Reforma da Previdência tem dia crucial
Entrega de parecer complementar é esperada para hoje na comissão especial

As atenções dos investidores brasileiros nesta terça-feira estarão voltadas para a leitura do parecer complementar do relator da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados, Samuel Moreira (PSDB/SP).
O governo Jair Bolsonaro e os deputados favoráveis à reforma correm contra o relógio para impedir que a votação da reforma no plenário da Câmara fique para depois do recesso parlamentar.
Restam apenas algumas horas para a leitura do parecer complementar, ainda faltam pontos a serem negociados e segue no ar a possibilidade de adiamento da apresentação do parecer complementar de Moreira, embora os deputados afirmem estar fazendo tudo ao alcance para evitar mais atrasos.
Originalmente, o parecer complementar deveria ter sido apresentado no fim de junho, mas a leitura foi adiada para que se buscasse um consenso entre deputados e governadores sobre a inclusão de servidores públicos estaduais e municipais no projeto de lei da reforma. O prazo para um acordo expira hoje. Mesmo que aconteça na última hora, acredita-se que isso não prejudicará eventuais ajustes no parecer antes de sua leitura.
O mais recente adiamento na leitura do parecer talvez sirva para que os funcionários públicos estaduais e municipais entrem realmente na reforma, mas precipitou também pressões políticas de última hora com potencial de levar a uma nova prorrogação da leitura do parecer em meio à incapacidade de articulação do governo no Congresso. E caso essa possibilidade se confirme, será ainda mais difícil ver a reforma da Previdência aprovada em dois turnos no plenário da Câmara até 18 de julho.
Leia Também
Foram essas incertezas que por pouco não apagaram a forte alta registrada pelo Ibovespa nas horas iniciais da sessão de ontem em meio à repercussão da trégua guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. O ressurgimento da cautela ficou mais claro no dólar, que registrou ligeira alta em relação ao real na segunda-feira. Tais incertezas devem persistir hoje nos mercados locais de ações e câmbio.
EUA ameaçam UE com mais sanções
Não bastassem as incertezas em relação à reforma da Previdência, a administração Donald Trump mudou o alvo de sua guerra comercial contra o mundo. Se no fim de semana a notícia de uma trégua nas disputas contra a China trouxe certo alívio, na segunda-feira o governo norte-americano ameaçou aumentar o alcance de suas sanções comerciais contra a União Europeia (UE). Mas isso ainda dependerá do resultado da queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios europeus à Airbus.
Caso se confirmem, as sobretaxas norte-americanas à UE serão expandidas a 89 itens adicionais - produtos como queijos, uísques, massas, metais e componentes químicos -, elevando a US$ 21 bilhões as sanções prometidas pelos EUA.
A notícia deixou os mercados internacionais de ações sem uma direção única. As principais bolsas asiáticas encerraram com oscilações leves. Na Europa, os principais índices acionários oscilam sem direção clara, perto da estabilidade, enquanto os futuros de Wall Street sinalizam queda discreta.
Produção industrial é destaque na agenda
Os dados da produção industrial em maio integram o principal indicador econômico esperado para hoje no Brasil. As informações serão divulgadas pelo IBGE às 9h. E a expectativa dos agentes dos mercados financeiros é de que o resultado venha próximo da estabilidade em relação a abril.
Caso as previsões se confirmem, será mais um sinal de que a economia não está se recuperando e de que o PIB brasileiro no segundo trimestre ficará estagnado. E é esta letargia um dos principais motivos para que os investidores sigam apostando que o Banco Central em breve conduzirá a taxa Selic a uma nova mínima histórica no decorrer dos próximos meses.
Entretanto, os juros baixos da atualidade têm “pés de barro”, opina André Perfeito, economista-chefe da Necton Corretora. Segundo ele, “não há hiato que prove a necessidade de corte”. Na visão de Perfeito, os investidores tentam encurralar o Banco Central a cortar mais os juros porque isto faria as ações subirem, mas sem que isso beneficie a atividade econômica.
Ainda assim, o mercado financeiro trabalha com uma queda total de até 1 ponto percentual na taxa básica, renovando o piso histórico para 5,50% ao ano. No entanto, a direção do Banco Central tem condicionado o início de novos cortes na Selic à aprovação da reforma da Previdência. E enquanto a série de cortes na Selic esperada pelos investidores não vem, as taxas dos contratos futuros de juros devem seguir em queda.
Ações da Hertz dobram de valor em dois dias após bilionário Bill Ackman revelar que assumiu 20% de participação na locadora de carros
A gestora Pershing Square começou a montar posição na Hertz no fim de 2024, mas teve o aval da SEC para adiar o comunicado ao mercado enquanto quintuplicava a aposta
Mudou de lado? CEO da Nvidia (NVDC34), queridinha da IA, faz visita rara à China após restrições dos EUA a chips
A mensagem do executivo é simples: a China, maior potência asiática, é um mercado “muito importante” para a empresa, mesmo sob crescente pressão norte-americana
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Rodolfo Amstalden: Escute as feras
As arbitrariedades tarifárias de Peter “Sack of Bricks” Navarro jogaram a Bolsa americana em um dos drawdowns mais bizarros de sua longa e virtuosa história
Status: em um relacionamento tóxico com Donald Trump
Governador da Califórnia entra com ação contra as tarifas do republicano, mas essa disputa vai muito além do comércio
Taxa das blusinhas versão Trump: Shein e Temu vão subir preços ainda este mês para compensar tarifaço
Por enquanto, apenas os consumidores norte-americanos devem sentir no bolso os efeitos da guerra comercial com a China já na próxima semana — Shein e Temu batem recordes de vendas, impulsionadas mais pelo medo do aumento do que por otimismo
Por essa nem o Fed esperava: Powell diz pela primeira vez o que pode acontecer com os EUA após tarifas de Trump
O presidente do banco central norte-americano reconheceu que foi pego de surpresa com o tarifaço do republicano e admitiu que ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse calibre
O frio voltou? Coinbase acende alerta de ‘bear market’ no setor de criptomoedas
Com queda nos investimentos de risco, enfraquecimento dos indicadores e ativos abaixo da média de 200 dias, a Coinbase aponta sinais de queda no mercado
Guerra comercial EUA e China: BTG aponta agro brasileiro como potencial vencedor da disputa e tem uma ação preferida; saiba qual é
A troca de socos entre China e EUA força o país asiático, um dos principais importadores agrícolas, a correr atrás de um fornecedor alternativo, e o Brasil é o substituto mais capacitado
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Tarifaço de Trump pode não resultar em mais inflação, diz CIO da Empiricus Gestão; queda de preços e desaceleração global são mais prováveis
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, fala sobre política do caos de Trump e de como os mercados globais devem reagir à sua guerra tarifária
Disney que se cuide: Universal anuncia maior parque temático da Flórida em décadas; veja preços
Epic Universe começa a funcionar no dia 22 de maio, com cinco mundos temáticos diferentes, incluindo uma área especial para Harry Potter
Com chuva de incertezas, nova stablecoin atrelada ao CPI dos EUA busca oferecer proteção inflacionária
A USDi acompanha o poder de compra do dólar, ajustando-se pela variação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA a partir de dezembro de 2024
Ação da Embraer (EMBR3) sobe mais de 3% após China dar o troco nos EUA e vetar aviões da Boeing
Proibição abre espaço para a companhia brasileira, cujas ações vêm sofrendo com a guerra comercial travada por Donald Trump
O mundo vai pagar um preço pela guerra de Trump — a bolsa já dá sinais de quando e como isso pode acontecer
Cálculos feitos pela equipe do Bradesco mostram o tamanho do tombo da economia global caso o presidente norte-americano não recue em definitivo das tarifas
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências
De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump
Trump vai recuar e mesmo assim cantar vitória?
Existe um cenário onde essa bagunça inicial pode evoluir para algo mais racional. Caso a Casa Branca decida abandonar o tarifaço indiscriminado e concentrar esforços em setores estratégicos surgirão oportunidades reais de investimento.
Felipe Miranda: Do excepcionalismo ao repúdio
Citando Michael Hartnett, o excepcionalismo norte-americano se transformou em repúdio. O antagonismo nos vocábulos tem sido uma constante: a Goldman Sachs já havia rebatizado as Magníficas Sete, chamando-as de Malévolas Sete