entre o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e o governo, que terminou ainda sem um desfecho sobre o reajuste no preço do diesel. Segundo o executivo da petrolífera, a empresa é “livre”, mas ainda não há decisão. Uma nova reunião do presidente Jair Bolsonaro com a equipe econômica e representantes da Petrobras está marcada para hoje.
Nela, devem ser prestados esclarecimentos ao presidente sobre a estrutura de produção, distribuição e revenda de combustíveis pela Petrobras. O governo também anunciou para esta terça-feira, às 11h, o anúncio de “alguma medidas em resposta às demandas do setor de transporte rodoviário”. Estarão presentes “alguns dos ministros que participaram da reunião” de ontem à tarde.
Exterior em alta
Enquanto o mercado doméstico espera informações sobre a Petrobras e digere um novo atraso na tramitação da Previdência, os negócios no exterior seguem embalados, podendo contagiar os negócios locais. A temporada de balanços nos Estados Unidos continua ditando o ritmo em Wall Street, com os investidores tentando traçar uma perspectiva para a economia norte-americana e global.
Por isso, é grande a expectativa pelos resultados financeiros do Bank of America e BlackRock, antes da abertura do pregão em Nova York, além de Netflix e IBM, após o fechamento. À espera desses números, os índices futuros das bolsas norte-americanas estão em alta, o que anima o início da sessão na Europa.
Na Ásia, destaque para o salto de 2,4% da Bolsa de Xangai, antes da divulgação dos dados de atividade da China no início deste ano, entre eles, os números consolidados do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2019. Hong Kong também teve alta firme, de quase 1%, enquanto Tóquio subiu 0,2%.
Nos demais mercados, o juro projetado pelo título de 10 anos dos EUA (T-note) oscila em 2,55%, digerindo os dados que mostraram que a China segue como maior detentora de bônus norte-americanos, aumentando a exposição no papel pelo terceiro mês seguido. Já o dólar mede forças entre as moedas de países desenvolvidos e correlacionadas às commodities, enquanto o petróleo recua, diante do aumento dos estoques nos EUA.
China agita a noite
No fim do dia, a China entra em cena, a partir das 23h, quando divulga os dados de março da produção industrial, das vendas no varejo e sobre os investimentos em ativos fixos. Mas o destaque fica mesmo com os dados consolidados do PIB chinês nos três primeiros meses deste ano, no mesmo horário.
A previsão é de expansão de 6,3%, na comparação com o início de 2018, desacelerando-se em relação à alta de 6,4% apurada nos últimos três meses do ano passado. Os números são o grande destaque da agenda econômica desta terça-feira. Ainda assim, pela manhã, merecem atenção o desempenho da indústria norte-americana em março (10h15).
Logo cedo, sai o índice ZEW de sentimento econômico na Alemanha e na zona do euro como um todo em abril. Ainda nos EUA, também será divulgado o índice de confiança das construtoras neste mês (11h). No Brasil, destaque apenas para o índice de preços ao produtor (IPP) em fevereiro (9h).
Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano
Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez
Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora
A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Deu ruim para Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), e bom para SmartFit (SMFT3) e Direcional (DIRR3): quem entra e quem sai do Ibovespa na 2ª prévia
Antes da carteira definitiva entrar em vigor, a B3 divulga ainda mais uma prévia, em 1º de maio. A nova composição entra em vigor em 5 de maio e permanece até o fim de agosto
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Vai dar para ir para a Argentina de novo? Peso desaba 12% ante o dólar no primeiro dia da liberação das amarras no câmbio
A suspensão parcial do cepo só foi possível depois que o governo de Javier Milei anunciou um novo acordo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões
Bolsas perdem US$ 4 trilhões com Trump — e ninguém está a salvo
Presidente norte-americano insiste em dizer que não concedeu exceções na sexta-feira (11), quando “colocou em um balde diferente” as tarifas sobre produtos tecnológicos
Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta
Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques
Guerra comercial: 5 gráficos que mostram como Trump virou os mercados de cabeça para baixo
Veja os gráficos que mostram o que aconteceu com dólar, petróleo, Ibovespa, Treasuries e mais diante da guerra comercial de Trump
A lanterna dos afogados: as 25 ações para comprar depois do caos, segundo o Itaú BBA
Da construção civil ao agro, analistas revelam onde ainda há valor escondido
Ibovespa é um dos poucos índices sobreviventes de uma das semanas mais caóticas da história dos mercados; veja quem mais caiu
Nasdaq é o grande vencedor da semana, enquanto índices da China e Taiwan foram os que mais perderam