🔴 GANHOS DE ATÉ R$ 1.000 POR HORA? ESTE MÉTODO PODE GERAR RENDA DE 7 DÍGITOS POR MÊS – CONHEÇA

Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
Novo normal?

BC vê alta do dólar como fenômeno estrutural

Redução da liquidez em moeda estrangeira no país afeta sua cotação e ainda não está claro quão duradoura será esta mudança de ambiente

Eduardo Campos
Eduardo Campos
25 de abril de 2019
10:50 - atualizado às 12:21
dólar cotação
Imagem: Shutterstock

Enquanto parte do mercado se pergunta se o Banco Central (BC) vai voltar a intervir para conter a alta do dólar, que firma posição na linha dos R$ 4,0, o diretor de Política Monetária, Bruno Serra Fernandes, apresentou uma explicação estrutural para a valorização da moeda americana.

Em outras palavras, o dólar "mais caro" pode ser um fenômeno que veio para ficar e o BC vai atuar apenas em momentos de estresse. O BC não atua para mudar a direção da taxa de câmbio, mas sim para suavizar eventuais movimentos de estresse do mercado.

Tal estratégia é conhecida como “leaning against the wind” ou “inclinar-se contra o vento” em tradução literal. Essa postura foi reafirmada pela fala do diretor. O que pode mudar essa relação estrutural de menor liquidez em dólares no Brasil é a aprovação das reformas, notadamente a da Previdência.

Em discurso em São Paulo, divulgado pelo BC, o diretor explicou que depender menos do financiamento em moeda estrangeira é uma excelente notícia para o Brasil.

“Por outro lado, a perda de atratividade relativa do financiamento externo tem contribuído para redução da liquidez em moeda estrangeira no país, afetando o seu custo. O que ainda não está claro é quão duradoura será esta mudança de ambiente”, disse.

Antes disso, Fernandes explicou que a redução da participação do setor público tanto na economia, medido pelo crescimento do gasto público, quanto no direcionamento da já escassa poupança nacional, via bancos públicos, abriu espaço para a queda da inflação e das taxas de juros. Este ambiente, disse, vem facilitando e barateando o acesso ao financiamento através do mercado local de capitais, que vem mostrando sinais de desenvolvimento e aumento de prazos.

Leia Também

Intervenções e reservas

O diretor também reafirmou os preceitos que levam o BC atuar no mercado e a importância das reservas internacionais, que passam dos US$ 380 bilhões. “Sem prejuízo do regime de câmbio flutuante, o BC atua no mercado local de câmbio caso identifique alguma anomalia em seu regular funcionamento.”

“É importante registrar que não temos qualquer preconceito em relação a utilização de qualquer instrumento, quando e se as condições para tal estiverem presentes”, afirmou.

Ainda de acordo com o diretor, é dever do BC entender o ambiente econômico em que estamos inseridos e, quando necessária, buscar a forma mais eficiente de intervenção.

Dentro desse ambiente de redução de liquidez em dólares no Brasil, Serra explicou que as reservas e as características dos instrumentos de atuação cambial, em especial a oferta de linhas com compromisso de recompra, “nos dão bastante espaço para atuar neste mercado, de forma a atenuar os efeitos da maior escassez de liquidez em dólares no mercado local”.

Segundo o diretor, os US$ 380 bilhões em reservas, mesmo considerando os quase US$ 70 bilhões que já estão em mercado via swaps, “tem se mostrado um seguro adequado”.

“Esse ativo tem sido usado para suavizar os impactos de eventual deterioração na liquidez internacional sobre a economia brasileira, e também serve como força contracíclica em momentos de estresse econômico mais agudo, como nas crises de 2008 e 2015”, afirmou.

Custos e benefícios

Nesse ponto, o diretor ressalta que o benefício desse seguro em termos da estabilidade da economia nacional não pode ser medido apenas financeiramente.

“Dificilmente os investidores nos dariam tanto tempo para endereçar nosso problema fiscal se não tivéssemos esta posição liquidamente credora em dólares no balanço do setor público”, afirmou.

Serra voltou a lembrar que nos últimos 10 anos o custo de carregamento das reservas e das operações de swap foi quase zero. Além disso, este custo de carregamento na margem está em nível historicamente muito baixo, o menor da série histórica. (resultado da Selic mais próxima dos juros internacionais).

Encerrando essa parte de sua fala, Serra afirma que além de nos assegurar contra choques temporários na liquidez internacional, a percepção de segurança externa da economia brasileira, “traz expectativa de que, superada a aprovação das reformas, que garantam a estabilidade fiscal, haja reforço no influxo de investimentos internacionais no país”.

Conversibilidade do real

O diretor também reafirmou um “norte” já dado pelo presidente Roberto Campos Neto, de buscar a conversibilidade do real e a simplificação das transações de câmbio.

Segundo o próprio BC a conversibilidade abarca quatro pontos:

  • A capacidade de uma instituição financeira nacional acolher no Brasil depósitos em moedas estrangeiras
  • A permissão para plena correspondência bancária internacional em Reais
  • A capacidade de uma instituição financeira captar em Reais no exterior
  • E o livre fluxo de capitais estrangeiros no país, e do país para o exterior

Serra ressaltou, no entanto, que esse é um processo de longo prazo, e que sua completude depende do alcance de condições prévias, tais como a manutenção da estabilidade monetária e a aprovação e implementação das reformas de natureza fiscal. Outro fator, ao menos desejável, seria a reconquista do grau de investimento pelo Brasil.

Mais participantes

O objetivo do BC, segundo o diretor, é trazer mais participantes no mercado de câmbio, democratizando o acesso e reduzindo o custo para o cliente final, seja ele brasileiro ou estrangeiro, exportador ou importador, ou um cidadão comum que deseja adquirir moeda estrangeira para férias no exterior, realizar pagamentos internacionais ou receber remessas.

Ele lembrou que hoje temos 187 instituições autorizadas pelo BC a operar moeda estrangeira no mercado à vista. Mas que cerca de 1.000 instituições são autorizadas a prestar serviço bancário no país.

“Num mercado onde a moeda é conversível, não há sequer a necessidade de autorização específica para realização de operações de câmbio, sendo este de livre acesso”, ponderou.

O primeiro passo é rever o arcabouço legal, pois há normal cambiais vigentes desde 1920. Segundo o diretor, o atual marco legal não confere muito espaço para incorporar inovações.

Compulsório e eficiência

Outra agenda abordada pelo diretor trata de medidas que gerem um ambiente de negócios mais concorrencial, dinâmico e eficiente nos mercados regulados pelo BC.

A agenda é grande, mas Serra dedicou especial atenção aos depósitos compulsórios, parcela dos depósitos que os bancos são obrigados a recolher junto ao BC.

Segundo o diretor, depois das simplificações realizadas nos recolhimentos compulsórios nos últimos anos, o BC vai buscar definir de forma mais clara o papel desse instrumento, para, a partir de então, buscar níveis mais compatíveis com o de outros países.

Outro ponto abordado e que conversa com a redução dos compulsórios foi a busca por aperfeiçoamento do acesso de linhas de empréstimo do BC, assunto estigmatizado, pois quando uma instituição recorre a essas linhas é sinal de que tem problemas de liquidez.

“O aprimoramento das linhas de assistência financeira de liquidez, com maior facilidade de acesso por parte dos agentes, pode ainda colaborar para reduzir a necessidade de manutenção de compulsórios como instrumento macroprudencial”, explicou.

Finalizando, o diretor também reafirmou que o BC vai atuar para aperfeiçoar e fomentar os mercados de capitais e de crédito livre, como alternativa crescente ao mercado de crédito direcionado, no financiamento da atividade econômica.

A íntegra do discurso está disponível aqui.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA

13 de novembro de 2024 - 8:09

Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar

MERCADO DE ARTE

Arte de milionária: primeira pintura feita por robô humanoide é vendida por mais de US$ 1 milhão

12 de novembro de 2024 - 17:30

A obra em homenagem ao matemático Alan Turing tem valor próximo ao do quadro “Navio Negreiro”, de Cândido Portinari, que foi leiloado em 2012 por US$ 1,14 milhão e é considerado um dos mais caros entre artistas brasileiros até então

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado

12 de novembro de 2024 - 7:01

Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo

PRÓXIMOS PASSOS

Por que o governo precisa escutar os ‘gritos’ da Faria Lima e cortar gastos, segundo este gestor 

11 de novembro de 2024 - 15:41

Gestores da Faria que cuidam do pouco que sobrou da poupança da população brasileira, segundo André Bannwart, do UBS

MERCADOS HOJE

Ibovespa segue com a roda presa no fiscal e cai 0,51%, dólar fecha estável a R$ 5,6753; Wall Street comemora pelo 2° dia

7 de novembro de 2024 - 18:15

Por lá, o presidente do BC dos EUA alimenta incertezas sobre a continuidade do ciclo de corte de juros em dezembro. Por aqui, as notícias de um pacote de corte de gastos mais modesto desanima os investidores.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Jogando nas onze: Depois da vitória de Trump, Ibovespa reage a Copom, Fed e balanços, com destaque para a Petrobras

7 de novembro de 2024 - 8:17

Investidores estão de olho não apenas no resultado trimestral da Petrobras, mas também em informações sobre os dividendos da empresa

APÓS BALANÇO

Qual empresa brasileira ganha com a vitória de Trump? Gerdau (GGBR4) é aposta de bancão e sobe mais de 7% hoje

6 de novembro de 2024 - 15:05

Também contribui para o bom desempenho da Gerdau a aprovação para distribuição de R$ 619,4 milhões em dividendos aos acionistas

A REAÇÃO DO MERCADOS

O Ibovespa não gosta de Trump? Por que a vitória do republicano desceu amarga para a bolsa brasileira enquanto Nova York bateu sequência de recordes

6 de novembro de 2024 - 12:15

Em Wall Street, as ações da Tesla — cujo dono, Elon Musk, é um grande apoiador de Trump — deram um salto de 15%; outros ativos também tiram vantagem da vitória do republicano. Por aqui, o Ibovespa não celebra o resultado das eleições nos EUA e afunda

O QUE FAZER AGORA

Como lucrar com o Trump Trade: 4 investimentos que ganham com a volta do republicano à Casa Branca — e o dilema do dólar

6 de novembro de 2024 - 11:28

De modo geral, os investidores se preparam para um mundo com dólar forte com Trump, além de mais inflação e juros

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais rápido do que se imaginava: Trump assegura vitória no Colégio Eleitoral e vai voltar à Casa Branca; Copom se prepara para subir os juros

6 de novembro de 2024 - 8:20

Das bolsas ao bitcoin, ativos de risco sobem com confirmação da vitória de Trump nos EUA, que coloca pressão sobre o dólar e os juros

PRÉ-COPOM

Selic deve subir nas próximas reuniões e ficar acima de 12% por um bom tempo, mostra pesquisa do BTG Pactual

4 de novembro de 2024 - 13:39

Taxa básica de juros deve atingir os 12,25% ao ano no início de 2025, de acordo com o levantamento realizado com gestores, traders e economistas

HORÁRIO DE VERÃO

Anote na agenda: bolsa terá novo horário a partir de segunda-feira (4); veja como fica a negociação de FIIs, ETFs e renda fixa

3 de novembro de 2024 - 16:48

A mudança ocorre todos os anos para se adequar ao fim do horário de verão nos Estados Unidos, que vai de março a novembro e se encerra esta semana

VIAGEM CANCELADA

Permanência de Haddad no Brasil deve aliviar abertura da bolsa na segunda-feira, avaliam especialistas

3 de novembro de 2024 - 14:38

Segundo nota divulgada pela Fazenda nesta manhã, o ministro permanecerá em Brasília para tratar de “temas domésticos” a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva

MERCADOS HOJE

A Disney ficou mais longe: Dólar sobe 1,5%, vai a R$ 5,8604 e fecha no segundo maior valor da história; Ibovespa cai 1,23% e perde os 129 mil pontos

1 de novembro de 2024 - 18:12

Lá fora, as bolsas em Nova York e na Europa terminaram o dia em alta, repercutindo o relatório de emprego dos EUA, divulgado mais cedo

MERCADOS HOJE

Não é só risco fiscal: por que o dólar volta a subir e se consolida acima dos R$ 5,80

1 de novembro de 2024 - 14:39

Além da demora do governo em anunciar os cortes de gastos, o leve favoritismo de Trump nas eleições na próxima terça-feira ajuda a fortalecer o dólar

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O payroll vai dar trabalho? Wall Street amanhece em leve alta e Ibovespa busca recuperação com investidores à espera de anúncio de corte de gastos

1 de novembro de 2024 - 8:13

Relatório mensal sobre o mercado de trabalho nos EUA indicará rumo dos negócios às vésperas das eleições presidenciais norte-americanas

BALANÇO DO MÊS

Ranking dos investimentos: perto de R$ 5,80, dólar tem uma das maiores altas de outubro e divide pódio com ouro e bitcoin

31 de outubro de 2024 - 19:00

Na lanterna, títulos públicos longos indexados à inflação caminham para se tornar os piores investimentos do ano

BOLSAS HOJE

Por que o mercado ficou arisco hoje? Ibovespa é arrastado por Nova York e termina dia abaixo de 130 mil pontos; dólar sobe a R$ 5,7811

31 de outubro de 2024 - 17:39

Nos Estados Unidos, bolsas também foram puxadas para baixo devido à preocupação com os gastos elevados das big techs

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Bem-vindo, presidente Trump?

30 de outubro de 2024 - 20:01

Sem dúvida o grande evento de risco para os mercados globais é a eleição americana

LONDON CALLING

Ministra abre a caixa de pandora e anuncia o maior aumento de impostos do Reino Unido em 30 anos; libra reage, bolsa cai e títulos dão o maior salto desde julho

30 de outubro de 2024 - 15:51

O primeiro orçamento do Partido Trabalhista, que assumiu o poder em meados deste ano com uma vitória esmagadora, trouxe mais de 40 bilhões de libras em aumento de tributos por ano

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar