BTG Pactual reitera compra de Klabin e Suzano e aumenta preço-alvo das ações
Em relatório, analistas do banco expandiram o preço-alvo dos papéis da Suzano para R$ 44 (o valor anterior era de R$ 40), e da Klabin para R$ 20, ante R$ 18
Mesmo diante de um momento complicado para o setor de papel e celulose, o BTG Pactual ainda vê potencial nos papéis de Suzano (SUZB3) e de Klabin (KLBN4) ao enxergar um ciclo gradual de crescimento para o setor.
Em relatório enviado hoje (21) a clientes do banco, os analistas Leonardo Correa, Cesar Perez Novoa e Alex Sadzawka reiteraram a recomendação de compra para as ações das duas companhias e aumentaram o preço-alvo dos papéis da Suzano para R$ 44 (antes era R$ 40), e da Klabin para R$ 20, o valor anterior era de R$ 18.
No entanto, para eles, as ações da Suzano são as preferidas no setor de papel e celulose. "Nós acreditamos que papéis da Suzano estão subavaliados (levando em consideração a normalização do fluxo de caixa descontado) e que os investidores estão descontando além da conta os benefícios do acordo feito com a Fibria [quando houve a fusão]".
Em sua justificativa, os três afirmaram ainda que os estoques de celulose estão diminuindo globalmente e que isso está bastante relacionado aos esforços da Suzano em mudar a sua estratégia diante dos problemas no setor.
"A Suzano tem sido esperta ao se desfazer de seus estoques rapidamente. A companhia tem negociado contratos trimestrais segundo preços praticados pelo mercado com consumidores chineses e isso parece estar funcionando muito bem", destacaram os analistas.
Na visão deles, outro ponto que ajuda é o fato de que, após os resultados do balanço do terceiro trimestre, os responsáveis pela companhia sinalizaram que vão reduzir a produção e devem fazer vendas mais agressivas a preços estabelecidos trimestralmente.
E nem mesmo o nível mais alto de endividamento da companhia (dívida líquida/Ebitda) deve atrapalhar muito. Os analistas afirmaram que a Suzano deve terminar este ano com um nível de endividamento maior do que cinco vezes, mas que tal indicador deve sofrer uma redução gradual até 2020 e que pode chegar a ser de 3,5 vezes.
Por volta das 16h27, os papéis ordinários da Suzano estavam sendo negociados a R$ 37,91, uma queda de 0,03%. No ano, as ações da fabricantes de papel e celulose foram bastante impactadas pela queda na demanda por conta da guerra comercial, pelos níveis altos de estoque e deterioração das perspectivas de longo prazo após anúncios sobre aumento de capacidade. Com isso, os papéis apresentam leve valorização de 0,70% no acumulado de 2019.
De olho na Klabin
Ainda que ela não seja a "menina dos olhos" para o BTG Pactual no setor de papel e celulose, os analistas pontuaram que a companhia pode ser menos impactada pelos problemas no setor porque é mais diversificada.
Mas ressaltaram que os projetos de Puma 1 e Puma 2 provocaram uma alteração na natureza dos negócios da companhia e adicionaram volatilidade à receita da Klabin, o que exige cuidado. Ambas as iniciativas envolvem a construção de máquinas de papel para embalagens, com produção de celulose integrada.
Para os analistas, há um valor bastante significativo nos dois ativos, o problema é que o mercado está precificando ambos para baixo.
"Nossa impressão é que eles foram agressivamente re-avaliados para baixo, precificando a diluição do valor atual líquido do Puma I, o que não faz sentido para nós", destacaram os três.
Apesar disso, os analistas ressaltaram que a Klabin deve começar um programa de investimentos nos próximos anos e que, diante de condições de mercado mais desafiadores, os investidores devem esperar por um ponto melhor de entrada pela frente.
Por volta das 16h35, os papéis preferenciais da Klabin apresentavam alta de 0,88%, cotados em R$ 3,42. No acumulado do ano, as ações da companhia foram menos impactadas pelos problemas no setor e com isso, os papéis tiveram valorização mais significativa de 27,72%.